Encontro discutiu tecnologia e mobilidade urbana

Na manhã desta quarta-feira (9/12), o presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereador Mauro Pinheiro (PT), participou de um encontro promovido pela Associação Brasileira de Empresas de TI do RS (Assespro-RS). Com o tema Tecnologia da Informação (TI) como aliada da Mobilidade Urbana, o debate reuniu também o diretor de políticas públicas da Uber no Brasil, Daniel Mangabeira, e o CEO da uMov.me, Alexandre Trevisan.

A primeira pessoa a falar foi a gerente de Governança Urbana da WRI Brasil Cidades Sustentáveis (antiga EmbarqBrasil), Daniely Votto, que ressaltou a necessidade de uma mudança de cultura. Segundo ela, o principal debate que ocorre atualmente em Porto Alegre é sobre o tipo de cidade que a população quer viver. “A cidade que a WRI defende é aquela voltada paras pessoas, que não seja num modelo carrocêntrico.”

Daniely apresentou dados que mostram que o Brasil tem mais de 1,24 milhão de mortes todos os anos no trânsito. “Só o custo dos congestionamentos nas cidades é estimado em 10% do PIB, pois as pessoas perdem de dez a 15 dias sentados dentro dos carros, parados em engarrafamentos”, disse.

O diretor da Uber falou sobre o início das atividades da empresa na capital gaúcha. “Essa chegada ‘sem pedir licença’, como dizem, tem um pouco a ver com a lógica da inovação”, ressaltou. Mas garantiu que a empresa esteve em contato com as autoridades um bom tempo antes de começar as operações em Porto Alegre.

O vereador Mauro Pinheiro, por sua vez, afirmou ter se posicionado contrário ao projeto aprovado na Câmara que proibiu o uso de aplicativos tipo o Uber na Capital. “Como presidente, não votei, pois o voto do presidente só ocorre em caso de empate. Entretanto, acredito que a votação foi precipitada”, comentou.

Pinheiro salientou, ainda, que é favorável à regulamentação do serviço. “Esse é o desejo da população, como ficou comprovado pelo grande número de e-mails e mensagens que recebi.” E acrescentou: “Vale lembrar que o projeto foi aprovado com uma emenda que determina que a proibição só vigore até a regulamentação.”

O presidente da Câmara também destacou a importância da participação da sociedade. “Nós, do setor público, temos a obrigação de nos envolver e ouvir a população.”

No encerramento do encontro, foi elaborada uma lista de proposições. A presidente da Assespro-RS, Letícia Batistela, informou que o documento será analisado e que poderá gerar um material a ser entregue às autoridades e à imprensa.