EPTC avalia linha hidroviária entre Centro e Zona Sul
O transporte de passageiros via orla do Guaíba foi discutido na manhã de hoje (20/12) em reunião realizada na Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal de Porto Alegre. O diretor da EPTC, Vanderlei Capellari, falou sobre o edital de manifestação de interesse, lançado pela Prefeitura prevendo a implantação de uma nova linha, via rio Guaíba, até a Zona Sul da cidade. É um dos maiores projetos implantados em Porto Alegre na área de transporte coletivo, disse ele. Ressaltou que Porto Alegre tem grande interesse nessa possibilidade. Precisamos de interessados em operar esse sistema. A linha está pronta.
Capellari comunicou que até março existe a possibilidade da colocação de mais algumas linhas experimentais na travessia. Quanto à concessão definitiva, o diretor comunicou que a ideia é a de que até o final de 2012 o edital esteja pronto. Este é o nosso grande objetivo. No entanto, falou que a tarifa precisa ser viável. Para que desperte interesse na população, considerou Capellari. O diretor explanou ainda sobre a linha já em atividade que liga Porto Alegre a Guaíba. Moradias e empregos estão sendo planejados e implantados na orla, gerando uma situação nova para o planejamento urbano da cidade.
O diretor do Grupo Ouro e Prata, Carlos Augusto Bernaund, que explora a travessia entre Porto Alegre e Guaíba, informou que até o momento 110 mil pessoas já utilizaram a nova alternativa. Estamos no 54º dia e temos os dados que demonstram que 500 carros dia deixam de circular na BR 116 entre Porto Alegre e Guaíba. Na opinião de Bernaund, o paradigma foi quebrado. Temos uma perspectiva muito grande em relação aos próximos passos, disse ele. O diretor salientou, no entanto, que é preciso atentar para alguns detalhes caso seja implantada uma nova linha. Este modal não é que nem ônibus que se compra no mercado, custa caro e o investimento é maior. Ele comunicou que para implantação dos dois equipamento atuais foram investidos em torno de R$ 7 milhões.
O secretário adjunto do Planejamento, Francisco Dornelles, disse que hoje existe um grupo de trabalho denominado GT Orla que vem estudando e opinando sobre este novo modal de transporte. Porto Alegre tem um potencial muito grande em relação a esta modalidade uma vez que temos 300 km de orla se levarmos em conta a região metropolitana. Ele ressaltou que é preciso atentar para a questão das isenções. Temos a cultura de onerar os serviços públicos com isenções. Precisamos ficar atentos a este detalhe para não encarecer mais ainda este meio de transporte.
Para o vereador Beto Moesch (PP), felizmente alguns preconceitos foram quebrados ao longo dos anos em relação a este tema. Quando, em 1995, falei sobre hidrovia e ciclovia, fui motivo de risos nas reuniões do Orçamento Participativo (OP). Ele considera que é preciso acelerar a possibilidade de implantação de novas linhas. Não é alargando avenidas que vamos solucionar o problema da mobilidade urbana em Porto Alegre. O vereador Carlos Todeschini (PT) também comemorou o avanço da discussão. Assim como a ciclovia, essa discussão passou a ser incorporada nos debates. Defendeu a necessidade de uma tarifa viável. Para ser de fato um transporte de massa ressaltou o vereador. Dr. Raul Torelly (PMDB) pediu que a situação das ilhas fosse levada em conta nas próximas discussões. Acredito que não seja caro a implantação de uma linha até as ilhas. Acho que o resultado pode ser interessante, considerou o parlamentar. Para Aldacir Oliboni (PT), a abertura da possibilidade de novas linhas é importante para a cidade. Que bom que depois de muitos anos as coisas andaram e hoje temos a possibilidade de ampliar essa modalidade de transporte. O vereador Mário Fraga (PDT) também elogiou a iniciativa. "Será de grande valia para Porto Alegre o aumento de vias", disse o parlamentar.
Dr. Thiago Duarte (PDT), presidente da Cosmam, ao abrir a reunião, fez um relato de todos os encontros onde foi debatida a possibilidade de implantação deste serviço hidroviário. Hoje já podemos comemorar este resultado, pois tenho certeza que contribuímos muito nesta discussão, disse ele, agradecendo a todos os envolvidos.
Regina Andrade (reg. prof. 8423)