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EPTC avalia linha hidroviária entre Centro e Zona Sul

Cosmam recebeu informações sobre ligação pelo Guaíba Foto: Jonathan Heckler
Cosmam recebeu informações sobre ligação pelo Guaíba Foto: Jonathan Heckler

O transporte de passageiros via orla do Guaíba foi discutido na manhã de hoje (20/12) em reunião realizada na Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal de Porto Alegre. O diretor da EPTC, Vanderlei Capellari, falou sobre o edital de manifestação de interesse, lançado pela Prefeitura prevendo a implantação de uma nova linha, via rio Guaíba, até a Zona Sul da cidade. “É um dos maiores projetos implantados em Porto Alegre na área de transporte coletivo”, disse ele. Ressaltou que Porto Alegre tem grande interesse nessa possibilidade. “Precisamos de interessados em operar esse sistema. A linha está pronta”.

Capellari comunicou que até março existe a possibilidade da colocação de mais algumas linhas experimentais na travessia. Quanto à concessão definitiva, o diretor comunicou que a ideia é a de que até o final de 2012 o edital esteja pronto. “Este é o nosso grande objetivo”. No entanto, falou que a tarifa precisa ser viável. “Para que desperte interesse na população”, considerou Capellari. O diretor explanou ainda sobre a linha já em atividade que liga Porto Alegre a Guaíba. “Moradias e empregos estão sendo planejados e implantados na orla, gerando uma situação nova para o planejamento urbano da cidade”.

O diretor do Grupo Ouro e Prata, Carlos Augusto Bernaund, que explora a travessia entre Porto Alegre e Guaíba, informou que até o momento 110 mil pessoas já utilizaram a nova alternativa. “Estamos no 54º dia e temos os dados que demonstram que 500 carros dia deixam de circular na BR 116 entre Porto Alegre e Guaíba.” Na opinião de Bernaund, o paradigma foi quebrado. “Temos uma perspectiva muito grande em relação aos próximos passos”, disse ele. O diretor salientou, no entanto, que é preciso atentar para alguns detalhes caso seja implantada uma nova linha. “Este modal não é que nem ônibus que se compra no mercado, custa caro e o investimento é maior”. Ele comunicou que para implantação dos dois equipamento atuais foram investidos em torno de R$ 7 milhões.
 
O secretário adjunto do Planejamento, Francisco Dornelles, disse que hoje existe um grupo de trabalho denominado GT Orla que vem estudando e opinando sobre este novo modal de transporte. “Porto Alegre tem um potencial muito grande em relação a esta modalidade uma vez que temos 300 km de orla se levarmos em conta a região metropolitana”. Ele ressaltou que é preciso atentar para a questão das isenções. “Temos a cultura de onerar os serviços públicos com isenções. Precisamos ficar atentos a este detalhe para não encarecer mais ainda este meio de transporte”.

Para o vereador Beto Moesch (PP), felizmente alguns preconceitos foram quebrados ao longo dos anos em relação a este tema. “Quando, em 1995, falei sobre hidrovia e ciclovia, fui motivo de risos nas reuniões do Orçamento Participativo (OP)”. Ele considera que é preciso acelerar a possibilidade de implantação de novas linhas. “Não é alargando avenidas que vamos solucionar o problema da mobilidade urbana em Porto Alegre”. O vereador Carlos Todeschini (PT) também comemorou o avanço da discussão. “Assim como a ciclovia, essa discussão passou a ser incorporada nos debates”. Defendeu a necessidade de uma tarifa viável. “Para ser de fato um transporte de massa” ressaltou o vereador. Dr. Raul Torelly (PMDB) pediu que a situação das ilhas fosse levada em conta nas próximas discussões. “Acredito que não seja caro a implantação de uma linha até as ilhas. Acho que o resultado pode ser interessante”, considerou o parlamentar. Para Aldacir Oliboni (PT), a abertura da possibilidade de novas linhas é importante para a cidade. “Que bom que depois de muitos anos as coisas andaram e hoje temos a possibilidade de ampliar essa modalidade de transporte”. O vereador Mário Fraga (PDT) também elogiou a iniciativa. "Será de grande valia para Porto Alegre o aumento de vias", disse o parlamentar.

Dr. Thiago Duarte (PDT), presidente da Cosmam, ao abrir a reunião, fez um relato de todos os encontros onde foi debatida a possibilidade de implantação deste serviço hidroviário.  “Hoje já podemos comemorar este resultado, pois tenho certeza que contribuímos muito nesta discussão”, disse ele, agradecendo a todos os envolvidos.

Regina Andrade (reg. prof. 8423)