Sessão solene

Escritor português Carlos Tomé é Cidadão de Porto Alegre

Tomé: "Esta também é minha cidade" Foto: Tonico Alvares
Tomé: "Esta também é minha cidade" Foto: Tonico Alvares
O jornalista e escritor português Carlos Tomé é o mais recente Cidadão de Porto Alegre. O título, proposto pela vereadora Sofia Cavedon (PT), foi concedido na tarde desta terça-feira (2/8), durante sessão solene realizada no Plenário Otávio Rocha da Câmara Municipal. Em sua atuação profissional, Tomé foi responsável por matérias jornalísticas que divulgaram a colonização açoriana no Rio Grande do Sul, quando foi premiado por esses trabalhos em Portugal.

Para Sofia, o reconhecimento de Porto Alegre ao jornalista é justo pela representação cultural e política que faz no seu País. "Porto Alegre está escrita no Mundo, em especial na participação direta e na democracia popular, mas o diálogo com os Açores ainda é tímido. Esse esforço que o jornalista Tomé faz pela nossa cidade é que temos que reconhecer", elogiou a vereadora. Sofia defendeu, ainda, a homenagem para relevar o trabalho de Tomé, e, com isso, "estreitar as relação das cidades e melhorar a qualidade de vida de todos".

Representando o governo do Estado, o titular da Cultura no Rio Grande do Sul, Luiz Antônio de Assis Brasil, disse que Tomé é "o açoriano mais gaúcho de todos", com uma história antiga em nosso território. "Tomé conseguiu captar como poucos os aspectos da nossa Capital. É o conjunto de circunstâncias concretas que ele tem feito, mas principalmente com intensidade, amor e paixão de que o fazem merecedor desse título", argumenta. "Tomé está sempre pensando em nós e o que pode fazer pela nossa cidade", finaliza Assis Brasil.

Ao agradecer a homenagem, Carlos Tomé disse que é uma honra ser considerado um cidadão de Porto Alegre e destacou que, ao ser reconhecido pelos vereadores da Capital, não se sentia contribuindo mais do que cada um dos mais de um milhão de habitantes da cidade. "Nada do que fiz por essa cidade pode ser considerado mais do que cada cidadão faz por ela", disse Tomé.

O jornalista e escritor ressalta que, desde que conheceu Porto Alegre, faria o possível para mostrar ao povo dos Açores o que é feito nesta cidade. Tomé destaca, ainda, que encontra nesse título de Cidadão de Porto Alegre um novo alento para divulgar cada vez mais a capital gaúcha para o povo açoriano. "Esta também é minha cidade. Eu também sou um porto-alegrense", disse orgulhoso ao lembrar o que dirá quando sentar-se novamente para assistir a um pôr-do-sol desde o Morro de Santa Teresa.

O homenageado

Carlos Manuel da Costa Tomé nasceu em 26 de outubro de 1951, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, capital do arquipélago dos Açores, em Portugal. É escritor e reside em Portugal. Jornalista profissional desde outubro de 1969, fez vários cursos de Jornalismo em Televisão, Reportagem e Grande Reportagem. Nesse período, atuou em quadros do jornal Diário dos Açores e, até 2007, no rádio e na televisão de Portugal.

Entre 1988 e 1994, foi dirigente do Sindicato Nacional dos Jornalistas em Portugal. Participou, como convidado, em diversos congressos, seminários e conferências, destacando-se o I Encontro de Jornalistas Europeus (Estoril, 1978) e o Travessias – Encontro de Escritores Atlânticos – Açores/Brasil (Brasil, 2005).

Em 1989, ganhou a primeira edição do Prêmio Açores (prêmio de jornalismo que pretende divulgar as comunidades açorianas espalhadas pelo mundo) com A Geração Esquecida, uma grande reportagem sobre a importância dos açorianos na colonização do Rio Grande do Sul, no Brasil, tornando-se, desde essa data, admirador confesso da história, das gentes e da cultura do Estado gaúcho.

Publicou, em 2002, o livro de contos A Noite dos Prodígios e outras histórias (Salamandra: Lisboa) e, em 2007, o romance Morreremos Amanhã (Artes e Letras: Ponta Delgada). Em 2005, com o patrocínio da Direção Regional das Comunidades do Governo dos Açores, promoveu a edição, em Portugal, do livro de Luiz Antônio de Assis Brasil Um Quarto de Légua em Quadro, a primeira obra de ficção a ter como pano de fundo a colonização açoriana do Rio Grande do Sul.

Organizou, em 2006, a estreia nacional, em Portugal, do filme Diário de um Novo Mundo, de Paulo Nascimento, que retrata o povoamento açoriano no Rio Grande do Sul. Participou, em 2007, da antologia Contos de Algibeira (Casa Verde: Porto Alegre). Propôs à Câmara Municipal de Ponta Delgada a atribuição do nome "Cidade de Porto Alegre" a uma rua da capital açoriana, o que se concretizou em novembro de 2003.

Como jornalista, já realizou duas reportagens sobre o Rio Grande do Sul, tendo Porto Alegre como tema, e  diz emocionar-se quando vai ao Monumento aos Açorianos ou ao Paço dos Açorianos. Na presidência do Governo Regional dos Açores, é assessor para Comunicação Social desde 2007 e, atualmente, é chefe da Assessoria de Imprensa.

Leonardo Oliveira (reg. prof. 12552)