Cosmam

Espera por consulta caiu de 11 anos para 30 dias, diz secretário

Casartelli mostrou números da Central de Marcação de Consultas Foto: Francielle Caetano
Casartelli mostrou números da Central de Marcação de Consultas Foto: Francielle Caetano (Foto: Francielle Caetano/CMPA)
O secretário municipal da Saúde, Carlos Casartelli, participou hoje (20/5) de reunião da Comissão de Saúde (Cosmam) da Câmara Municipal e apresentou aos vereadores dados sobre marcação de consultas especializadas na Capital. Pelos números apresentados pelo secretário, 77% das consultas nas 188 especialidades reguladas pela Central de Marcação têm tempo de espera de no máximo 30 dias. "Em áreas como oncologia e oftalmologia não há fila de espera", garantiu Casartelli. Conforme ele, em apenas 5% dos casos o tempo de espera por uma consulta supera os seis meses. "Em ortopedia a espera pode levar até 18 meses, mas chegava a 11 anos quando implantamos a Central, em 2011", observou.

O titular da SMS traçou um comparativo entre os anos de 2000 e 2011, este último data da implantação da Central de Marcação. "Em 2011, quando implantamos o sistema atual, descobrimos que havia pacientes que desde 2000 aguardavam por uma consulta. Era um caso de ortopedia. Outro, de cardiologia, aguardava há oito anos. Após o levantamento feito na época, a SMS descobriu que 40% dos pacientes agendados desde 2000 ainda tinham interesse em consultar."

Casartelli também foi questionado, pelo presidente da Cosmam, vereador Dr. Thiago (PDT), sobre o índice de absenteísmo (pessoas que faltam às consultas) e sobre a regionalização das consultas. O secretário explicou que a taxa de absenteísmo hoje é de 20%, o que está dentro da média histórica das últimas décadas. Acrescentou que a SMS está inclusive preparando uma pesquisa junto aos usuários que faltam às consultas para que expliquem por que deixaram de comparecer no dia marcado. "Queremos saber se é por falta de transporte, por causa da distância entre a residência e o local da consulta ou por algum outro motivo."

Quanto à regionalização das consultas citada por Dr. Thiago, o que evitaria, segundo o vereador, que um paciente morador da Restinga tenha de se consultar com um médico no Hospital Conceição, Casartelli admitiu que a SMS enfrenta dificuldades para colocá-la em prática. "Estou há 25 anos na Prefeitura e desde que entrei ouço sobre a regionalização. Se fosse fácil, já teria sido feita." Para o secretário, no entanto, mais importante que o local da consulta é o tempo que a pessoa espera pela mesma. "O importante é consultar. Prefiro uma consulta num local distante a não tê-la em lugar nenhum."

Para Dr. Thiago, os dados apresentados pelo secretário destoam da realidade que chega aos vereadores através das reclamações dos usuários. Segundo ele, consultas em locais distantes da residência do paciente, em horários difíceis, muitas vezes levam o usuário a desistir da visita ao médico. "Há um alto índice de absenteísmo nas consultas", garante o presidente da Cosmam.

A reunião foi acompanhada pelos vereadores Mauro Pinheiro (PT), Airto Ferronato (PSB), Mário Manfro (PSDB), João Carlos Nedel (PP), Jussara Cony (PCdoB) e Lourdes Sprenger (PMDB).

Texto: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)