Hortifrutigranjeiros querem Largo Glênio Peres para feira
Vendedores de frutas do centro de Porto Alegre compareceram à reunião da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara Municipal nesta terça-feira (4/3) para reivindicar do poder público o direito de utilizarem o espaço do Largo Glênio Peres para a realização de feiras diárias. Sem aquele espaço não teremos condições de trabalhar nem de sustentar nossas famílias, alertou o representante do grupo de comerciantes, Fernando Torres. Segundo ele, cerca de 80 famílias dependem diretamente do trabalho dos hortifrutigranjeiros.
De acordo com o diretor de fiscalização da Secretaria Municipal de Produção, Indústria e Comércio (Smic), Léo Antonio Bulling, a partir de 2005, vendedores de frutas do Mercado Público começaram a reclamar das atividades desempenhadas pelos comerciantes do Largo Glênio Peres localizado à frente do Mercado. Eles justificavam que, mesmo sendo legalizados pela prefeitura, sofriam com a competição dos hortifrutigranjeiros ilegais do lado de fora. Além disto, desde 2002 está proibido pela prefeitura a concessão de alvarás a bancas de comércio edificadas em vias públicas no centro de Porto Alegre. Só estamos cumprindo com a lei, defendeu.
Entretanto, Bulling ponderou que não é prática da Smic fazer um corte drástico na vida das pessoas, retirando seus bens e seu direitos de trabalhar. Segundo ele, a Smic tem o dever de atender estas pessoas e propor alternativas de trabalho e geração de renda. "A secretaria estabelece prazos de seis a oito meses para que o comerciante se regularize ou procure noves formas de trabalho", exemplificou.
Carlos Todeschini (PT), vereador e membro da Cedecondh, pediu que a Smic tenha mais tolerância e atenção com os comerciantes. Mesmo que esta prática seja irregular, ela é digna e sustenta centenas de pessoas que dependem desta atividade. É importante que o secretário lembre disto, pontuou.
Como encaminhamento da reunião, ficou acertado entre os hortifrutigranjeiros e a Smic um encontro na sede da secretaria para tratar a questão com mais detalhes. Bulling afirmou que cada caso será analisado de perto para que se ache uma solução plausível para a situação.
Ester Scotti (reg. prof. 13387)