Hospital Vila Nova recebe Comenda Porto do Sol

A Câmara Municipal realizou, na noite desta terça-feira (5/7), a entrega da Comenda Porto do Sol à Associação Hospitalar Vila Nova. A honraria tem como base o projeto nº 420/14 , de autoria do vereador Márcio Bins Ely (PDT), aprovado em 2014, que destaca o trabalho da instituição de saúde na Capital, que, além do atendimento à população em geral, é referência aos pacientes privados de liberdade, dependentes químicos, soropositivos, tuberculosos e até mesmo aos pacientes em situação de rua, sem familiares ou identificação.

Em sua manifestação, na sessão presidida pelo vereador Reginaldo Pujol (DEM), Bins Ely lembrou  que a comenda foi aprovada por unanimidade dos vereadores e apenas duas dessas honrarias são concedidas por vereador a cada Legislatura. “E o fiz ao Hospital Vila Nova pela certeza do serviço de qualidade prestado à sociedade”, justificou o parlamentar.

Bins Ely fez um breve histórico do Hospital Vila Nova. Destacou a instituição desde a sua fundação, em 1965, fruto da mobilização da população da Zona Sul de Porto Alegre. Ressaltou ainda o esforço da direção para a superação de diversas situações de crise do Hospital, entre atrasos de salários, fornecedores, greves e até mesmo o encerramento momentâneo de suas atividades, “esforço esse que evitou o fechamento total da Instituição”.

O parlamentar justificou que foi a partir desse momento, “na busca de sua auto-sustentabilidade, que em 2002 nasceu a Associação Hospitalar Vila Nova (AHVN), uma entidade privada, sem fins lucrativos, cujo objetivo principal seria a execução de obras na assistência médica, social, cultural e científica”. Desde então, prosseguiu Bins Ely, “seus dirigentes assumiram a gestão da Instituição, visando à arrecadação de recursos e incentivos para a manutenção dos serviços e da estrutura física, além da busca contínua da excelência no atendimento assistencial”, recebendo, em 2007 o título de filantropia.

A partir de 2011, o Hospital Vila Nova passou a atender 100% pacientes do SUS em procedimentos de média e alta complexidade, de pacientes oriundos de todo o Estado, em oito unidades de internação clínica, cirúrgica, prisional e para dependência química, além da estrutura do bloco cirúrgico, unidade de tratamento intensivo, habilitado como tipo II e emergência com protocolo de classificação de risco, e de atendimento aos pacientes privados de liberdade em duas unidades de internação prisional, e nas três equipes de saúde prisional que realizam atendimentos multiprofissionais diretamente no ambulatório dos presídios,

Presente à sessão, o prefeito José Fortunati destacou que o HVN é um exemplo e referência não apenas para a cidade e o Estado, mas para todo o país. Lembrou que a crise da saúde faz com que várias instituições no interior, por atraso e cortes dos repasses federais e estaduais, fechem as portas e leitos para atendimentos pelo SUS, e a população termina por buscar tratamento no sistema de Porto Alegre, chegando a superar os atendimentos feitos aos porto-alegrenses. Fortunati, por fim, lembrou o projeto Melhor em Casa, no qual o HVN atende aos pacientes em suas residências; atualmente com sete equipes evitando a superlotação da instituição.

Em nome da Associação Hospitalar Vila Nova, o presidente Dirceu Beltrame Dal’Molin elogiou a postura do Executivo municipal, que ao conhecer as dificuldades da instituição, a partir de 2010, buscou construir conjuntamente uma saída que permitisse a sua recuperação. Afirmou que esse trabalho também é fruto de toda a equipe de 720 colaboradores e que existe projeto de ampliação de 200 leitos, com atendimento que terá foco nas especialidades de urologia e ortopedia. Recordou que o HVN não diferencia o atendimento a qualquer paciente e lembrou as palavras da então governadora Yeda Crusius, na ocasião em que a instituição assumiu o tratamento de detentos no Presídio Central e no Madre Peletier: “O Vila Nova atende aquele paciente que ninguém quer”. Participaram da mesa dos trabalhos, além de Pujol, Bins Ely, Dal’Molin e Fortunati, o presidente do Creci, Armando Fontoura, e o diretor administrativo do HVN, Jalmir Pim.

Texto: Milton Gerson (reg.prof. 6539)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)