Comissão de Inquérito

Juliana volta a acusar grupo do PDT na CPI do ProJovem

Deputada releu texto que apresentou em dezembro quando pediu a CPI Foto: Tonico Alvares
Deputada releu texto que apresentou em dezembro quando pediu a CPI Foto: Tonico Alvares

A deputada estadual Juliana Brizola (PDT) compareceu na manhã desta quinta-feira (24/3) na Câmara Municipal de Porto Alegre onde foi ouvida pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do ProJovem. Na oportunidade, acompanhada do advogado Luiz Francisco Corrêa Barbosa, falou sobre irregularidades na Secretaria Municipal da Juventude (SMJ), apontadas por ela em dezembro de 2010, como vereadora, durante sessão plenária do Legislativo porto-alegrense. Juliana comandou a pasta da Juventude por três meses em 2005.

Na manhã de hoje, Juliana começou sua manifestação relendo pronunciamento feito em 6 de dezembro de 2010 na Câmara Municipal, onde atribui à grupo político do PDT acusações contra ela sobre irregularidades em sua gestão na Secretaria Municipal da Juventude. No texto Juliana diz que "a cidade não pode ficar à mercê de uma quadrilha que se instalou na pasta da Juventude". Em dezembro, no final de seu pronunciamento, a deputada apresentou requerimento pedindo averiguações na SMJ, o que deu origem à CPI do ProJovem.
 
Questionada sobre acusação feita pela ex-secretária adjunta da SMJ, Adriane Rodrigues, de que esta deveria repassar parte de seu salário a pedido de Juliana, a deputada negou. “Ela é uma mentirosa e faz parte do grupo do vereador Mauro Zacher, pois é ex-cunhada dele”, disse ao informar que ajuizou queixa crime contra Adriane e ingressou com representação na Comissão de Ética do PDT pedindo providências. Adriane apresentou seu depoimento na CPI do ProJovem no dia 3 deste mês.

Licitação

A deputada informou que, quando assumiu a secretaria, o ProJovem já vinha sendo executado e que, juntamente com a coordenadora do programa à época, Cleci Jurach, fez relatório atestando problemas encontrados no andamento da proposta. “Inclusive apontamos caminhos para solução e recebemos o aval do prefeito José Fogaça para que adotássemos medidas cabíveis de modo que os alunos não ficassem sem aulas e nem professores sem pagamentos”, comunicou Juliana salientando que vai enviar este relatório à Comissão.

Ela disse ainda que quando assumiu a pasta da Juventude, a secretaria já estava conveniada com a Fundação Educacional e Cultural para o Desenvolvimento e o Aperfeiçoamento da Educação e da Cultura (Fundae), programa do Governo Federal para jovens carentes com oferecimento de cursos de formação. “Então pedi, através de oficio ao prefeito, que fosse feito um processo licitatório no sentido de legalizar o contrato de execução do ProJovem, pois entendia ser mais transparente”, disse. Conforme Juliana, ela até sugeriu um modelo de edital para isso.

Juliana comentou ainda visita feita ao Ministério Público do Trabalho tratando do inquérito sobre a terceirização das atividades educativas do ProJovem. “Sabemos que é um problema deste programa, mas as regras preveem estas terceirizações”, disse a deputada. Sobre a utilização da estrutura da secretaria na eleição do Conselho Tutelar, Juliana disse que  somente ouviu falar. “Não tenho conhecimento, apenas ouvi boatos sobre isto”. Questionada sobre a Associação dos Moradores da Vila Tronco (Amavitrom), Juliana disse não conhecer o presidente, Paulo Jorge Amaral.

A deputada também entregou ao presidente da CPI, vereador Luiz Braz (PSDB), uma série de documentos relacionados à sua gestão na Secretaria Municipal da Juventude. “Sobre a quadrilha que falei em minha manifestação aqui na Casa, estes documentos dizem quem faz parte”, declarou.

Regina Andrade (reg. Prof. 8423)

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