Plenário

Líderes avaliam projeto do Plano Municipal de Educação

No período de Lideranças da sessão ordinária da Câmara Municipal de Porto Alegre desta quarta-feira (24/6), os vereadores avaliaram questões ligadas ao projeto do Plano Municipal de Educação, em discussão para votação no plenário:

DEBATE - Jussara Cony (PCdoB) cumprimentou os movimentos sociais presentes na sessão plenária e destacou a importância da aprovação do Plano Municipal de Educação para Porto Alegre. "Nosso país ainda possui índices altos de analfabetismo e ainda um grande número de alunos em reprovação. Estamos distantes das metas estabelecidas." Conforme citou, a luta por melhorias na educação é diária. Jussara ainda solicitou o apoio dos colegas vereadores para que o plano seja resgatado. Ao finalizar, Jussara frisou: "O que faremos hoje a tarde entrará para a história da nossa cidade e do nosso país." (CPA)

DEMOCRACIA - "Devemos praticar a tolerância. Vivemos em um sistema democrático, o respeito é essencial", assim iniciou Sofia Cavedon (PT) ao ressaltar o projeto que inclui no currículo escolar a educação de gênero. Sofia frisou que o momento em que vive o sistema educacional do país é crítico e este é um passo à frente. "Estamos na luta a favor da inclusão. Não podemos retroceder cada vez mais. A educação no nosso município e no nosso país necessita de passos largos e à frente." (CPA)

VIOLÊNCIA - Fernanda Melchionna (PSOL) dos inúmeros casos de violência aos homossexuais no país e ressaltou que a escola deve ensinar, além de conteúdos didáticos, a tolerância. "Crianças e adolescentes passam a maior parte da sua vida nas escolas. E, por esta razão, este espaço é essencial para discutir este tema tão importante." Fernanda citou também que o Brasil é campeão em violência contra o Movimento LGBT e que, a cada 27 horas, um homossexual é assassinado no país. "A intolerância, o preconceito e o desrespeito andam lado a lado. Está na hora de pôr um basta; estamos cansados de ver em jornais que homossexuais são mortos, espancados e humilhados pelo simples fato de serem homossexuais." (CPA)

DISCUSSÃO - Clàudio Janta (SDD) avaliou que a discussão sobre a presença ou ausência do ensino de gênero no Plano Municipal de Educação é importante, mas que o debate não poderia se restringir a isso. "Acredito que não deva estar na grade curricular, mas temos
que preparar professores para falar sobre isso", defendeu. Levantando outros pontos, Janta
criticou a possibilidade de estudantes com deficiência frequentarem escolas que não as especiais. "Dizer isso em relação a um cadeirante, ok, mas em relação a um autista? Seria crime contra o educador, que não conseguiria dar a atenção necessária, e contra o aluno, que não teria o acompanhamento adequado", acredita. (CV)

DESPOLITIZAÇÃO - Para João Bosco Vaz (PDT), é preciso despolitizar o debate. "Votar a favor do PME não é contra a família e ser contrário também não é homofobia", opinou. Bosco disse não ter problema em votar de modo favorável ao PME, mas questionou o porquê de o governo federal não ter aprovado texto semelhante no Plano Nacional de Educação. "Eu não tenho preconceito. Criei os Jogos Gays de Porto Alegre. Quero este necessário debate", afirmou. (CV) 

Texto: Clara Porto Alegre (estagiária de Jornalismo)
          Caio Venâncio (estagiário de Jornalismo)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)