Comissões

Lomba do Pinheiro solicita prazos para reformas de centro social

Prédio onde são realizados diversos projetos sociais se encontra fechado por problemas estruturais

Fechamento do CRIP Lomba do Pinheiro e desocupação Clube de Mães e escola de samba. Na foto:
Comissão solicitará ao Executivo que elabore novo laudo e que informe prazos para as obras. (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)

O fechamento do Centro de Relação Institucional e Participativa (CRIP) pelos problemas do telhado e a consequente desocupação do Clube de Mães e da Escola de Samba Mocidade do bairro Lomba do Pinheiro foram pautas trazidas por solicitação do vereador Aldacir Oliboni (PT) para a reunião desta terça-feira (5/6) da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh).  A principal reclamação dos moradores é que o CRIP foi deslocado para o bairro Partenon, consequentemente tornando indisponível a oferta de projetos sociais que consideram fundamentais para o bem estar da comunidade.

Oliboni acredita que, principalmente pelo caráter social do Centro, o local é de grande importância para o bairro. “São várias as ações ali desenvolvidas. Nós, vereadores, que circulamos por toda a cidade e somos abordados pelos cidadãos, temos a responsabilidade de cobrar do poder público”, disse justificando a pauta. As discussões sobre esta pauta foram coordenadas pela vereadora Comandante Nádia (MDB), presidente da Cedecondh.

Vandalismo

Raul Sérgio dos Santos, presidente da Associação de Moradores da Lomba e residente há mais de 45 anos, considera que a atual área do CRIP lembra uma cenário de guerra, totalmente vandalizado, dominado pelo consumo e tráfico de drogas e prostituição. “É um retrocesso. É fácil cobrar pelo IPTU, mas é preciso dialogar com a comunidade para averiguar suas necessidades. Somos antigos moradores, conhecemos os problemas. Estamos sempre correndo atrás”, disse.

Maristela Maffei, representando o Clube de Mães da Lomba do Pinheiro, recordou que a área onde se encontra o CRIP é uma antiga solicitação da comunidade, sendo considerada uma necessidade unânime nas negociações do Orçamento Participativo. Lá, desenvolvem-se projetos de horta comunitária, aulas de capoeira e oficinas para mulheres. “É um bem municipal registrado, uma conquista da Lomba. Não é apenas um campão. Aquela área é prioritária para nós”, declarou.

Carlos de Souza, Secretário Adjunto da Secretaria Municipal de Relações Institucionais e Articulação Política (SMRI) esclareceu que a desocupação do Centro é justificada por problemas estruturais que a construção aparenta, conforme descrito por laudo técnico. Carlos também explicou que as ocorrências de vandalismo no local se intensificaram de 2017 em diante em decorrência da falta de patrulhamento da Guarda Municipal. Justificou que o baixo número de guardas municipais é insuficiente para patrulhar até mesmo locais prioritários, como escolas. De qualquer maneira, a viatura da Guarda Municipal existente é impedida de realizar o patrulhamento por causa dos grupos criminosos que controlam o tráfico de drogas na região.
Insegurança

Professor Alex Fraga (PSol) destacou que o bairro sofre com alteração na tabela de horários do transporte coletivo. O pedido da ATP à EPTC, para limitar a circulação dos ônibus somente até as 22 horas, motivado pela insegurança decorrente da insuficiência da Guarda Municipal, prejudica principalmente trabalhadores e estudantes noturnos. Lamentou a falta de atenção da prefeitura com a região. Segundo ele, em comparação ao desenvolvimento imobiliário na região, existem poucos investimentos para expansão da capacidade hídrica, de energia e de transportes.

Mônica Leal (PP) questionou o laudo apresentado pelo Executivo. Considerou-o inválido pois não resulta de uma perícia técnica, mas é apenas fruto de observações visuais. Além disso, destacou a importância do Centro e dos seus trabalhos desenvolvidos para a comunidade do bairro, inclusive contribuindo para a segurança preventiva da região.

Representando a Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, João Batista Alves Rodrigues reiterou que a limitação no acesso ao Centro ocorre por uma questão de responsabilidade. Segundo ele, ficou acertado que o Clube de Mães e a Mocidade seriam temporariamente transferidas para duas casas pré-construídas de madeira. No entanto a alternativa proposta não demonstrou-se eficiente, já que as casas se mostraram frágeis ainda no deslocamento. Apesar disso, lembrou que o secretário Luciano Marcantônio prontamente solicitou a abertura de processos licitatórios para a reconstrução do telhado do CRIP e para a reconstrução do prédio do Centro de Artes e Esportes Unificado (CEU), que teve a atual obra interrompida por judicialização decorrente de problemas com a empreiteira.

Moisés Barboza (PSDB) pediu desculpas aos moradores pelo fato da prefeitura não dispor dos equipamentos necessários para a realização do teste de capacidade de carga do telhado. Lembrou que a transferência do CRIP é somente temporária, lamentando a falta de interesse da comunidade em lhe convidar para as suas reuniões. Diminuindo o diálogo, segundo ele, por questões ideológicas, políticas e partidárias que não contribuem para a melhoria da comunidade.

“A lomba não tem praças. Se quisermos tirar crianças e adolescentes das ruas, precisamos manter espaços sociais, culturais, de esporte e de lazer”, afirmou a presidente da Comissão, vereadora Comandante Nádia (MDB). Como encaminhamento da reunião, em acordo com os demais vereadores presentes, definiu que será solicitado ao Executivo para que desenvolva um laudo de perícia de engenharia sobre o estado do prédio do CRIP. Via ofício, também serão solicitados prazos para a transferência das casas temporárias e para o retorno do CRIP. Após a emissão das solicitações, será marcada uma reunião da comissão no local.

Texto: Alex Marchand (estagiário de jornalismo)
Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)