Moradores da Restinga cobram construção de hospital
A construção de um hospital geral e de oito postos do Programa de Saúde da Família (PSF) na Restinga / Extremo-Sul da Capital - com um total de 16 equipes de PSF e oito equipes de saúde bucal - foi tema de reunião na noite desta quinta-feira (3/7), no salão paroquial da Igreja Nossa Senhora da Misericórdia, no bairro Restinga. O encontro foi promovido pela comissão especial destinada a examinar a implantação do Sistema Integral de Saúde na região.
Em 2004, como explicado durante a reunião, foi firmado convênio entre a Prefeitura e o Hospital Moinhos de Vento (HMV), que assumiria a construção do hospital geral, de oito PSFs e de um Pronto Atendimento. Os recursos para a viabilização do projeto seriam a contrapartida da isenção de impostos que o HMV obteve a partir da sua certidão de filantropia. Apenas o Pronto Atendimento já está funcionando na Restinga e atende, em média, 300 pessoas por dia.
O vereador Carlos Comassetto (PT), presidente da Comissão, informou que a Prefeitura já havia destinado terreno para a construção do hospital em 2004, mas anunciou a troca de local pouco tempo depois. "A responsabilidade de gestão é do município. Queremos que a Prefeitura diga onde é o terreno, porque o processo já tem todas as conquistas políticas, administrativas e estruturais realizadas." Comassetto exige que o terreno e o cronograma sejam definidos para que, em breve, as estruturas possam começar a ser construídas.
Carências
"O pessoal da Restinga e do Extremo-Sul tem muitas carências, e o hospital é um equipamento extremamente necessário", considerou Everson Cunha, morador da Restinga. Ele explicou que, em alguns casos, os moradores precisam se deslocar até 30 quilômetros para receberem atendimento em hospitais do Centro. Segundo José Carlos Vieira, integrante do Conselho Municipal de Saúde, diversos pontos do projeto apresentado pelo HMV não estão de acordo com os anseios da comunidade, como o terreno apontado para a construção, localizado na Estrada do Rincão. "Eles teriam, primeiramente, que aprovar no Conselho e, depois, levar o projeto para Brasília. Mas estão fazendo o contrário.", criticou.
Entretanto, conforme o coordenador da responsabilidade social do HMV, Luiz Mattia, a equipe está avaliando todas as possibilidades e pretende, junto à comunidade, escolher uma área adequada para o atual projeto do hospital e que possa ser ampliada no futuro. "O terreno pensado inicialmente tem restrições. Estamos procurando áreas maiores e mais próximas da Restinga, indicadas pela comunidade", garantiu. De acordo com Mattia, o projeto deverá ter aprovação do Ministério da Saúde até o próximo mês para, em seguida, o cronograma das ações ter continuidade.
Participaram das discussões na Restinga os vereadores Neuza Canabarro (PDT), Ervino Besson (PDT), Dr. Goulart (PTB) e Dr. Raul (PMDB). O presidente da Câmara Municipal, vereador Sebastião Melo (PMDB), também presente no encontro, destacou que a Comissão foi criada para acompanhar a comunidade, que cresce cada vez mais na região: "A Restinga é uma cidade dentro da cidade. Temos aqui uma longa caminhada."
Taidje Gut (reg. prof. 13614)