Comissões

Moradores querem extensão da linha T11 até o Serraria

Ruas (e), Comassetto e Elias Vidal (d) Foto: Mariana Fontoura
Ruas (e), Comassetto e Elias Vidal (d) Foto: Mariana Fontoura

Líderes comunitários e moradores da zona sul de Porto Alegre reivindicam que a linha de ônibus T 11, da Carris, tenha o itinerário estendido até o Bairro Serraria. Eles solicitaram à Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação (Cuthab) da Câmara Municipal, nesta terça-feira (19/4), que os vereadores da Cuthab intermedeiem as tratativas com o Executivo municipal no sentido de atender a demanda dos moradores da Zona Sul. Um abaixo-assinado com 5 mil assinaturas foi entregue pela comunidade à Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). "É uma reivindicação antiga dos moradores da região. A EPTC está falhando na Zona Sul", disse o conselheiro do Orçamento Participativo Mauricio Melo. Ele explicou que a extensão solicitada significaria um aumento de cerca de três quilômetros no itinerário atual, passando a atender também a região onde estão localizados os quartéis militares nas proximidades do Bairro Serraria.

O presidente da Cuthab, vereador Pedro Ruas (PSOL), determinou a formação de uma comissão para tratar do problema, integrada por vereadores, moradores e técnicos da prefeitura. "É preciso um estudo que envolva a Carris e a EPTC", disse Ruas.

A EPTC, no entanto, considera difícil a extensão da linha T 11 até o Bairro Serraria. O representante da EPTC, André Krause, explicou que a T 11, da Carris, foi criada para atender principalmente o eixo da Terceira Perimetral. "O sistema de transporte coletivo funciona por bacias operacionais. A Carris atende preferencialmente as linhas transversais da cidade, enquanto os consórcios privados trabalham com as linhas radiais", disse Krause.

O técnico da EPTC acrescentou que qualquer proposta de extensão de itinerários das linhas de ônibus reuqer estudos prévios, pois gera mudanças no atendimento da linha. Segundo Krause, a extensão pode piorar o serviço prestado, pois aumenta o tempo necessário para que o veículo percorre todo o percurso, fazendo com que haja necessidade de aumentar o número de veículos da frota e gerando um tempo de espera maior para o passageiro. "O acréscimo de veículos na frota operante de uma linha de ônibus acarreta um aumento na tarifa cobrada."

O diretor técnico da Carris, Helio Mendes, lembrou que a linha T 11 nasceu em 2005, com objetivo de ligar as zonas norte e sul da Capital. Segundo ele, a T 11 transporta atualmente até 18 mil passageiros ao dia, com 20 ônibus (dez deles articulados). "A extensão da linha precisa ser bem estudada, pois a T 11 sofre problemas de superlotação. A medida viria no sentido contrário do que buscam a Carris e a EPTC, que estudam medidas para aliviar a superlotação da linha.", disse Mendes.

Vice-presidente da Cuthab, o vereador Engenheiro Comassetto (PT) observou que a solicitação da comunidade não ocorre de forma isolada, pois há um crescimento vertiginoso da região sul da cidade, gerando um aumento das demandas. "É preciso um estudo mais completo sobre o transporte coletivo na região e a possibilidade de extensão de linhas de ônibus", disse Comassetto. Segundo ele, a Zona Sul carece de um planejamento mais amplo. Também participaram da reunião os vereadores Paulinho Rubem Berta (PPS), Elias Vidal (PPS) e Alceu Brasinha (PTB).

Coqueiros

Durante a reunião realizada nesta terça-feira, os vereadores da Cuthab também receberam lideranças comunitárias da Vila Jardim dos Coqueiros, localizada no Passo das Pedras II. A presidente da Associação de Moradores Jardim dos Coqueiros, Rosa Beatriz Rocha, apresentou à Comissão e aos representantes do Executivo presentes à reunião as demandas da comunidades. O líder comunitário da região e vereador suplente Emerson Dutra (PSOL) também falou em nome dos moradores e pediu a intermediação da Cuthab nas tratativas com o Executivo.

Entre as reivindicações apresentadas estão as seguintes: pavimentação do Beco dos Coqueiros; colocação de semáforo na esquina da Rua Tenente Ary Tarragô com Beco dos Coqueiros; limpeza do arroio e das bocas-de-lobo da Vila; contratação de oficineiros para oficinas de capoeira e futebol; criação de um centro de referência em capacitação comunitária; reassentamento de famílias que estão em área de risco, em área de escola ou na área pertencente à Smam; e colocação de redutores de velocidade na Avenida Vitória, em razão de atropelamentos recentemente ocorridos devido ao fluxo intenso de carros.

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)