Exposição

Mostra homenageia Sadi Schwerdt, ex-vereador e ex-craque do Inter

O autor da lei que criou os táxis-lotação lançou sua autobiografia e estará na Câmara na tarde desta segunda-feira

  • Sessão de autógrafos e exposição de documentos do ex-jogador de futebol e ex-vereador da CMPA, Sadi Schwerdt.
    Sadi (sentado) compareceu à abertura da exposição, na manhã de sexta (Foto: Henrique Ferreira Bregão)
  • Sessão de autógrafos e exposição de documentos do ex-jogador de futebol e ex-vereador da CMPA, Sadi Schwerdt.
    A chuteira de jogador de futebol e capitão eternizada em bronze (Foto: Henrique Ferreira Bregão)
Com a presença do homenageado, de familiares e vereadores, a Câmara Municipal de Porto Alegre abriu, na manhã desta sexta-feira (8/12), no saguão do Plenário Otávio Rocha, uma exposição sobre Sadi Schwerdt, ex-vereador e ex-capitão do Internacional. São objetos - como uma chuteira eternizada em bronze -, flâmulas, faixas de campeão de 1969/1970, medalhas, recortes de jornal, documentos, fotos e originais de importantes leis de sua autoria, como a da criação dos táxis-lotação e a do aumento do número mínimo de passagens escolares nos ônibus da Capital. Na segunda-feira (11/8), a partir das 13h30min, Sadi estará novamente no local, conversando com o público e divulgando sua autobiografia - intitulada Nosso Capitão (Editora Libretos, 2017). 

Nascido em 1942 em Arroio dos Ratos (RS), Sadi foi vereador pelo MDB de 1973 a 1982. Na primeira eleição, recebeu 12.486 votos, sendo o segundo mais votado, atrás somente de Glênio Peres, do mesmo partido. Entre outras bandeiras, esforçou-se para buscar soluções para o transporte coletivo, tendo como prioridade o bem-estar da população e ainda a economia de combustível, já que, no início dos anos 70, a cidade sofria os efeitos da crise internacional do petróleo. “Cada vez mais, o usuário do transporte tinha menos opções”, conta, no livro.

Foi então que Sadi teve a ideia de propor um projeto de lei criando os táxis-lotação, para oferecer uma opção mais qualificada de transporte e contribuir para a economia de combustível, pois as pessoas poderiam usar menos seus carros. Instituído pela Lei Municipal 4.187, de 26 de novembro de 1976, o serviço funciona até hoje. “Tenho orgulho de verificar que, na década de 2010, o sistema de lotação está plenamente consolidado, operando com mais de 400 vans, que atendem, diariamente, a cerca de 57 mil passageiros”, afirma.

Outro foco de Sadi como parlamentar foram as passagens escolares, criadas nos anos 50. Mas, como ele relata na biografia, os estudantes tinham direito a pagar metade do valor da passagem somente em 50 tíquetes por mês. “Para favorecer os alunos, especialmente os mais carentes, apresentei um projeto para ampliar esse número para 100, sempre que o usuário comprovasse a necessidade de utilizar duas conduções diárias para chegar à escola”, afirma o proponente da Lei Municipal 4.572, de 26 de junho de 1979. No caso dos que usavam apenas uma condução, a quantidade mínima de passagens escolares foi elevada de 50 para 75, conforme a Lei Municipal 4.683, de 20 de dezembro de 1979, também de sua autoria.

Em 1982, Sadi concorreu a deputado estadual, mas não se elegeu. Então, foi convidado pelo líder da época do PMDB na Câmara, André Forster, a continuar trabalhando no Legislativo de Porto Alegre. Entre 1983 e 1996, ocupou diversas vezes os cargos de diretor de Patrimônio e Finanças e de diretor geral. O ex-vereador e ex-jogador ainda trabalhou no governo estadual, na gestão de Pedro Simon, como diretor-administrativo da Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT). “Com satisfação, recordo que, em minha gestão, foi instituído o plano de saúde privada para os funcionários da companhia”, lembra Sadi, hoje aposentado.

Jogador vitorioso

Alem da vida parlamentar, na autobiografia - que teve preparação de textos e edição do jornalista Paulo César Teixeira - Sadi resgata a carreira no futebol e histórias de bastidores das campanhas do Inter. O ex-vereador atuou na equipe colorada de 1966 a 1969, época em que o clube reuniu esforços para construir o Estádio Beira-Rio. Como jogador, diz a orelha do livro, ele se destacava pela “técnica apurada e o espírito aguerrido”, marcando época, tanto que foi eleito o melhor lateral-esquerdo do Brasil nas temporadas de 1967 e 1968. Ele também integrou a equipe do Corínthians, em 1971, e no Atlético Paranaense, antes de jogar no Inter. Mas, aos 29 anos, porém, não pôde mais jogar, devido às sequelas de uma fratura de fêmur ocorrida em um grave acidente de automóvel.

Visitação

A exposição, organizada pelo Memorial da Câmara Municipal de Porto Alegre, com acervo pessoal de Sadi e do Legislativo, tem apoio do gabinete do vereador Reginaldo Pujol (DEM). A visitação vai até 22 de dezembro, das 9 às 18 horas, com entrada gratuita. A Câmara fica na Avenida Loureiro da Silva, 255. Informações: (51) 3220-4318.  

Texto e edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)