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Mudanças na Ipiranga: alternativa virá em 90 dias

Rosane Almeida explicou mudanças Foto: Lívia Stumpf
Rosane Almeida explicou mudanças Foto: Lívia Stumpf

O grupo de trabalho (GT) criado pelo prefeito José Fortunati para discutir alternativas ao plano diretor que prevê mudanças viárias no entorno do campus da Pontifícia Universidade Católica do RS (PUCRS) deve apresentar uma proposta no prazo de 90 dias. A sugestão da arquiteta Rosane Zottis Almeida, assessora técnica do gabinete do prefeito, foi aceita pelo vereador Elias Vidal (PPS), presidente da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) da Câmara Municipal, e pelos vereadores Engenheiro Comassetto (PT), Alceu Brasinha (PTB), Paulo Marques (PMDB), Nilo Santos (PTB) e Paulinho Rubem Berta (PPS), que também integram a Cuthab. Realizada na terça-feira (8/6), a reunião da Cuthab ouviu moradores da Vila São Judas Tadeu, localizada ao lado do campus da universidade, técnicos da prefeitura e um representante da PUCRS.

Os moradores da São Judas Tadeu reclamam dos possíveis impactos que as mudanças propostas poderão causar à comunidade e são contrários á construção de uma ponte na Avenida Ipiranga em frente à Rua Nelson Duarte Brochado, principal via de acesso à vila. O grupo de trabalho encarregado pela apresentação de uma alternativa será formado por representantes do governo do Estado, Município, moradores da São Judas Tadeu, Ministério Público e PUCRS. Ficou definido também que a proposta final do GT deverá ser apresentada aos vereadores da Cuthab, que acompanharão os trabalhos do grupo e reunirão novamente as partes envolvidas para analisar a solução indicada.

Rosane Almeida explicou que a criação do GT foi definida pelo prefeito após reunião realizada, no dia 12 de maio deste ano, entre representantes da Câmara, da Assembleia Legislativa, do Ministério Público e dos moradores, juntamente com técnicos da prefeitura. Segundo Rosane, as mudanças propostas pelo plano diretor elaborado pelos técnicos visavam a mitigar o impacto causado pela aumento do fluxo de veículos no entorno da PUCRS. O plano diretor previa o alargamento da Rua Nelson Duarte Brochado, a fim de garantir largura mais adequada para a via e mais segurança para a circulação de pessoas. Os protestos dos moradores da São Judas Tadeu, no entanto, fizeram com que o Executivo optasse pelo alargamento da Avenida Cristiano Fischer, sustando as mudanças na Nelson Duarte Brochado.

A arquiteta não afastou a possibilidade de uma futura remoção da vila, com a devida indenização das famílias, caso seja confirmada a necessidade de alargamento da Nelson Duarte Brochado, conforme previsto no projeto original. O gravame como Área Especial de Interesse Social (AEIS) garante o direito de propriedade aos moradores da São Judas Tadeu. O coordenador de Projetos Viários Especiais da Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC), Julio Miranda, explicou que a construção de duas pontes na Avenida Ipiranga – uma na esquina com a Nelson Duarte Brochado e outra no trecho entre o campus da PUCRS e a Avenida Cristiano Fischer – visam a encurtar o trajeto de 1,5 quilômetro para os automóveis que precisam fazer o retorno no trecho entre a Cristiano Fischer e a Salvador França, na Terceira Perimetral.

Moradora da São Judas Tadeu e integrante da Associação de Moradores da Vila São Judas Tadeu (Amovita), Débora Tolfo garantiu que os moradores aceitam a construção da ponte, desde que ela seja deslocada do acesso à Nelson Duarte Brochado. Jeferson Pereira, também da Amovita, lembrou que a vila está em processo de regularização fundiária, com recursos do governo federal. "Não aceitaremos a remoção para a periferia da cidade." Flávio Rodrigues, engenheiro da PUCRS, disse que a universidade não é a maior beneficiada pelas mudanças e sim a cidade toda. "A Capital se desenvolveu naquela região, onde a PUCRS está instalada há mais de 60 anos."

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

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