Artes Plásticas

Obra vencedora do Salão de 1960 volta restaurada à Câmara

Marlene com Solidão Foto: Cláudia Inácio/CMPA
Marlene com Solidão Foto: Cláudia Inácio/CMPA

Restaurada pela própria artista, a obra Solidão, vencedora da categoria Escultura no Salão de Artes Plásticas Câmara Municipal de Porto Alegre de 1960, está de volta ao Legislativo da capital gaúcha. A peça, criada por Marlene Maria Martins, pode ser conhecida pelo publico no segundo piso da Câmara (Avenida Loureiro da Silva, 255), junto ao Plenário Otávio Rocha.

Solidão tem uma história curiosa, pelo relato de Marlene, porto-alegrense formada pelo Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ex-URGS). O prêmio repercutiu positivamente na imprensa da época, porém a obra acabou esquecida durante anos até ser resgatada pelo Memorial da Câmara. O Salão de 1960 havia sido organizado pela Associação Rio Grandense de Artes Plásticas Francisco Lisboa nos altos do abrigo dos bondes, no Centro, mas, encerrado o evento, os trabalhos vencedores foram levados para a Prefeitura, onde também funcionava a Câmara.

Com a instalação do Atelier Livre no Centro Municipal de Cultura, nos anos 70, Solidão foi transferida para o prédio da Avenida Erico Verissimo. Nessa época, Marlene trabalhava em Caçapava do Sul e só foi descobrir o paradeiro da escultura anos depois porque um artista amigo avistou a obra deitada em cima de um armário. Somente no final da década de 80, quando a Câmara já funcionava na Loureiro da Silva, Solidão ganhou uma casa definitiva. Convidada pelo Memorial para participar de uma retrospectiva dos Salões, Marlene devolveu a obra.

Homenagem ao pai

Anos em exposição na entrada do Salão Adel Carvalho da Câmara, Solidão precisava de reparos, e foi o que aconteceu em 2011. Marlene levou dois meses restaurando a obra - criada em concreto branco e pintada com uma mistura de grafite, cola e álcool quando ela ainda frequentava as aulas de escultura de Fernando Corona no Instituto de Artes. Figura feminina de mãos apoiadas sobre os joelhos, a obra transparece o sentimento da artista após a morte do pai.

Marlene é professora aposentada do Estado, mas continua trabalhando com artes plásticas. Hoje ela divide um atelier instalado em um sobrado da Avenida São Pedro, na Zona Norte, com mais três amigas: as artistas Maria Helena Wolwacs, Eloí Maria Araújo e Maria da Graça Lovatto.

Solidão pode ser visitada das 8h30min às 18 horas, de segundas a quintas-feiras, e das 8h30min às 16h30min, às sextas-feiras, no saguão do plenário da Câmara. Informações pelo telefone (51) 3220-4392, e-mail claudiah@camarapoa.rs.gov.br, ou com Marlene Martins, e-mail tresmar.sue@terra.com.br

Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)