Comissões

Ocupantes querem permanecer em conjunto na Glória

Pinheiro, ao microfone, falou pelos moradores do residencial Foto: Pedro Revillion
Pinheiro, ao microfone, falou pelos moradores do residencial Foto: Pedro Revillion

As comissões de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab), e Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh), estiveram reunidas na tarde desta terça-feira (8/4) para tratar da situação de conjunto residencial financiado pelo Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul (Ipergs), localizado na Rua Intendente Azevedo,  Bairro Glória.  Desde 1999, 166 famílias ocupam apartamentos no local. Esta é a terceira vez que o condomínio é ocupado. A primeira foi em 1982.

De acordo com a Procuradora do Estado que atua junto ao IPE, Claudia Kremer, grupo de mutuários fez um financiamento com o IPE, em 1980, que atuou como agente financeiro habitacional. Disse ainda que em 1982 a obra paralisou devido a falência da construtora. “Na época, o IPE já tinha liberado 100% da verba”.

Claudia informou também que o Instituto não é proprietário do residencial e sim as famílias que financiaram o empreendimento. “Inclusive tramitam 125 ações na Justiça reivindicando a reintegração de posse pelos mutuários”. Ressaltou ainda que a situação do prédio é crítica, não oferecendo condições de habitabilidade. “Estas famílias correm sérios riscos”, afirmou.

De acordo com o presidente da Associação dos Moradores, Ademar Morales Pinheiro, a intenção dos ocupantes é tentar intermediar um acordo entre os invasores e os proprietários.
“Queremos saber da possibilidade da permanência dos ocupantes ou a realocação das famílias para outra área disponibilizada pelo município”, questionou Pinheiro. Ele disse ainda que enquanto o local esteve abandonado, era ponto de drogados, ladrões e estupradores.

O presidente da Cedecondh, vereador Guilherme Barbosa (PT), ressaltou a importância da Procuradora do Estado na reunião para esclarecer as condições do imóvel. “Nós não sabíamos que o IPE não é o proprietário do prédio”, destacou.

O vereador sugeriu a emissão de um novo laudo técnico para saber das condições do complexo. “Se for constatado que existe possibilidade de moradia, poderá se tentar estabelecer uma negociação entre o Demhab e o IPE”.
 
Já o presidente da Cuthab, vereador Elói Guimarães (PTB), disse que a situação é extremamente complexa uma vez que o IPE não é proprietário do imóvel e não disponibilizará mais verbas para o termino da construção. “Está estabelecido um impasse. Com quem negociar?”, questionou.

Elói também sugeriu que o Demhab vá ao local para ver se realmente a situação dos moradores é de risco. “Acho que a situação estrutural do prédio é grave e as famílias correm perigo”.

Ficou acertada ainda a realização de novo encontro com representantes do Ministério das Cidades e da Caixa Econômica Federal (CEF). “Daremos seguimento ao debate até encontrarmos uma solução que contemple a todos”, prometeu Elói.

Também se fizeram presentes à reunião os vereadores Maria Luiza (PTB), Carlos Comasseto (PT), Alceu Brasinha (PTB), Ervino Besson (PDT), Dr. Goulart (PTB), Mauricio Dziedricki (PTB), João Bosco Vaz (PDT), além de representantes da Uampa, DMLU, Fasc, Dmae e da comunidade.

Regina Andrade (reg. prof. 8423)