Outubro Rosa: Imama divulga atividades de combate e prevenção ao câncer
Período de Comunicações da sessão ordinária desta quinta-feira visou das publicidade ao tema
As atividades desenvolvidas pelo Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (Imama) foram o tema do período de Comunicações, da sessão ordinária desta quinta-feira (5/9), na Câmara Municipal de Porto Alegre. Para falar do assunto, o Legislativo recebeu a presidente do Instituto, a médica Mayra Callefi, a vice-presidente Beatriz Moser e a embaixadora Altair de Canto, todas voluntárias da entidade, além de dezenas das chamadas Vitoriosas, mulheres que venceram o câncer de mama. As discussões também marcaram programação ligada ao Outubro Rosa que está sendo desenvolvida no parlamento da Capital.
“Nenhum direito a menos”, assim destacou Mayra Callefi, médica especialista no tema, sobre um dos propósitos do Imama. Defendendo a saúde e o acesso à informação, ela falou sobre a missão do Instituto em encorajar pessoas diagnosticados com câncer e explicou que a campanha da entidade neste ano tem o objetivo de incentivar o paciente ao controle da doença e, também, em alertar sobre a importância do acesso rápido ao diagnóstico e o tratamento correto. “Queremos estimular os pacientes a se envolverem cada vez mais neste processo”. Para Mayra, o emponderamento do paciente surge através da informação.
Só no Brasil, mais de um milhão de casos de câncer de mama foram registrados em 2017, e quase 15 mil vão morrer por causa da doença, segundo dados apresentados pela a médica. Para Mayra, isso acontece porque muitos pacientes chegam atrasados ao diagnóstico, estando num estágio já avançado da doença e acabam não recebendo o tratamento em tempo. “É muito comum termos medo. Mas, para tirarmos este mito é preciso que as pessoas procurem atendimento”. Há mais de 35 anos atuando na área, ela afirmou ser possível curar o câncer de mama se o tratamento for exigido e realizado com antecedência. “A primeira coisa a fazer é entender o problema, e não fugir dele”.
Os direitos de pacientes, que tem ou que tiveram a doença, e assegurados por lei, também foram destacados por Mayra que citou a Lei da Reconstrução Mamária, o Auxílio-doença, a isenção de impostos, entre outros. Além disso, a presidente do Imama falou de alguns projetos voltados à prevenção da doença, como o Imama-Móvel, o treinamento de pessoas para ajudar pacientes, propostas de educação nas escolas, e o atendimento de famílias da área rural que moram na periferia de Porto Alegre.
Outro destaque feito por Mayra Callefi foi uma conquista do Femama, organização nacional que em 2012 conseguiu que todo o doente tenha direito a ter tratamento em até 60 dias. De acordo com ela, o apoio de familiares e amigos é fundamental para o paciente. A médica ainda citou a realização da Caminhada das Vitoriosas, no dia 29 de outubro, do Parque Moinhos de Vento até à Redenção.
Alerta
A procuradora-especial da Mulher na Câmara Municipal, vereadora Comandante Nádia (PMDB), ressaltou que o Outubro Rosa visa a alertar que a prevenção e o diagnóstico precoce é a melhor forma de combate ao câncer de mama. Lembrou que, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), houve cerca de 5 mil casos de mulheres gaúchas com câncer de mama em 2016, sendo que mais de mil destes casos ocorreram em Porto Alegre. "Essas mulheres têm a sua vida interrompida, a rotina alterada e a saúde fragilizada ao enfrentar o tratamento do câncer. É preciso incentivar as campanhas de combate e prevenção e ajudar as mulheres e a sociedade a enfrentarem este problema."
Nádia também defendeu que haja mais políticas públicas efetivas no combate à doença e destacou a importância das consultas periódicas e dos exames de rotinas como a melhor forma de se proteger da doença, bem como a realização de mamografia a partir dos 40 anos de idade. Também parabenizou o Imama pelo trabalho realizado desde 1993, quando foi fundado por um grupo de mulheres que eram pacientes da médica Mayra Caleffi, presidente da entidade sem fins lucrativos "Elas começaram um trabalho para que outras mulheres não passassem dificuldades no tratamento do câncer. O Imama luta por mais agilidade em todos os processos na rede de atenção à saúde da mulher, sendo pioneiro na mobilização social e como articulador de políticas públicas."
Vereadores
Tarciso Flecha Negra (PSD) disse que adquiriu o diabetes e hoje, por ter sido diagnosticado e ter recebido informações sobre a doença, não precisa tomar nenhum remédio. "É importante que a doença possa ser identificada em seu início." Segundo ele, os vereadores precisam ser solidários na luta contra o câncer de mama. "É uma luta de toda a sociedade. As mulheres precisam ser informadas de que devem fazer a prevenção todos os anos. É importante para as mulheres e também para os homens." (CS)
Aldacir Oliboni (PT) disse que é preciso reflexão e apoio ao combate ao câncer de mama, pois nem todas as pacientes têm condições de ter plano de saúde privado e acesso precoce ao tratamento. "O SUS não tem disponibilidade real para que as mulheres sejam tratadas precocemente, enquanto os planos de saúde privados permitem fazer tratamento em tempo adequado. O Imama tem um extraordinário papel na medida em que faz a interlocução, orientando as mulheres para que façam o diagnóstico precoce." Também ressaltou a importância de que as mulheres possam ser diagnosticados nos próprios postos de saúde onde procuram atendimento. (CS)
Mônica Leal (PP) disse que o Imama é uma entidade séria e comprometida com o trabalho incansável no combate à mortalidade pelo câncer de mama. Segundo ela, o movimento mundial Outubro Rosa visa a dar mais visibilidade à luta contra o câncer de mama. "A Câmara deve ser também mensageira sobre a necessidade de mais informações sobre a doença. O Imama é capitaneado de forma admirável pela médica Mayra Caleffi." Destacou a importância e alcance do trabalho realizado pela entidade em benefício das mulheres gaúchas, sendo o Rio Grande do Sul o estado com maior incidência de câncer de mama no país. "Precisamos das mulheres vivas, é importante a conscientização do cuidado de cada mulher consigo mesma. (CS)
Sofia Cavedon (PT) destacou que o estresse é uma das causas mais apontadas pelos especialistas para a incidência de câncer e outras doenças graves. Relacionou essa situação a qual passa, atualmente, o funcionalismo municipal, que sofre, desde o início do ano várias formas de assédio. A vereadora salientou que, ao invés de estar assediando os servidores, ameaçando com o corte de ponto, deveria o prefeito incentivar e motivar a categoria para, junto com o IMAMA, estar somada a campanha do Outubro Rosa, visando a divulgação de meios de prevenção e ao trabalho de orientação para quem já sofre a doença. Sofia ressaltou, ainda, ações do instituto referente à elevação da autoestima das mulheres vítimas de câncer e cobrou do prefeito municipal agressões a autoestima das servidoras. (MG)
Textos: Munique Freitas (estagiária de Jornalismo)
Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
Milton Gerson (reg. prof. 6539)
Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)