Sessão Solene

Pároco da Igreja Pompéia recebe o título de Cidadão

Padre Giovanni (centro-esquerda) com Todeschini (d) e os representantes das religiões islâmica e judaica  Foto: Elson Sempé Pedroso
Padre Giovanni (centro-esquerda) com Todeschini (d) e os representantes das religiões islâmica e judaica Foto: Elson Sempé Pedroso

O padre Giovanni Corso, pároco da Igreja Pompéia, recebeu, na tarde desta terça-feira (11/12), o título de Cidadão de Porto Alegre, concedido pela Câmara Municipal da Capital em reconhecimento ao trabalho de personalidades não nascidas na cidade. Proposta pelo vereador Carlos Todeschini (PT), a solenidade foi realizada no Plenário Otávio Rocha, com a presença de paroquianos, religiosos e amigos do padre, além de autoridades.

Nascido em Fonzaso, Itália, em 1937, padre Giovanni freqüentou o seminário dos scalabrinianos - os missionários dos migrantes - e estudou Filosofia e Teologia na cidade de Piacenza. Ordenado sacerdote em 1962, chegou ao Brasil no mesmo ano, para atuar nas paróquias de Encantado (RS), Anita Garibaldi (SC), Campos Novos (SC), Passo Fundo (RS), Guaporé (RS) e Cascavel (PR). Coordenou a formação de seminários e promoveu a fundação do Movimento Leigo Scalabriniano. Também lecionou Filosofia na Universidade de Passo Fundo e no Instituto Berthier, na mesma cidade. Já como pároco da Igreja Pompéia, passou a dirigir o Centro Ítalo-Brasileiro-Americano de Apoio ao Imigrante (Cibai) e o setor de Migrações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), desde 2002.

Todeschini afirmou que padre Giovanni merece todas as homenagens por encarnar a causa dos migrantes e excluídos. "Com sua equipe, ele se dedica aos migrantes pobres, que, muitas vezes, são vítimas de trabalho escravo e do descaso do Estado." Conforme Todeschini, padre Giovanni levanta uma causa da maior relevância e significa uma luz de futuro, de bondade e de humanidade, mostrando que, para Deus, não existe fronteiras.

Padre Giovanni agradeceu o diploma e a medalha que representam o título, e a presença de líderes de diversas religiões na solenidade. Levando um pão à tribuna, definiu os migrantes como as pessoas que partem de suas terras para poder "ganhar pão e liberdade". "Eles querem espaço para crescer de maneira digna, mas encontram dificuldades para isso", afirmou. "Vocês não sabem o que é viver sem uma carteira de identidade, sem rosto, sem fisionomia." Segundo o religioso, seu desejo é de que o título se transformasse no reconhecimento de todos estrangeiros e em leis mais humanas para os povos. Contou que levou uma carta ao ministro da Justiça, Tarso Genro, na qual pediu a anistia para os migrantes. "Falei para o ministro: se o senhor quer, pode", declarou.

Em nome de suas bancadas, saudaram o padre os vereadores Adeli Sell (PT) e João Carlos Nedel (PP). Além da presidenta da Câmara, vereadora Maria Celeste (PT), compuseram a Mesa o vigário-geral da Cúria Metropolitana, Tarcísio Scherer; o diretor-presidente do Conselho do Ensino Religioso do RS, reverendo padre Enrique Illarze; o superior provincial, padre Adilson Busin; o cônsul-geral do Uruguai, Pablo Scheiner; o cônsul honorário da Colômbia, Orlando Ortega; o presidente do Comites, Carmíne Motta; o diretor-executivo da Federação Israelita do RS, Albert Poziomik; e os representantes do Centro Cultural Islâmico, Ahmad Ali, e do Conselho dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre, padre Roberto Paz 

Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)