Plenário

Lideranças

Os vereadores de Porto Alegre abordaram os seguintes temas nos tempos de Lideranças da sessão desta segunda-feira (9/11):

CONFUSÃO - João Antonio Dib (PP) chamou de confuso o pronunciamento de Carlos Todeschini (PT) no período de Grande Expediente. "O vereador confundiu investimento com orçamento", disse. Dib afirmou ter toda a tranquilidade e conhecimento para garantir que a prefeitura não arrecadará menos R$ 258 milhões do que o previsto para este ano. Dib também rebateu a informação do petista de que o presidente Lula investe mais em saúde do que os demais governantes da União. Segundo Dib, Porto Alegre começou a receber muito menos recursos para a saúde depois que Lula assumiu a Presidência. "Não chega a 4% o que ele investe, e quem recebe menos não pode fazer mais", disse. Na opinião de Dib, é preciso ter mais cuidado na hora de "agredir o prefeito". (CB)

ORÇAMENTO - O vereador Engenheiro Comassetto (PT) fez reflexão sobre o orçamento apresentado pelo Executivo à Casa que, segundo o vereador, "é uma peça de ficção", pois os projetos acabam não se realizando de fato. "O secretário, no final do ano, anuncia que a prefeitura está no azul", disse Comassetto. "Assim é fácil, a prefeitura no azul e o povo no vermelho, porque fica esperando que as políticas aconteçam e elas não se realizam", concluiu. (CK)

REPÚDIO - Mauro Zacher (PDT) sugeriu ao plenário a realização de uma moção de repúdio à universidade que expulsou a estudante de Turismo em São Paulo. Ao elogiar a postura do Ministério da Educação (MEC) - que exigiu explicações da reitoria da instituição sobre o ocorrido -, Zacher lamentou que existam ainda manifestações explícitas de machismo e autoritarismo em pleno século XXI. "Comportamentos deste tipo deflagram a sexualidade mal trabalhada nas escolas e na educação de crianças e adolescentes", reiterou ao rechaçar a postura arbitrária da universidade que deveria ser um ambiente de "tolerância, efervescência de ideias, formação de valores e discussões humanistas". (ES)

PDDUA - Sofia Cavedon (PT) manifestou a posição da bancada do PT em relação à votação do projeto que revisa o Plano Diretor. "Durante a Comissão, debatemos, analisamos e mantivemos a nossa posição clara em relação aos problemas contidos no PDDUA". De acordo com Sofia, o plano atual está cheio de emendas que representam os setores especulativos que não se importam com a qualidade de vida da sociedade. "Não reduzir índices construtivos é muito grave para a cidade", exclamou. Conforme explicou não há tentativa de retardar a discussão, mas sim chamar a sociedade para participar. "Votaremos o projeto em novembro, mas com qualidade, com atenção e com critério", disse. (ES)

PDDUA II - Luiz Braz (PSDB) defendeu que a revisão do Plano Diretor da Capital não pode privilegiar o embate entre oposição e situação, mas deve produzir um texto final que seja bom para a sociedade. "Não pode ser vitória de um lado e derrota de outro, tem de ser uma vitória da cidade. O Plano Diretor vai determinar como as pessoas vão viver na cidade, é uma responsabilidade de todos os vereadores." Observou que alguns temas, como as Áreas de Interesse Cultural, podem não obter consenso, mas defendeu que a comissão paritária a ser formada possa fazer estudo que permita subsidiar decisões sobre assuntos complexos e polêmicos. "É preciso que prevaleça o interesse geral da sociedade." (CS)

PDDUA III - Pedro Ruas (PSOL) disse que a revisão do Plano Diretor se constitui em debate da maior relevância, pela capacidade de influir sobre a qualidade de vida dos porto-alegrenses. "O Plano Diretor de 1999 é ruim, concedeu muitos benefícios ao setor imobiliário e pouco progresso para a cidade. O atual, no entanto, segue mesma linha. O ruim pode ficar pior ainda.", alertou. Ruas observou que os interesses capitalistas acabam se sobrepondo aos da cidade e defendeu que se imponham limites como a proteção à orla do Rio Guaíba. "A preocupação com a cidade tem de presidir os atos dos vereadores. Temos de deixar o avanço como a nossa marca, não o retrocesso." (CS)

PDDUA IV - Reginaldo Pujol (DEM) lamentou o adiamento do debate sobre a revisão do Plano Diretor. Segundo ele, a revisão do PDDUA se propôs a priorizar a Macrozona 1, mas estão sendo cobradas mudanças em questões que a revisão não se propôs a discutir. Pujol disse consdierar normal a divergência de opiniões durante o debate sobre o Plano Diretor, mas rejeitou desqualificar qualquer opinião divergente. Ele disse considerar excelente o Plano Diretor aprovado pela Câmara em 1979, mas discordou do vereador Pedro Ruas (PSOL) de que o atual seja ruim. "Não ajudei a construir a proposta do governo. Não acho que o Plano de 1999 seja o melhor, mas também não considero que seja o pior." (CS)

PDDUA V - Valter Nagelstein (PMDB) ressaltou ter tentado estabelecer mediação entre o governo e os vereadores na discussão sobre o Plano Diretor. Afirmou que, como líder do governo, tentou buscar um "meio termo", sem consagrar o desenvolvimento desmedido ou que não se mexesse na cidade. Nagelstein refutou a crítica de Sofia Cavedon (PT) de que ele não teria participado das discussões sobre o Plano Diretor e explicou que se manteve distante para possibilitar que o debate "seguisse seu curso natural". Também alertou que não se pode fazer debate maniqueísta sobre a matéria. "O Plano Diretor interessa a todos. Espero que na sessão de quarta-feira possamos correr pauta (do projeto)." (CS)

Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)
Carla Kunze (reg. prof. 13515)
Ester Scotti (reg. prof. 13387)
Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)