Sessão Ordinária / Lideranças
No período de Lideranças desta quarta-feira (07/03), na Câmara Municipal de Porto Alegre, foram destacados os seguintes temas pelos parlamentares:
NECESSIDADES ESPECIAIS - Cláudia Araújo (PSD) destacou a necessidade de escolas inclusivas para portadores de necessidades especiais em Porto Alegre. “O aluno com necessidades especiais tem os mesmos direitos a educação que qualquer cidadão e, para isso se tornar realidade, o sistema educacional precisa passar por amplas mudanças. ” Lembrou que a Capital possui apenas cinco escolas conveniadas que atendem alunos especiais, salientando a falta de professores especializados para a inclusão de pessoas com deficiência no ensino regular. Ressaltou, por fim, que dificilmente programas de inclusão serão bem sucedidos sem a devida especialização dos professores. (AF)
MULHERES - “É uma honra ter a presença dessas duas companheiras: Natália, que já foi nossa assistente social, e Luísa, que tem lutado bravamente pelo segmento LGBT”, declarou Adeli Sell (PT). Constatou que a prefeitura cortou dois terços da aplicação para o programa Adote um Escritor, desejando a derrubada do seu veto. Ressaltou que esta é uma semana das mulheres, não só pela sua presença na Câmara Municipal, mas pela discussão de temas de seu interesse, tratando da igualdade e da dignidade da pessoa humana. “Estamos aqui para lutar, e não apenas na Semana Internacional da Mulher, nós falaremos 365 dias por ano”, disse ele, ao informar do aumento de 11,6% na violência contra a mulher por lesão corporal na cidade. (AF)
PREFEITURA - Mauro Zacher (PDT) disse estar acompanhando as manifestações da Prefeitura Municipal, que sempre destaca a situação ruim das suas finanças, afirmando que somente mudanças estruturais permitirão que o governo entregue à população os serviços necessários. “Traduzindo o que o governo profetiza sobre as finanças públicas: se não privatizar a Carris, se não conseguir aumentar o IPTU, se não conseguir aumentar a base do ISS, as ruas continuarão esburacadas, o mato continuará grande nas praças e as luzes da cidade continuarão apagadas”, declarou. Segundo o vereador, a Prefeitura de Porto Alegre age como se as gestões anteriores não houvessem passado por crises semelhantes ou piores e diz querer resolver os problemas através da elite. Para Zacher, as mudanças devem ser feitas de todos para todos. (AF)
EDUCAÇÃO - “Com essas substituições queremos reafirmar, nesta Semana da Mulher, o direito à liberdade, à diversidade e à democracia plena, sem discriminação ou violência”, disse Sofia Cavedon (PT), sobre a presença de Luísa e Natália. Afirmou que para a construção de um mundo mais livre é necessário erradicar a construção de homens machistas e mulheres submissas, por meio de uma educação libertária, cidadã e sem estereótipos, que problematize as manifestações do senso comum e do conservadorismo. Sofia falou, ainda, sobre o que chamou de programa regressivo do governo Temer, que, para ela, atinge direta e negativamente a vida das mulheres brasileiras. Desejou, por fim, que se tenha uma educação aproximada da cultura e "encharcada de literatura", capaz de romper com preconceitos e ampliar horizontes. (AF)
ADOTE I – Moisés Barboza (PSDB) afirmou ao plenário que deverão ser dispostos pelo município, neste ano, para o Projeto Adote um Escritor, cerca de R$ 300 mil. Este valor deverá cobrir a visita de escritores às escolas, a aquisição de livros e visita de alunos à Feira do Livro. Conforme o vereador, em 2017 foram destinados R$ 214 mil para este programa. Barboza também disse que a sugestão do vereador João Bosco Vaz (PDT), de que os ônibus urbanos passem a ter publicidade também nas laterais, foi acolhida pela prefeitura e deverá ser colocada em prática já nos próximos dias. Ele saudou ainda a presença de novas colegas no plenário, duas das quais assumiram nesta tarde, mas lamentou que ainda exista muito preconceito. “Uma das formas que me preocupa é o preconceito político-partidário”, salientou. (HP)
SENSIBILIDADE – Rodrigo Maroni (Pode) disse que o Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, não é só um dia, mas um símbolo: “Esta é uma luta permanente e diária”. Afirmou ainda que a data não deve ser comemorada apenas pelas mulheres, mas também pela população LGBT. “As mulheres vivem em um mundo conservador ainda hoje”, lamentou e completou: “Não é difícil encontrar, ainda hoje, uma família que não tenha uma lógica machista”. O vereador ainda lembrou que seu trabalho está ligado principalmente à defesa dos animais. “A maior parte das protetoras são mulheres ou homossexuais. Isso não é espantoso, pois quem gosta de animais tem um vínculo direto com a sensibilidade e compreende os seres pelo seu sofrimento”. (HP)
ADOTE II – “Esse programa é da cidade e precisa permanecer.” Ao fazer essa afirmação, Fernanda Melchionna (PSOL) lembrou que o Adote um Escritor existe há 17 anos em Porto Alegre e já chegou a ter como orçamento R$ 1 milhão para cobrir as atividades previstas, com um atendimento de 15 mil crianças. A vereadora lembrou que a visita à Feira do Livro, uma das atividades previstas no programa, muitas vezes também se constitui na primeira vez que crianças de periferia vem ao centro da Capital. Fernanda lembrou ainda que ouviu hoje, pela primeira vez, que o governo municipal irá destinar R$ 300 mil para essas atividades. “Ora, se pretende destinar verba, por que não gravar no Orçamento?”, questionou. “Não está, não tem (no orçamento) nenhum centavo para a leitura.” (HP)
PASSAGENS – “O choro da prefeitura aqui é um mantra. Vou fazer um mantra contrário.” Com essas palavras, Cláudio Janta (SD) lembrou que a Câmara Municipal já aprovou vários projetos de interesse do Executivo e disse que, caso o prefeito queira ter novas propostas aprovadas, como o da planta do IPTU, será necessário que a cidade tenha algum retorno. “Aprovamos o teto para o funcionalismo, mas o prefeito cedeu.” Conforme o vereador, o prefeito disse que servidores com bons salários iriam ajudar a cobrar dívidas de inadimplentes. “Isso não foi feito.” Janta lamentou ainda que o prefeito tente jogar a população contra a Câmara e afirmou que o cálculo das tarifas do transporte coletivo urbano é feito por um conselho que nunca em sua história rejeitou um pedido de aumento. “Nunca se mexeu nesse conselho, e tem gente lá interessada no cálculo das tarifas”, afirmou. (HP)
Textos: Adriana Figueiredo (estagiária de Jornalismo)
Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)