Plenário

Sessão Ordinária / Lideranças

Nos discursos de Lideranças na sessão plenária desta segunda-feira (31/3), os vereadores de Porto Alegre trataram dos seguintes temas:

GOLPE MILITAR - Mario Fraga (PDT) anunciou a realização do seminário Jango - As Reformas de Base e o Golpe de 64, que ocorrerá nos dias 2, 3 e 4 de abril na Assembleia Legislativa. “São 50 anos do golpe, e nós não temos nada para comemorar. Os fatos ainda não foram revelados, estamos atrás da verdade”, afirmou. De acordo com Mario Fraga, o seminário se propõe a discutir as Reformas de Base, propostas por Jango em 1964, e a luta para desvendar o Golpe Militar. (TA)

PRECONCEITO  - Tarciso Flecha Negra (PSD) falou sobre o episódio de racismo que ocorreu no Gre-Nal de ontem (30/3), quando alguns torcedores do grêmio ofenderam um jogador do Internacional. “Eu não poderia deixar de vir aqui lamentar este episódio. Venho carinhosamente pedir ao torcedor gremista para chutar o preconceito racial”, disse. “Ganhar e perder faz parte do jogo. Precisamos de respeito, afinal, o Gre-Nal é uma festa de integração”, afirmou. (TA)

GOLPE MILITAR II - “50 anos é muito tempo”, afirmou Idenir Cecchim (PMDB). Durante sua fala na tribuna, o vereador afirmou que não preparou um discurso sobre o assunto, pois o tema é um assunto “que já passou”. De acordo com o vereador, todos os partidos políticos merecem respeito. “Todos os partidos, com a exceção de um, se abrigaram no MDB, e por muito tempo foi nele que defenderam a democracia.” (TA)

GOLPE MILITAR III - Pedro Ruas (PSOL) anunciou o seu repúdio ao cinquentenário do Golpe. “Quero ressaltar nossa descomemoração ao golpe”, afirmou. Houve perseguições, prisões, torturas, exílios. Isto é um crime de Estado e contra a humanidade, e estes crimes não prescrevem”, ressaltou o vereador. De acordo com Pedro Ruas, nossa geração tem a obrigação de identificar responsáveis. “Sabemos dos crimes bárbaros que foram cometidos, precisamos de ressarcimento, precisamos da verdade.” (TA)

PROCEMPA - Mauro Pinheiro (PT) explicou que votou contra o relatório final da CPI da Procempa, aprovado hoje de manhã, porque não concorda com a lista de responsabilizados apresentada pelo relator, vereador Nereu D"Avila (PDT). Segundo ele, é necessário indiciar o ex-prefeito José Fogaça e o atual, José Fortunati, por omissão, "pois sabiam das irregularidades e não tomaram providências". Para Pinheiro, há envolvimento também do ex-secretário de Gestão Clóvis Magalhães e do atual, Urbano Schimit, que igualmente não foram responsabilizados no relatório de Nereu. "Há responsabilidade do governo municipal sim, e existem documentos que comprovam isso." (MAM)

DITADURA - Engenheiro Comassetto (PT) relembrou dos anos da ditadura civil-militar no Brasil e a importância do debate sobre o tema. “Tem que ser discutido e analisado sempre, principalmente por aqueles que viveram esse período, para contarem aos mais jovens”. O vereador elogiou a Comissão da Verdade, afirmando que o país se torna uma referência mundial quando busca a abertura dos arquivos de órgãos como o DOI-Codi. “Essa Casa tem que lutar sempre para que a barbárie, a ditadura, não volte a se instaurar nesse meio. Temos um compromisso com a democracia”, finalizou. (JM)

ARAGUAIA - Jussara Cony (PCdoB) lembrou da luta contra a ditadura e a participação de seu partido dirigindo a Guerrilha do Araguaia. “Sou da juventude da Legalidade e tenho muito orgulho de ter participado disso”, afirmou. A vereadora ainda falou sobre a necessidade das reformas de base, em especial a reforma política e a participação das mulheres no Estado. “Não somos cotas, somos brasileiras, somos mulheres, somos trabalhadoras”, disse. Jussara terminou sua fala contando do caso da família Brum, de São Sepé, que até hoje espera o corpo de um dos desaparecidos na ditadura civil-militar com o túmulo aberto. (JM)

DENÚNCIA - Reginaldo Pujol (DEM) falou sobre os acontecimentos de 64 e lamentou as vítimas do período, mas lembrou também dos casos de corrupção dos últimos meses no Brasil. “Respeito profundamente as famílias que tiveram vítimas nesse período sujo da história do Brasil, mas não vou me calar com o escândalo da Petrobras, não vou deixar de denunciar”, afirmou o vereador, que se solidarizou com os operários do país, “principalmente os que acreditaram na Petrobras”. Pujol ainda se disse “viúvo de 64” e vítima do golpe, pois apoiava Carlos Lacerda. (JM)

DEMOCRACIA - Clàudio Janta (SDD) recordou o período militar e suas reações para os sindicatos e para os que “tentavam estavam estabelecer a democracia”. Falou também sobre a sua militância no Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), de Carlos Lamarca, “uma das únicas pessoas capacitadas a enfrentar o regime”, segundo Janta. “Hoje podemos subir aqui nessa tribuna e criticar a Petrobras, a alta dos juros, pedir direitos iguais, podemos ser democráticos, para que o Brasil, daqui pra frente, seja sempre assim”, afirmou. (JM)

Texto: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)
          Thamiriz Amado (estagiária de Jornalismo)
          Juliana Mastrascusa (estagiária de Jornalismo)