Plenário

Sessão ordinária / Lideranças e Comunicações

Movimentação de plenário
Discursos desta quinta trataram da invasão ao Plenário ontem (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

Na sessão ordinária da tarde desta quinta-feira (6/7) da Câmara Municipal de Porto Alegre os parlamentares explanaram sobre os seguintes assuntos:

INVASÃO - “Nós votamos com a consciência. Não se muda opinião no grito. Sou convencido com bom argumento, mas no grito e na pressão física, não”, declarou Idenir Cecchim (PMDB) ao iniciar seu discurso sobre a votação e a invasão ocorrida na sessão de ontem (5/7). Cecchim disse que a invasão do Plenário era “tudo aquilo que a sociedade não queria ver” e que “não vamos nos dobrar a invasões, principalmente a do Plenário”. “Eu não permitirei. Voto de acordo com minha convicção e com minha consciência”, enfatizou. (CM)

INVASÃO II - Mônica Leal (PP) também se manifestou sobre a invasão dos servidores municipais ao Plenário Otávio Rocha ocorrida no inicio da noite de ontem (5/7). “Esses movimentos são organizados. Eu estava observando as galerias quando os vândalos, porque não são cidadãos, os vândalos, baderneiros e criminosos invadiram esse Plenário”. Mônica afirmou que o Parlamento é completamente desarmado e que “foi violenta a forma como a invasão aconteceu”. Ela ainda criticou a postura do vereador Roberto Robaina (PSOL), que “ofende em público e pede desculpas ao pé do ouvido”, relatando que ele havia feito isso, ontem, com ela e com a vereadora Comandante Nádia (PMDB). (CM)

INVASÃO III - “Foi um triste dia ontem”, lamentou Moisés Maluco do Bem (PSDB). “Não me importa se é esquerda ou direita ou se serão cumpridas as regras morais e políticas de boa vizinhança, porque se acontecer algo semelhante (como a invasão de ontem), me comportarei da mesma forma: defendendo os vereadores do que os meliantes e vândalos fizeram aqui”. O vereador agradeceu à Guarda Municipal pelo auxílio prestado na sessão desta quarta-feira (5/7), antes de convidar os colegas da Casa para a inauguração do Teleoftalmo no Hospital Restinga, na próxima segunda-feira (10/7) às 11 horas. (CM)

ANALOGIA - Fazendo uma analogia com o que ocorreu na Câmara Municipal nesta terça-feira (5/7), João Bosco Vaz (PDT) disse que “no futebol se ganha na bola. Não se ganha na invasão de campo nem no tapetão. E aqui nós temos que ganhar ou perder no argumento, no voto”, explicou. Bosco, que votou contra o projeto de lei para aumentar a alíquota do Previmpa, criticou a ausência dos vereadores da oposição na reunião que votou e aprovou o projeto. “Era o papel que vocês deveriam ter feito: ter ido lá enfrentar eles. Vocês da oposição pediram nossos votos e nós que fomos votar contra, ficamos jogados. Vocês nos abandonaram lá. Ou se é parceiro ou não se é parceiro”, afirmou. (CM)

INVASÃO IV - Rodrigo Maroni (PR) anunciou seu apoio à base do governo. Com discurso de empoderamento e declarando seu respeito a políticos, tanto de direita quanto de esquerda, o vereador disse que é preciso ajudar a solucionar problemas e não só criticar. Em relação à sessão ordinária de quarta-feira (5/7), na qual era discutido o projeto de lei do Executivo que aumenta alíquota de contribuição previdenciária dos servidores municipais, Maroni lamentou a invasão dos manifestantes no Plenário e aproveitou para criticar a forma como a oposição lidou com a situação.  (MF)

INFORMALIDADE – O vereador Alex Fraga (PSOL) questionou sobre a reunião extraordinária feita após a sessão que discutia a votação da alíquota de contribuição dos municipários aprovada pelos vereadores. Lembrou do forte contingente do Grupamento de Operações Especiais (GOE) da Brigada Militar para a segurança da votação a portas fechadas. “Todos estávamos presentes para discutir o projeto e em nenhum momento eu e o vereador Aldacir Oliboni (PT) recebemos convocação oficial. Whatsapp é algo informal e não legitima para esta convocação, explica o vereador. Garantiu  não ter recebido e-mail de comunicação oficial e pediu a anulação da votação por não ser o regulamento do Legislativo municipal. “Não à lei imoral, reivindicamos que esta Casa cumpra o papel de legitimador da democracia”. (PB)

ARBITRARIEDADE – Valter Nalgestein (PMDB) destacou como arbitrária a atitude de invasão da sessão da última quarta-feira (05/7), ao dizer que foi impedido de continuar a sessão ordinária enquanto presidia os trabalhos do Legislativo. “Quando o plenário foi invadido, arrancaram o microfone do presidente em exercício, que presidia a sessão, porém, resisti em me ausentar, mas para preservar a ordem e a segurança no parlamento convocamos a todos os vereadores para a sessão extraordinária, porque fomos expulsos”. Segundo ele, a sessão foi interrompida porque foi patrocinada pela desordem. “O presidente do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) foi o primeiro a empurrar e isso não é democracia. Temos que resgatar os valores civis e morais na nossa sociedade. E a responsabilização de nossos atos tem sim um caráter didático. Desmoralizaram o nosso parlamento. Se a lei é dura, é para todos. Porém, não é plenamente cumprida”, finaliza. (PB)

DEMOCRACIA - Luciano Marcantônio (PTB) afirmou que os invasores ontem agiram como marginais e não como cidadãos, dirigentes e funcionários públicos. “A esquerda deve ter o mínimo de consciência do ato que cometeu ontem. A sessão de ontem foi um divisor de águas, pois vocês estão envergonhando a esquerda do Rio Grande do Sul. Muda, vereadora Sofia, pare de fazer demagogia e populismo”, declarou classificando que o apoio à invasão é uma coisa nojenta, antidemocrática e desrespeitosa . “Não vai ser a força física que vai vencer o diálogo,  que é a arma dos inteligentes. A democracia prevalecerá, nós estamos defendendo o cidadão de Porto Alegre”, finalizou.

MARGINALIZAÇÃO - Sofia Cavedon (PT) disse estar vendo uma tentativa de linchamento público que não consegue entender as razões verdadeiras. “Nos cobram uma mea culpa. Eu tive alguma atitude agressiva com alguém vereador dessa casa ontem? Assumam que vocês são absolutamente contra movimentos sociais. Essa é a nossa diferença, não olhamos os movimentos como crime. O que aconteceu ontem surpreendeu a todos nós”, afirmou. De acordo com a parlamentar, isso faz parte de uma marginalização. “Vamos nos respeitar em ataques pessoais. Nunca expus a vida de um vereador e eu também não marginalizo partido. Se erraram os municipários, não erremos nós. Temos de procurar coletivamente a melhor forma de caminhar”, concluiu.  

LUTA - Cláudio Janta (SD) enfatizou que vem ao parlamento desde a década de 1990 lutar pelos trabalhadores como líder de categoria. “Nós tivemos sessões que mexem na vida das pessoas. Toda a sociedade de Porto Alegre acompanha isso e no caso dos táxis, por exemplo, que eu liderei, ninguém invadiu o parlamento. Quando as coisas não são de acordo com o que querem, revidam depois com o violência. Não adianta subir à tribuna e se vitimizar, como a vereadora Sofia, por exemplo, que fala tanto dos municipários, mas seus filhos estudam em escolas particulares, fala tanto de saúde pública e tem Unimed”, disse, referindo que foi ameaçado por alguns servidores. “Quando tu chegar no Pronto Socorro (HPS), tu vai ver, me disseram”.  Janta comentou ainda que um dos diretores do Simpa postou um vídeo com inverdades, dizendo que o vereador Nagelstein bateu nele. “Em seis meses como líder do governo, estou tentando unir as pessoas numa ideia. O parlamento tem que ser respeitado”, afirmou. 

COMPETÊNCIA - João Carlos Nedel  (PP) disse que a vereadora Sofia Cavedon foi extremamente competente ao ganhar e liderar a eleição dos novos dirigentes do Simpa, retirando a hegemonia do PSOL e colocando lá seus amigos e correligionários. “Ontem, quando o presidente Valter pediu a retirada dos invasores, a senhora não tomou nenhuma atitude com relação aos seus liderados, a senhora foi omissa. A senhora já está aposentada, ganha abono permanência. Lamento, mas foi mal, vereadora. A senhora deveria ter usado a sua liderança para o bem”, finalizou, destacando que a  sessão extraordinária de ontem foi pública e lá estiveram pessoas e vários jornalistas. 

AFRONTA - André Carús (PMDB) lamentou a invasão ao Plenário da Câmara Municipal, considerando o fato “uma verdadeira afronta à democracia em todos os seus níveis”. O parlamentar criticou os ataques ao PMDB, ressaltando que os vereadores e a história do partido, também devem ser respeitados, salientando que o espírito democrático do PMDB lhe permitiu votar contrário ao Projeto de Lei Complementar 004/17, observando que seu voto não foi favorável aos servidores que estavam no Legislativo, na tarde de ontem (05/07). “Mas sim, em consideração aos municipários que realmente trabalham por Porto Alegre”. Carús reiterou que a violência dos manifestantes foi um afronta à democracia representativa, considerando a invasão do Plenário “uma atitude desastrada, que prejudicou o andamento do processo e o resultado da votação”, destacando a sua disponibilidade para “dialogar com todos os que desejam o bem da  cidade e da  cidadania”. (AS)

TESTEMUNHO - Matheus Ayres (PP) considerou “uma vergonha o ocorrido no Plenário da Câmara Municipal na tarde de ontem (05/07)". O parlamentar ressaltou o direito de expressão, criticando as manifestações, “tanto do Movimento Brasil Livre (MBL) como do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre”. Ayres parabenizou o presidente Cassio Trogildo (PTB) e o vice-presidente, Valter Nagelstein (PMDB) pela condução dos trabalhos; além de destacar a atuação dos seguranças da  Casa e “a todos que honraram e respeitaram o Parlamento”. Ao lamentar a invasão do Plenário e alguns discursos, o vereador destacou que “a nova forma de fazer política passa por um bom testemunho”, salientando o seu posicionamento favorável ao projeto de aumento da alíquota do Previmpa , “com base em estudos técnicos e seus valores  pessoais“.(AS)

RADICALISMO - Mônica Leal (PP) mostrou as fotos que registram as invasões no Plenário Otávio Rocha da  Câmara Municipal, que ocorreram ontem (05/07) e, em 2013, para criticar e questionar “a democracia e os movimentos sociais, com atitudes sem limites como essas”. A vereadora pediu providências e responsabilização aos manifestantes, ao observar que “quando uma via é prejudicada, toda a população sofre com isso”. Mônica Leal respondeu às críticas, ressaltando a sua assiduidade nas sessões ordinárias e nas discussões sobre o projeto que aumenta a alíquota previdenciária dos servidores municipais, salientando o déficit da previdência para defender o seu posicionamento favorável à proposta do Executivo. A parlamentar repudiou, ainda, a manifestação do vereador Roberto Robaina (PSOL), “que ofende a bancada do PP na Tribuna desta Casa e desmerece o projeto de lei dessa vereadora em homenagem ao general do Exército Sérgio Etchegoyen”, manifestando a sua indignação “com o radicalismo de esquerda".  (AS)

DESEJO- Marília Fidel (PTB) lamentou o ocorrido na sessão Plenária ontem ao expressar seu desejo de “ver a Casa discutindo e aprovando propostas que diminuam os problemas sociais, como a falta de moradia, de segurança e saúde”. Agradeceu a acolhida dos vereadores e aos seus colegas de partido, para falar sobre a importância da fidelidade partidária para que ela tomasse a decisão de votar favoravelmente ao Projeto de Lei Complementar N° 004/17 do Executivo Municipal. Marília defendeu a sessão extraordinária, lembrando que a mesma foi acordada entre os líderes dos Partidos, “com uma votação legítima e aberta”, salientando a presença dos vereadores, assessores e imprensa. A vereadora reiterou o seu respeito aos funcionários do município, observando que alguns movimentos sindicais não representam a totalidade da categoria e, “em alguns momentos, visam só os interesses partidários”. Marília Fidel ressaltou a necessidade de respeitar o Parlamento para a continuidade do trabalho em benefício da cidade e dos cidadãos. (AS)

TRISTEZA - Reginaldo Pujol (DEM) manifestou sua “profunda tristeza” com a invasão do plenário na sessão de ontem por militantes do Simpa. “Mas até de fatos ruins se tira coisa boa”, frisou. Citou como exemplo a conduta do vereador Valter Nagelstein (PMDB), que então presidia os trabalhos, definida por ele como magistral. “Sem perder a autoridade, ele manteve o equilíbrio”, disse. “Mas fiquei pasmo quando vi hoje jornais sustentando que agimos de forma inconstitucional”, afirmou, referindo-se à realização de uma sessão extraordinária após a sessão ordinária na sala 301 para votar o projeto do Executivo. “Nossa capacidade de resistir foi muito maior do que a capacidade dos instigados militantes que invadiram o plenário”, disse. Pujol ainda afirmou que, se for renovada a votação, como pedem as bancadas do PSOL e do PT, ele vai reafirmar sua posição. “Vamos enfrentar esse requerimento. Mesmo os que votaram contrariamente ao projeto não avalizaram a balbúrdia. A incongruência e a intolerância fizeram com que os invasores ficassem com nada.” (CB)

VITIMIZAÇÃO - Comandante Nádia (PMDB) disse que o PT e o PSOL são pródigos de seus mantras e sua cartilha, chamando quem pensa diferente deles de fascistas e golpistas, por exemplo. “Chega de vitimização porque quem foi vítima ontem foi o parlamento”, lamentou. “Acho muito interessante que a vereadora Fernanda Melchionna (PSOL) diz que a motivação da invasão fomos nós e a política de Marchezan, mas foram os sindicalistas que se dizem municipários”, reclamou. Como lembrou, vereadores foram agredidos, entre eles Valter Nagelstein (PMDB), que presidia a sessão, e Cláudio Janta (SD), que estava na tribuna e foi interrompido com gritos e empurrões. De acordo com ela, o PSOL e o PT deram apoio a quem fez baderna e envergonhou a Casa. “Não aceitaremos mais esse tipo de coisa: bateu, vai levar”. Nádia ainda cumprimentou a ação da Guarda. (CB)

SIMPA - Dr. Thiago (DEM) elogiou Nagelstein pela postura de ontem. “Agregou mais uma característica a seu perfil: a tolerância”, disse. “A Presidência também teve o condão de decisão colegiada.” Thiago lembrou que é contra o projeto do Executivo votado ontem. “Os dados atuariais do Previmpa mostram que não há necessidade de aumentar a alíquota para 14% agora. Efetivamente isso não resolve os problemas da cidade e cria mais uma zona de conflito com os municipários, mas não posso concordar com o que aconteceu aqui. O Simpa teve uma conduta violenta, radical que já havia ocorrido em 2013, quando da invasão da Casa.” Na sua opinião, os vereadores que apoiam esse tipo de movimento atingem os Estado Democrático de Direito. Frisou que a opinião dos médicos do Município é de ser contra o projeto. “Mas temos de, em conjunto, rechaçar todo o tipo de comportamento vexatório como o de ontem. Nossa coragem de prosseguir com a votação venceu o medo.” (CB)

AMEAÇAS - Para Felipe Camozzato (Novo), as palavras de colegas que o precederam foram muito bem colocadas. Ele parabenizou os vereadores que permitiram que a sessão continuasse ontem para a votação do projeto do governo municipal. “Não podemos nos intimidar com as ameaças como as feitas ontem. Nos jornais de hoje, muitos tentaram ser cordiais, mas esta cordialidade não colabora com o debate”, disse. “Um grupo que invade e tenta calar parlamentares é qualquer coisa menos movimento social: é quadrilha, terrorista? Podemos escolher”, afirmou. “Dizem que tentamos marginalizar a esquerda, mas não precisamos. Ela decidiu se marginalizar”, declarou. Segundo Camozzato, a vereadora Sofia Cavedon (PT) disse que os guardas não deveriam ter usado spray de pimenta ou contido alguns militantes, mas a Guarda, a seu ver, agiu corretamente. (CB)


Texto: Cleunice Maria Schlee (estagiária de Jornalismo)
           Munique Freitas (estagiária de Jornalismo) 
           Priscila Bittencourte (reg. prof 14806)
           A
ngélica Sperinde (reg.prof.7862)
           Lisie Venegas (reg. prof. 13688)
          Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)