Plenário

Sessão Ordinária / Lideranças e Grande Expediente

  • Período de comuncações temático. As dificuldades enfrentadas pelo corpo de bombeiros na capital. Na foto, o vereador Professor Alex Fraga.
    Vereador Professor Alex Fraga (PSOL) (Foto: Luiza Dorneles/CMPA)
  • Vereadora Mônica Leal em Grande Expediente.
    Vereadora Mônica Leal (PP) (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

Durante os períodos de Lideranças e de Grande Expediente, na sessão ordinária desta quinta-feira (22/6), os vereadores trataram dos seguintes temas:

DIÁLOGO - Adeli Sell (PT) destacou que não existe sociedade civilizada sem serviço público eficiente, governo comprometido com as pessoas e diálogo. "Bate-bocas, empurrões, atos violentos, denúncias e provocações não são coisas construtivas." Também fez análise sobre crimes pela internet e lembrou que "nada do que se publica é impune", pois questões que envolvem danos morais geram processos. Sugeriu ainda que os vereadores discutam um código de ética e conduta para a Câmara de Porto Alegre e que ele sirva de referência para o país. "Podemos ter visões diferentes em várias questões, mas o foco principal deve ser o respeito à pessoa. É preciso defender a dignidade da pessoa humana e a luta pelo estado de direito." (CS)

ARCAICO - Moisés Maluco do Bem (PSDB) lamentou que ainda exista, na política, "um sistema arcaico em que o velho populismo e a politicagem ainda resistem". Disse não entender como um parlamentar pode se declarar de oposição antes mesmo de saber como será a atuação do governo eleito. "São lideranças que se posicionam apenas pela disputa, pela derrota do adversário, para se colocarEM como alternativa de poder." Identificou uma "postura teatral de revolta, para despertar as massas" em algumas atitudes de parlamentares e ressaltou que o populismo explora "uma noção abstrata de povo". Segundo ele, populistas de esquerda ou de direita fazem ataques para tentar deslegitimar governos eleitos. "A política partidária não pode ser feita tal como as torcidas de futebol." Ponderou que, melhor que escolher entre se classificar como direita ou esquerda, seria poder se identificar como independente ou ponderado. "Nossos verdadeiros patrões são os cidadãos. É preciso cultuar valores como ética, desapego e transparência e recuperar um pouco da credibilidade e confiança das pessoas que nos colocaram aqui (na Câmara)." (CS)

INTOLERÂNCIA - Mônica Leal (PP) comentou seu artigo "A ética por trás das redes", publicado no Jornal do Comércio, em que trata do "uso irresponsável e sem ética" das redes sociais para a propagação de "falsas notícias e fontes duvidosas". Lembrou que todos os vereadores costumam se comunicar com a população pelas redes sociais e afirmou respeitar opiniões divergentes. "Não tolero o desrespeito. O direito à liberdade de expressão não exime as pessoas da responsabilidade e do respeito." Defendeu que todos devem ter compromisso com a verdade e cuidado com as outras pessoas, procurando não "manchar" a imagem alheia sem dar oportunidade de diálogo e de esclarecimentos. "A ninguém é dado o direito de ofender. As pessoas deveriam ser responsabilizadas por aquilo que foi dito ou feito. Faltam noções de cidadania no trato das redes sociais." Disse ter ficado chocada com os episódios ocorridos ontem no plenário da Câmara, quando o ex-vereador João Ezequiel teria incitado o público das galerias contra os vereadores. Também lamentou episódios, no saguão do plenário, envolvendo youtubers e manifestantes, obrigando a intervenção da segurança da Casa. "É a intolerância. A polarização partidária chegou ao seu ápice, como se estivéssemos numa guerra civil." (CS)

ÉTICA - Professor Alex Fraga (Psol) disse que foi instigado a subir na tribuna. “Sou da oposição e apoiei a criação do bloco por não concordar com o posicionamento do prefeito Marchezan. É uma posição ideológica, pois nosso partido tem uma diferença profunda em relação às posições do governo eleito”, ressaltou.  O vereador respondeu à fala da vereadora Mônica Leal (PP) afirmando que o ex-vereador suplente João Ezequiel não concorreu às eleições em 2016. “Hoje ele é coordenador do Conselho de Representantes Sindicais da Saúde/Simpa, portanto ele fala em nome dos seus colegas. Nós temos um código de postura para o Plenário, mas as pessoas que nos visitam não precisam seguir isso. É interessante destacar que palavras fora do contexto, muitas vezes desqualificam o trabalho de pessoas e entidades”, destacou. O parlamentar concluiu afirmando que tem ética e exige que as pessoas falcatruas sejam cassadas, punidas e condenadas.(LV)

SAÚDE - André Carús (PMDB) destacou que os parlamentares não podem perder de vista que trabalham pela sociedade e posições extremadas e radicais não combinam com isso. O vereador alertou que na próxima quarta-feira (28/6), às 10h, a Cosmam realizará um ato em defesa do Hospital Parque Belém. “Vamos apresentar encaminhamentos junto com a comunidade e também com a anuência do governo do estado”, afirmou. Carús também afirmou que na terça e na quarta-feira da semana que vem ocorrerão debates importante na Cosmam e na Frente Parlamentar de Segurança Pública sobre a segurança nos postos de saúde. “São ações complementares, serão encaminhados para a Frente para produção de ação conjunta. Usuários, pacientes, servidores e médicos estão em risco, precisamos de segurança”, disse. Por fim, o parlamentar comentou a questão dos buracos nas ruas da Capital e um projeto indicativo de sua autoria sobre  estudo técnico da dragagem dos arroios do município. (LV)

MÉDICOS - Dr. Thiago (DEM) comentou sobre projeto de lei de autoria do vereador Marcelo Sgarbossa (PT) que estabelece medidas para proteger gestantes e parturientes contra a violência obstétrica e disse não entender por que o vereador não ouviu seus colegas parlamentares médicos para construir uma proposta mais coerente. Além disso, Dr. Thiago declarou que o Programa Mais Médicos foi utilizado pelos governos Lula e Dilma para criar caixa 2 a partir do dinheiro enviado para Cuba. “O município que mais recebeu médicos foi São Paulo, pois lá estavam os votos. No RS, foi Porto Alegre, pois aqui estavam os votos. A ideia do programa é criminalizar uma categoria profissional por meio de uma visão ideológica que desqualifica os médicos que tanto ser vem à saúde. Nossa categoria tem que ser respeitada”, finalizou. (LV)

CRÍTICAS – Fernanda Melchionna (PSOL) ocupou a tribuna da Câmara e disse que estranhou a intervenção do vereador Dr. Thiago (DEM) que, segundo ela, denominou de “pretensos médicos os profissionais formados em Cuba”. Mas os dos outros países em que o vereador concorda com os governos, como Espanha e Argentina, entre outros “não são pretensos médicos”. Par ela, o tema do projeto do vereador Sgarbossa (PT) deve ser discutido com cuidado. “Quem entende de parto são as mulheres”, afirmou. Disse ainda que sua mãe foi acometida por erros médicos no parto de seu irmão, informação que chegou mais tarde para ela. Afirmou ainda que respondendo à vereadora Mônica Leal, quem entende do PSOL são os vereadores e os militantes do partido. (FC)

ALAGAMENTOS – Luciano Marcantônio (PTB) disse que seu mandato está envolvido na atuação junto às populações de baixa renda. “Nos bairros Humaitá e Farrapos convivemos muito com os alagamentos”. De acordo com o vereador, nas obras no entorno da Arena do Grêmio, as empreiteiras que construíram imóveis romperam galerias e prejudicaram a drenagem da água. Na região da Voluntários da Pátria, a situação é semelhante. Por outro lado, elogiou o prefeito Nelson Marchezan Jr., que, segundo ele, irá começar a enfrentar o problema, buscando a recuperação das casas de bombas. Apontou ainda problemas com o Denit, que também quebrou equipamentos de escoamento de águas na região e que o organismo federal também será procurado pelo prefeito para consertar os estragos causados por suas obras na zona norte. Anunciou ainda que vencida essa etapa serão realizadas obras do Minha Casa, Minha Vida, na forma de prédios verticais para colocar as famílias atingidas em 2013 por um incêndio. (FC)

PROGRESSITAS – Mônica Leal (PP) afirmou que o seu partido não se trata de uma organização política ligada a falcatruas e à corrupção durante a ditadura. Conforme a vereadora, os progressistas da Câmara Municipal reconhecem e querem a punição dos integrantes do seu partido envolvidos na operação Lava Jato que investiga a corrupção na Petrobras. “Eu carrego a política que é a política de Pedro Américo Leal”. Na opinião da vereadora do PP, o momento no Brasil é delicado, mas é ímpar por conta do enfrentamento aos escândalos, punindo os criminosos do colarinho branco. (FC)

APOIO - Dr. Goulart (PTB) rebateu o projeto do vereador Marcelo Sgarbossa (PT), informando seu total apoio ao Dr. Thiago (DEM). O vereador disse que o projeto de Sgarbossa não tem base científica, pois o ato médico obedece a protocolos muito bem definidos pelo sistema de saúde pública, tais como o uso do fórceps, realização de cesariana, emprego de medicamentos, aplicação de soro, entre outros procedimentos. “Depois de cinco mil partos que fiz, ainda sendo procurado para fazer outros é porque alguma coisa de bom eu fiz”, finalizou Goulart. (FC)

Texto: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
           Lisie Venegas (reg. prof.13688)
           Fernando Cibelli de Castro (reg. prof. 6881)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)