Prefeitura diz que ampliará rede básica de saúde em 2010
Ciente da superlotação nas emergências dos hospitais de Porto Alegre, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) anunciou, nesta terça-feira (24/11), que em 30 dias o Executivo assinará convênio para implantar duas novas Unidades de Pronto-Atendimento na cidade. Em reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam), o representante da Assessoria de Planejamento da SMS, Sérgio Schiefferdecker, anunciou que será uma nova unidade instalada início do ano que vem e outra em 2011.
Muitas demandas das emergências podem ser solucionadas na rede básica em vez de sobrecarregar os hospitais. Nosso objetivo é minimizar estas dificuldades, avaliou Schiefferdecker ao mencionar que o município também sofre com a alta quantidade de pacientes provindos da região metropolitana. Cerca de 30% dos hospitais de Porto Alegre são absorvidos por demandas de cidades vizinhas, destacou.
Segundo o coordenador da Gerência de Regulação dos Serviços de Saúde, Luiz Carlos Sigman, o Sistema Único de Saúde (SUS) contabiliza 15 mil internações por mês em Porto Alegre. Entre os procedimentos ambulatoriais, são realizados mais de um milhão por mês. O município tenta qualificar e organizar a estrutura pública de saúde de todas as formas. Os hospitais da cidade atendem toda a demanda do SUS encaminhada pelo Ministério da Saúde, frisou. No total, os hospitais comportam oito mil leitos sendo que deste número, cinco mil são disponibilizados pelo SUS.
Uma das instituições que mais sofre com a superlotação é o Hospital Conceição. De acordo com a superintendente Jussara Cony, o hospital funciona 24 horas acolhendo pacientes da cidade e de outras regiões. Só Alvorada supre 11% dos atendimentos, afirmou. Cerca de 55% são completadas por pacientes de Porto Alegre e o restante pelos demais municípios. Em 2008, de acordo com dados da direção, foram 29 mil internações registradas pelos hospitais do Grupo Hospitalar.
O presidente da Cosmam, vereador Carlos Todeschini (PT), deixou claro que a Comissão fiscalizará os encaminhamentos até a assinatura final do convênio. Precisamos discutir em conjunto a forma como o poder público deve estruturar a rede básica e como isto afetará a vida da população, inclusive da região metropolitana, reiterou. Uma reunião com as secretarias de Saúde do Estado e de Porto Alegre, hospitais que atendem pelo SUS e Ministério Público ficou definida para tratar do assunto. A saúde deve ser planejada como um todo, envolvendo o papel de cada município e de cada hospital, finalizou.
Representações dos Hospitais de Pronto-Socorro e Parque Belém, do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) e da Secretaria Estadual de Saúde (SES) acompanharam os debates. Os vereadores Aldacir Oliboni (PT), Dr. Raul (PMDB), Dr. Thiago Duarte (PDT) e Mário Manfro (PSDB) também estiveram presentes.
Ester Scotti (reg. prof. 13387)
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