Rede Feminista em Educação é lançada em seminário na Câmara
Dentro do I Seminário Nacional Qual o Currículo para Uma Educação Não Sexista?, foi realizado, na tarde desta sexta-feira (1/4), um painel com o tema De que forma as políticas públicas educam para os direitos humanos? A atividade, realizada no plenário Otávio Rocha, da Câmara Municipal de Porto Alegre, também marcou o lançamento da Rede Feminista em Educação e contou com a mediação da vereadora Jussara Cony (PCdoB) e a participação das vereadoras Fernanda Melchionna (PSOL) e Sofia Cavedon (PT).
A primeira convidada a falar foi Adriana Sacramento, representante do Ministério da Cultura. Doutora em Literatura, baseou seu discurso em obras literárias citando escritoras consagradas, como Adélia Prado, Clarice Lispector e Cora Coralina. A especialista fez críticas à forma padronizada e estereotipada como a literatura infantil geralmente é apresentada às crianças: Ela é extremamente homogeneizante." Também falou sobre a literatura contemporânea, que, segundo ela, está cada vez mais dando voz às mulheres e aos sentimentos delas: Hoje em dia, esse grito tem voz; dói mesmo", disse a professora.
Por fim, Adriana ressaltou a importância da inclusão do assunto no currículo escolar, justificando que o ambiente também deveria ser de exercício da empatia. "Podemos criar, no ambiente escolar, tanto um ambiente de aprendizagem quanto de afetividade", recomendou.
Conquistas e desafios
Representando o Núcleo Mulher da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Jussara Reis Prá tratou das mulheres no cenário das políticas públicas e dos direitos humanos. O cenário das últimas décadas acentuou as conquistas e a ampliação da presença delas na esfera pública, reconheceu a doutora em Ciência Política.
Mesmo com alguns avanços no contexto atual, Jussara lembrou que as tarefas domésticas ainda são predominantemente femininas. Segundo ela, ainda é forte na sociedade a designação social de que a esfera pública de produção pertence ao homem, cabendo à mulher a esfera privada de reprodução e cuidado dos outros.
No âmbito político, ela destacou que a presença de mulheres no Congresso Nacional não chega a 10%. Temos um déficit muito sério nos espaços de decisão. Disse, ainda, que a educação reflete a lógica do sistema de gênero, tanto no ensino profissional quanto superior. Por lógica semelhante operam outros sistemas: raça/etnia; idade; situação econômica. Demarcam que lugares sociais devem ser ocupados e por quem eles serão ocupados. E encerrou ressaltando que ser cidadã é diferente de ser cidadão. Romper a cultura patriarcal é o caminho para avançar nesta questão.
Mesmo com alguns avanços no contexto atual, Jussara lembrou que as tarefas domésticas ainda são predominantemente femininas. Segundo ela, ainda é forte na sociedade a designação social de que a esfera pública de produção pertence ao homem, cabendo à mulher a esfera privada de reprodução e cuidado dos outros.
No âmbito político, ela destacou que a presença de mulheres no Congresso Nacional não chega a 10%. Temos um déficit muito sério nos espaços de decisão. Disse, ainda, que a educação reflete a lógica do sistema de gênero, tanto no ensino profissional quanto superior. Por lógica semelhante operam outros sistemas: raça/etnia; idade; situação econômica. Demarcam que lugares sociais devem ser ocupados e por quem eles serão ocupados. E encerrou ressaltando que ser cidadã é diferente de ser cidadão. Romper a cultura patriarcal é o caminho para avançar nesta questão.
Educação
No final do evento, Sofia Cavedon disse que é preciso continuar alimentando o movimento com muita disposição. Continuamos abertos a sugestões e faremos novas atividades, além de apoiar a que vocês propuserem, afirmou. Jussara Reis Prá lembrou que os países que mais avançaram na igualdade de gênero foram os que mais trabalharam na educação e onde há mais mulheres na política.
Jussara Cony complementou: A luta das mulheres tem a ver com o esforço em perceber como as diferenças naturais contribuem para que sejamos cada vez mais oprimidas, mas nunca podemos largar as toalhas, e se precisar as molhemos para enfrentar os inimigos, finalizou a vereadora.
Texto: Ananda Zambi (estagiária de Jornalismo)
Paulo Egidio (estagiário de Jornalismo)
Maurício Macedo (reg. prof. 9532)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)