Secretário apresenta panorama da Atenção Primária da Saúde à Cosmam
Erno Harzheim destacou aumento do número de Equipes de Saúde da Família, que hoje totalizam 259.
Erno Harzheim informou que, das 140 Unidades de Saúde, cerca de 80 precisam ser refeitas (Foto: Tonico Alvares/CMPA) Secretário (d) também garantiu continuidade do Programa Mais Médicos na Capital (Foto: Tonico Alvares/CMPA)
O secretário municipal da Saúde, Erno Harzheim, apresentou, na manhã desta terça-feira (22/5), um balanço do trabalho da Coordenação de Atenção Primária da Saúde, conforme solicitação do presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam), vereador Cassio Trogildo (PTB). Harzheim enumerou avanços, como o aumento das Equipes de Saúde da Família (ESF) e de Saúde Bucal; ações em andamento, como a reforma de Unidades de Saúde; e desafios, como a qualificação do grande número de estruturas físicas precárias.
Harzheim destacou que a Atenção Primária é uma das prioridades desta gestão. Citando o Plano Municipal de Saúde 2018-2021, que das 65 metas tem 37 metas para a área, disse que houve ampliação do financiamento da Atenção Primária de 12%, em 2017, para 25% do total executado da saúde. “Se a gente não investir em Atenção Primária não vamos resolver o problema da cidade. Abrir leito não é a solução. A única maneira de organizar é com Atenção Primária”, afirmou.
Atualmente, a rede de Atenção Primária é composta por 252 Equipes de Saúde da Família, 140 Unidades de Saúde (109 unidades com Saúde Bucal e 170 Equipes de Saúde Bucal), uma Equipe de Saúde Indígena, quatro Equipes de Saúde Prisional, seis Unidades de Saúde Socioeducativas, duas Equipes de Consultório na Rua e oito Núcleos Ampliados de Saúde da Família (NASFs).
Saúde da Família
Harzheim chamou a atenção para o aumento do número de Equipes de Saúde da Família, que passou de 220, em janeiro de 2017, para 259, em março deste ano. “Esta é a primeira vez que Porto Alegre passa de 50% de cobertura de ESF. Esta é a maior cobertura da história. Atingimos 54,7%, um aumento de 10% em 16 meses. Além disso, também atingimos a maior cobertura de Saúde Bucal da nossa história, com 27,2%.”
O secretário ressaltou ainda que apenas 5% das ESF estão sem médico, contra 12,4% em janeiro de 2017. Trogildo ponderou que, atualmente, só há falta de médicos nas ESF porque houve aumento do número de equipes. “Não haveria 5% de carência se o número de equipes não tivesse sido ampliado. Já houve época em que faltavam 80 médicos de Saúde da Família, com bem menos equipes”, lembrou o vereador.
A compra de equipamentos para a qualificação dos serviços prestados também foi enumerada. Ao todo, foram adquiridos 150 otoscópios, 41 balanças, 44 sonares, 25 oxímetros, 22 réguas antropométricas, 13 negatoscópios, seis esfigmomanômetros de parede, dois colposcópios e um raio-x periapical, não havendo mais filas para este exame. “Também adquirimos um sistema britânico, que são pílulas de orientação clínica, chamado Dynamed, para que a prática clínica seja melhor.”
Reformas
Das 140 Unidades de Saúde, o secretário destacou que cerca de 80 precisam ser refeitas. “A gente tem uma rede muito heterogênea, com unidades muito ruins, como a Mato Sampaio, e outras unidades muito boas, como a Clínica da Família José Mauro Ceratti Lopes. Nenhuma gestão vai conseguir transformar 80 unidades em quatro anos.”
Enumerou as Unidades de Saúde que foram reformadas pela atual gestão, citando a da Vila Jardim, Pequena Casa da Criança, Nova Brasília, Aparício Borges e Sarandi e o Centro de Saúde Modelo. Disse ainda que estão em execução as reformas das Unidades de Saúde Jardim Cascata, Primeiro de Maio, Santa Tereza, São Carlos e dos Centros de Saúde Murialdo e Santa Marta, não havendo previsão orçamentária para outras reformas.
Questionamentos
Ao falar do Mais Médicos, o vereador Aldacir Oliboni (PT) destacou que o programa ajuda a levar profissionais da área para a periferia das cidades e cobrou ação da SMS para a Vila Dique. “É um dos locais de maior vulnerabilidade que precisa de uma atenção da Secretaria, mesmo que temporária.” Harzheim destacou o Mais Médicos ampliou a cobertura no país e que o eventual fim do programa traria graves problemas para a prestação de serviço de saúde local. Ao destacar que há cerca de 100 médicos do Mais Médicos atuando na Capital, disse que a ideia da SMS é manter o programa. O secretário também concordou que a Vila Dique é uma das regiões mais vulneráveis da cidade e afirmou que a SMS está buscando uma solução para a Atenção Primária da região, mesmo que de forma paliativa, visto que o alargamento da pista do Aeroporto Salgado Filho se confirmou e que as famílias terão de ser realocadas.
Já o vereador André Carús (MDB) questionou o secretário sobre ações integradas da SMS a fim de trazer mais segurança para postos que ficam em áreas de risco. “Há Unidades de Saúde que acabam perdendo médicos e profissionais da área da saúde em função dos problemas de segurança.” Conforme o secretário, além do programa Acesso Mais Seguro, com cobertura de cerca de 120 Unidades de Saúde, a SMS deverá contar com dois servidores no Centro Integrado de Comando (Ceic) para monitoramento das câmeras de segurança dos equipamentos de saúde e trabalhar de forma integrada com outros órgãos.
No final da reunião, Trogildo solicitou ao secretário uma apresentação sobre todo o sistema de saúde restante, para que haja entendimento da totalidade da rede do município. A data desta reunião será marcada posteriormente. Também participaram da reunião os vereadores José Freitas (PRB), Mauro Pinheiro (Rede) e Paulo Brum (PTB) e o coordenador-geral de Atenção Primária da SMS, Thiago Frank.
Texto: Cibele Carneiro (reg. prof. 11.977)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)