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Seminário projeta possíveis legados da Copa para a cidade

Kalil Sehbe: "Segurança passará do analógico para o digital" Foto: Elson Sempé Pedroso
Kalil Sehbe: "Segurança passará do analógico para o digital" Foto: Elson Sempé Pedroso
Na segunda etapa do seminário Copa 2014: Reflexões sobre o Desenvolvimento de Porto Alegre, promovido pela Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul da Câmara (Cefor), foram ouvidos na tarde desta terça-feira (26/3), no Auditório da Faculdade de Ciências Econômicas da Ufrgs, gestores públicos estaduais e municipais para avaliar o legado que um dos maiores eventos esportivos do mundo poderá deixar para a Capital e o Estado.

O secretário estadual do Esporte e Lazer e coordenador-geral do Comitê Gestor da Copa 2014, Kalil Sehbe, destacou a necessidade de fazer com que os investimentos para a Copa de 2014 tragam benefícios à sociedade. Ele também detalhou o trabalho das Câmaras Temáticas que trabalharão para capacitar o Estado a sediar um evento de amplitude mundial. “O maior legado que ficará da Copa do Mundo será no âmbito da segurança: vamos sair do analógico para digital”, informou o secretário Kalil, ao explicar que o Estado criará um centro integrado de operação e controle que trará mais rapidez a situações de urgência, agilizando o trabalho da Polícia.

O secretário também destacou o aumento do número de leitos hospitalares previstos para a capital e os investimentos na produção orgânica e nas feiras populares, além da criação de um aplicativo para smartphones com geolocalizadores com informações sobre postos de saúde e restaurantes mais próximos – que está em fase de desenvolvimento.

Exigências

O secretário municipal extraordinário da Copa (Secopa), João Bosco Vaz, aproveitou para detalhar as responsabilidades de Porto Alegre diante das adequações do Comitê Organizador do evento, que exige estádios modernos, aeroportos de qualidade e boa recepção aos visitantes. “O estádio aqui é privado, ao contrário de outras capitais, e a prefeitura tem a responsabilidade de fazer as obras de entorno – o que está sendo feito. O aeroporto – que aqui é uma vergonha, porque há dinheiro liberado pelo governo federal, mas a Infraero não teve a competência para gerir estes recursos – está muito atrasado, tanto que não teremos as reformas prontas para a Copa. E a recepção é tratar bem o turista, tratando-o com respeito.”, explicou o secretário.

Bosco mostrou preocupação com a telefonia celular, uma vez que o sistema que existe hoje é muito ruim e haveria problemas na aplicação da tecnologia 4G. “Não se surpreendam se a empresa de telefonia que patrocina a Copa não colocar uma estrutura provisória ao redor dos estádios e depois do evento retirar tudo”, especulou, prevendo que esta aguardada tecnologia pode não se transformar num legado. Ao final, o secretário afirmou que a grande herança da Copa, ao contrário do que se apregoa, não serão as obras físicas, mas a qualificação pessoal.
 
Impactos

O debate de encerramento, sobre os impactos dos investimentos em obras na Capital, contou com as explanações do secretário municipal de Gestão, Urbano Schmitt, e do coordenador técnico de obras e mobilidade urbana da Copa, Rogério Baú.

A partir de um vídeo sobre a implantação do sistema Bus Rapid Transit (BRTs), Urbano explicou as dezenas de obras de mobilidade, totalizando recursos que passam de R$ 1 bilhão. Ele deixou clara a intenção da prefeitura em aproveitar o evento futebolístico para realizar mudanças estruturais que estavam paradas há décadas, como as intervenções na III Perimetral – com a construção de viadutos e trincheiras – e a duplicação da Avenida Tronco.

Questionado sobre a priorização de obras de mobilidade para os veículos individuais, Urbano enalteceu os BRTs e lembrou que todas as vias que estão sendo duplicadas também preveem ciclovias. “De forma clara: nossa prioridade é a valorização do transporte público. Agora, este é um momento importante para que Porto Alegre conseguisse dar um salto de qualidade no tocante à mobilidade urbana como um todo, e estas obras servem para o coletivo e para o individual. Elas servem para todos”, esclareceu o secretário.

Todas as palestras foram mediadas pelos integrantes da Cefor. À tarde, os vereadores Valter Nagelstein (PMDB), Airto Ferronato (PSB) e Idenir Cecchim (PMDB) conduziram os trabalhos. O evento foi co-promovido pela Escola do Legislativo Julieta Battistioli, da Câmara de Porto Alegre.

Texto: Gustavo Ferenci (reg. prof. 14303)
           Luciano Victorino (Estagiário em Jornalismo)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

Leia abaixo a notícia sobre as palestras que ocorreram pela manhã:
Seminário projeta possíveis legados da Copa 2014 para a cidade Com Fotos