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Servidora do Presidente Vargas diz ser vítima de assédio moral

Alexandra diz que foi obrigada a mudar horário de trabalho Foto: Ederson Nunes
Alexandra diz que foi obrigada a mudar horário de trabalho Foto: Ederson Nunes
A auxiliar de enfermagem Alexandra Conrado Ferreira da Silva, funcionária do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV), denunciou aos vereadores da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh), nesta terça-feira (5/11) à tarde, que estaria sofrendo assédio moral por parte da sua chefia imediata no hospital. Afastada do trabalho para tratamento de saúde, Alexandra relatou que teria sido indicada pela chefia, no dia 24 de setembro, para que fosse submetida a uma avaliação psicológica.

Segundo Alexandra, a alegação era de que estaria
 havendo conflitos entre ela e outros colegas. Solicitada, no entanto, a identificar as situações de conflito e quais colegas estariam envolvidos, a enfermeira-chefe não teria sabido responder. "Não tenho vergonha de dizer que chorei na frente da psicóloga. Ela me disse que o meu prazo de validade havia terminado naquele setor e me indicou para consultar com um médico psiquiatra amigo dela."

No dia 7 de outubro, a auxiliar de enfermagem, que trabalhava no turno da noite, teria sido comunicada de que seria escalada para trabalhar no turno da manhã. Segundo ela, a decisão sobre a troca do turno de trabalho teria ocorrido depois que ela enviou memorando à chefia relatando os problemas no ambiente de trabalho. Alexandra também teria sido pressionada pela chefia a tentar uma permuta de local de trabalho com outro colega.

Servidora concursada da Secretaria Municipal da Saúde desde 2002, trabalhando no HMIPV desde 2009, Alexandra afirmou que a situação vivida no ambiente de trabalho lhe trouxe muito sofrimento, uma vez que tem três filhas que ainda dependem dos seus cuidados e não teria condições de trabalhar no turno da manhã. Segundo ela, havia muitos problemas no ambiente de trabalho devido à falta de comunicação da chefia de enfermagem com os funcionários. "Nada era discutido, tudo era resolvido a portas fechadas. Nunca consegui conversar com a diretora do hospital."

Alexandra diz que está sendo difamada pela sua chefia no Hospital e afirma que os seus colegas de trabalho garantem não ter nada a dizer contra ela. "Os conflitos alegados são inverdades. Não há relações de trabalho na enfermagem, existem apenas regras a serem seguidas." A funcionária diz que, agora, está sofrendo problemas psicológicos e já havia tido depressão pós-parto em 2009.

A diretora geral do Presidente Vargas, Maria Izabel de Bittencourt, e a diretora técnica, Ângela Smaniotto, reconheceram que Alexandra está sofrendo em função dos conflitos, mas ponderaram que seria importante ouvir também a versão da chefia imediata da servidora. Segundo Maria Izabel, o HMIPV tem mais de 700 servidores, e muitas vezes fica difícil a diretoria saber se o gestor imediato está conseguindo conciliar os interesses do hospital e os dos funcionários. "Fico incomodada em ouvir alguém dizer que o Presidente Vargas faz assédio. A direção atual sempre foi aberta ao diálogo, assim como as suas coordenações. Esses casos têm de ser estudados com muito critério.", disse a diretora geral.

Presidente da Cedecondh, a vereadora Fernanda Melchionna (PSOL) disse que a Comissão fará a mediação entre a servidora e o Hospital para que se chegue a um acordo entre as partes. Ela disse que a Cedecondh promoverá uma nova reunião para tratar do assunto, mas ponderou que seria importante que a direção do Presidente Vargas se dispusesse a retroceder quanto à decisão sobre a troca de turno de trabalho da funcionária.

Também participaram da reunião as vereadoras Luiza Neves (PDT) e Any Ortiz (PPS) e os vereadores 
Mário Fraga (PDT) e Marcelo Sgarbossa (PT), além de representantes do Sindicato dos Municipários (Simpa) e do Executivo.

Texto: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)