Hospital Presidente Vargas deve receber 66 concursados
Em visita ao Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas, na manhã desta quarta-feira (6/6), dois vereadores da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal de Porto Alegre foram informados, pela direção do HMIPV, que a instituição receberá 66 dos 276 concursados nomeados ontem pelo prefeito José Fortunati. A visita, conforme Dr. Thiago Duarte (PDT), teve por objetivo buscar soluções para as dificuldades de atendimento provocadas pela carência de pessoal relatada por funcionários do hospital.
Dr. Thiago afirmou que faltam recursos humanos em várias áreas do HMIPV, onde ele trabalha como médico. Somente na Emergência Pediátrica, haveria um déficit de nove médicos. Faltam também funcionários para a Neonatologia, Ginecologia e Obstetrícia, além de anestesistas. Conforme Dr. Thiago, a carência de pessoal agravou-se com o desligamento dos profissionais da Fugast que atuavam no hospital, ocorrido no ano passado.
A vereadora Fernanda Melchionna (PSOL) indagou para quais especialidades no HMIPV serão chamados os servidores aprovados em concurso. Também questionou por que o Executivo recorre à terceirização de funcionários se há concursados para a área da saúde. Fernanda ainda defendeu que sejam cobrados mais investimentos em saúde dos governos estadual e federal, além do municipal.
Alternativas
A diretora-geral do HMIPV, Maria Isabel de Bittencourt, disse que, desde agosto de 2011, o hospital tem vivido a crise da Fugast, ainda seriíssima, agravada pela aposentadoria de servidores. Mesmo assim, como atestou, a instituição conseguiu realizar 219 cirurgias em março, 137 em abril e 164 em maio de 2012. Segundo a médica, atualmente há duas alternativas para o hospital: esperar pelos concursados e a terceirização do pessoal que ainda for necessário.
De acordo com Maria Isabel, dos 276 concursados chamados ontem pelo prefeito, destinam-se ao HMIPV 28 médicos (sete anestesistas, oito pediatras, 10 gineco-obstetras e três emergencistas), além de 38 trabalhadores de outras categorias - três enfermeiros, 30 técnicos de enfermagem, dois bioquímicos, um engenheiro, um administrador e um farmacêutico.
O médico Carlos Casartelli, ex-secretário e hoje assessor da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), garantiu que a situação atual não é a pior vivida pelo HMIPV. Lembrou que, além dos funcionários da Fugast, o hospital perdeu servidores federais, estaduais e municipais. Achava-se que iria fechar com a saída da Fugast, contou. Apesar disso, segundo ele, houve aumento de municipários de 244 em 2004 para 554 em 2012. Casartelli ainda afirmou que o HMIPV vem sendo beneficiado por reformas estruturais, pois, quando foi municipalizado, estava sucateado. Portanto, dizer que o Município não fez nada não é verdadeiro, afirmou.
Assim como os vereadores, médicos e integrantes de entidades presentes à reunião lamentaram a falta de pessoal no HMIPV e cobraram soluções. Participaram representantes do Sindicato Médico do RS (Simers), do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), do Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde Trabalho e Previdência no RS (Sindisprev) e do Conselho Municipal de Saúde.
Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)