Servidores do HPS expõem problemas de insalubridade e manutenção
Lâmpadas, utilizadas para dar melhor visão a médicos e enfermeiros no trabalho de sutura de pacientes, presas por esparadrapos. O mesmo material usado também para fixar torneiras de pias e outros equipamentos. Essa é uma das realidades da Sala de Suturas do Hospital Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre, onde também não há janelas para ventilação. Ciceroneados por médicos e servidores, os vereadores Carlos Todeschini (PT) e Dr. Raul (PMDB), da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Porto Alegre, e a vereadora Fernanda Melchionna (PSOL), da Comissão de Educação, Cultura, Esportes e da Juventude (Cece), visitaram o HPS na manhã desta quinta-feira (18/6).
Situações de falta de equipamentos e de manutenção predial, além de reclamações sobre a redução no quadro de pessoal principalmente pela não reposição de servidores que saem do HPS por aposentadoria -, também foram ouvidas e conferidas pelos vereadores nas salas de Atendimento Clínico e Politraumatizados, no serviço de Raios X e nas enfermarias de Neurologia, Queimados e Traumatizados. O HPS deveria ter uma porta de saída, já que a porta de entrada está escancarada, lamentou o diretor médico Julio Henrique Ferreira. Há casos de pacientes que ficam aqui porque as famílias não os querem receber de volta, completou ele.
A enfermeira Miriam Dani lembrou que, em alguns casos, para prestar um melhor atendimento, o HPS depende de empréstimo de equipamento de outros hospitais. Na UTI de Traumatologia fazemos a escala de atendimento com seis enfermeiros, quando seriam necessários dez, lamentou. A média de idade de nossos atendentes nessa UTI é de 50 anos, e temos vários pedidos de equipamentos não atendidos, completou o médico Jairo Trombka, um dos responsáveis pelo setor. Há vários pacientes que não conseguem transferência para outras unidades, e isso agrava nossa situação, destacou ainda Ferreira. O HPS, disse o diretor, recebe pessoas de Porto Alegre, da Região Metropolitana e de todo o interior.
Insalubridade
Rodrigo Machado Costa, presidente da Associação de Servidores do HPS revelou aos vereadores que estão em processo de negociação com a prefeitura questões referentes ao pagamento de insalubridade na instituição. O laudo ainda não está sendo aplicado. Mas, se fosse, cerca de 600 servidores teriam reduzidas ou perderiam a insalubridade atualmente recebida. Conforme Costa, é preciso que sejam adotadas interpretações atuais para condições de isolamento. O risco biológico também não foi considerado. Além da falta de ventilação em várias salas e de manutenção predial de forma geral, Costa citou ainda a existência de infiltração, causando goteiras, no quinto andar do prédio, onde está a UTI de Queimados.
Para Costa, há uma desestruturação nos serviços de saúde: Todos vêm para cá, quando poderiam ser encaminhados para outros postos ou hospitais. Com isso, conforme ele, ocorrem os problemas de superlotação das enfermarias, o que obriga os pacientes a ficarem no ambulatório. O HPS pega pacientes sem diagnóstico e precisa descobrir qual é o problema. E, para isso, é preciso investigar, o que demanda tempo e pessoal, explicou. Outro setor visitado pelos vereadores foi a lavanderia, onde, como em outros locais do HPS, os equipamentos estão defasados e as roupas, das diversas unidades de atendimento, são misturadas no processo de higienização.
Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)