Sessão Ordinária / Lideranças, Comunicações e Grande Expediente
Durante o período destinado ao Grande Expediente e às Lideranças partidárias, na sessão desta segunda-feira (10/10), os vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre discutiram os seguintes temas:
CRÍTICAS - Idenir Cecchim (PMDB) fez críticas ao candidato à prefeitura Nelson Marchezan Júnior (PSDB). “O tucano encontrou um ninho fácil e vestiu-se de anu, aquele que bota ovo no ninho dos outros”, ironizou. O vereador cobrou explicações dos aliados de Marchezan que participam do governo atual. “A Fundação do Trabalho e Ação Social (Fasc) gasta R$ 200 milhões por ano, e os moradores na rua só aumentaram”, declarou, acrescentando que “quem deve responder sobre a limpeza das bocas de lobo é o Marchezan”. “Ele, que fez tantas perguntas, deve começar a dar respostas para os cidadãos”, disse Cecchim. O parlamentar também questionou a aliança do tucano com o colega Cláudio Janta (SD), contrário ao transporte de passageiros por aplicativos, e reforçou suas críticas a ele. “Os aliados de Marchezan são responsáveis pelo governo, tanto pelos acertos como pelos erros”, salientou.
RESPOSTAS - Coordenador da campanha de Marchezan, o vereador Kevin Krieger (PP) respondeu às críticas de Idenir Cecchim (PMDB). “Participamos das gestões Fogaça e Fortunati e reconhecemos que muitas coisas não avançaram, porém o Marchezan não é o prefeito da cidade”, disse Krieger. O parlamentar argumentou que “não se pode criticar a Fasc sem entender como a política da instituição funciona”. “Há três anos tínhamos um núcleo de trabalho que recebia horas extras para fazer um trabalho de limpeza dos espaços públicos, mas infelizmente isso foi cortado”, disse ele, ponderando que não é o candidato tucano quem deve explicações quanto a isso. O parlamentar refutou a possibilidade de receber apoio de Cláudio Janta (SD) em troca de mudança de posição sobre o transporte via aplicativos, defendeu um segundo turno propositivo e reprovou a postura de parte de seu partido. “Infelizmente, muitos não seguiram o caminho do PP, apoiando a outra candidatura”, lamentou. (PE)
PRIVATIZAÇÃO - Adeli Sell (PT) declarou que “em Porto Alegre, sempre haverá ‘grenal’ em todas as áreas, inclusive na política”, se referindo aos constantes embates entre grupos políticos. “Nós cobramos ações governamentais, e o povo nos cobra.” O vereador também apontou problemas decorrentes da falta de políticas públicas para a mobilidade nos espaços públicos da Capital. “Recebi recados dizendo que não dá para circular no centro de Porto Alegre, pois tudo está privatizado.” Adeli terminou seu discurso afirmando que “Porto Alegre precisa é de trabalho, dedicação e ousadia”. (AZ)
CRÍTICA - O vereador e presidente da Casa, Cassio Trogildo (PTB), fez uma avaliação sobre o “recado" que o povo brasileiro transmitiu nas últimas eleições, quando houve um alto número de votos nulos e brancos e de abstenções: “Isso serve para que se faça uma reflexão. Estamos passando por uma grande onda de mudanças”, declarou Trogildo. O vereador fez crítica aos parlamentares que se exaltaram na tribuna: “Até o segundo turno, vamos nos comportar como sempre: com muita elegância. Existe vida depois do segundo turno”, afirmou. (AZ)
AGRADECIMENTO - Delegado Cleiton (PDT) parabenizou os vereadores eleitos e os reeleitos e agradeceu às pessoas que conviveram com ele nesses quatro anos de mandato: “Tive o privilégio de conhecer um pouco mais da política”, declarou, e também pediu desculpas pelas vezes em que “votou errado” nos projetos. Finalizou citando uma frase do jornalista Cláudio Brito, que diz que o pragmatismo fala mais alto que a lealdade, e completou: “Muitas vezes não concordei com algumas situações, mas tentei conversar com meu partido. Acho que fui leal até o final”. (AZ)
ELEIÇÕES - Rodrigo Maroni (PR) fez um breve histórico sobre sua trajetória na política. “Aos 12 anos, passei a participar de militância estudantil. De 1992 para cá tenho envolvimento com política, mas nunca tinha reparado o quão brutal é um processo eleitoral”, afirmou. “Lamento pelo que estão se tornando as eleições. Há parlamentares que foram eleitos só criticando os outros, sem nenhuma proposta.” O vereador também lamentou a saída da vereadora Jussara Cony (PCdoB) na próxima legislatura, dizendo que ela foi a pessoa que melhor o acolheu na Câmara. Por fim, Maroni afirmou que sua vitória nas urnas não mudou nada: “Derrotado é aquele que só faz maldade para o outro”. (AZ)
SAÚDE - Adeli Sell (PT) retornou à tribuna para falar sobre os problemas da saúde em Porto Alegre, afirmando que nos postos de saúde Passo das Pedras, Cruzeiro e Orfanotrófio faltam médicos e medicamentos. “Eu poderia citar muitos ainda porque em todos os postos acontece a mesma coisa: faltam clínicos e remédios.” O vereador ainda citou a dificuldade da população em conseguir marcar consultas e questionou o Executivo: “Onde está a gestão pública? Onde está a busca de soluções? Será que o Ministério Público não vê que não está sendo cumprida a Constituição, que diz que a saúde é um direito fundamental? Onde fica a dignidade da pessoa que sabe que tem uma doença grave e não consegue ser atendida?” Para encerrar, Adeli disse que é dever do vereador fazer cobranças para melhorar a situação do povo em Porto Alegre. (CM)
DEMANDAS - “Subo aqui pela primeira vez após as eleições para agradecer às pessoas que permitiram a minha 6ª reeleição consecutiva e prometo fazer jus a esse apoio e confiança recebidos”, declarou João Carlos Nedel (PP). Em seguida, ele expôs as demandas pelas quais pretende lutar nos próximos quatro anos. “Temos a necessidade de concretizar a revitalização do Cais Mauá, da Orla do Guaíba, a construção do centro de eventos e feiras, resolver o assunto dos inventários no bairro Petrópolis, facilitar a implantação de novas empresas, construir o acesso norte do Porto Seco, que o liga a Freeway, além de duplicar várias vias do município buscando um melhor fluxo do trânsito.” Nedel ainda declarou que a situação das pessoas que vivem na rua é uma demanda complicada que precisa ser resolvida, bem como melhorar a saúde em Porto Alegre. (CM)
ELEIÇÕES II - Lourdes Sprenger (PMDB) também agradeceu pelos 4931 votos recebidos nas eleições de 2 de outubro, um aumento de 12% em comparação com os números de 2012. Lourdes comentou que ficou na 28ª colocação geral, mas em função das coligações não conseguiu ser reeleita por diferença de 62 votos, tornando-se a primeira suplente do partido. “Meus agradecimentos a todos que me acompanharam neste mandato e nesta caminhada. Fizemos uma campanha leve, sem promessas, porque eu só me comprometo com aquilo que eu sei que posso fazer. Eu vou continuar lutando pela causa animal, que foi o que me trouxe aqui.” Ao final, a vereadora questionou os gestores que apoiam o governo e depois se coligam com outros partidos nas eleições e se tornam oposição. “Até ontem eram todos juntos e agora não estão mais juntos?”, indagou. “Quando pensamos que o país vai mudar, ele não muda tanto”, encerrou. (CM)
Texto: Ananda Zambi (estagiária de Jornalismo)
Cleunice Maria Schlee (estagiária de Jornalismo)
Paulo Egidio (estagiário de Jornalismo)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)