Plenário

Sindisaúde reclama de repressão a funcionários do Conceição

Ritter, do Sindisaúde/RS, criticou a direção do GHC  Foto: Tonico Alvares
Ritter, do Sindisaúde/RS, criticou a direção do GHC Foto: Tonico Alvares (Foto: Tonico Alvares/CMPA)

O presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Hospitais e Casas de Saúde do Rio Grande do Sul (Sindisaúde/RS), Arlindo Ritter, denunciou hoje (14/8) que profissionais do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), em particular aqueles que trabalham no Hospital Conceição, estão sofrendo intimidações e repressões por parte da diretoria administrativa. A denúncia de Ritter foi apresentada na Tribuna Popular da Câmara Municipal de Porto Alegre no começo da sessão ordinária desta quinta-feira. "No dia 5 de agosto, enquanto fazíamos uma assembleia geral no pátio do hospital para debater o legado da greve que encerrou em abril, havia em nossa volta viaturas policiais e câmeras nos intimidando." 

O presidente relatou que os diretores do GHC deveriam se preocupar com a gestão interna dos hospitais, "ao invés de reprimir os trabalhadores com a polícia". Ritter ressaltou o descaso da gestão do GHC e do poder público com problemas "gravíssimos" dentro das casas de saúde, como a superbactéria, que pode ter sido a causadora de dezenas de óbitos por infecção hospitalar, e as denúncias de contratos superfaturados acordados pela administração do grupo. 

O presidente do Sindisaúde fez um apelo aos vereadores para que, por meio da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam), ou pela implantação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), deem respostas aos trabalhadores e à sociedade sobre as denúncias de precariedade no exercício do trabalho no GHC. 

Vereadores

Após ouvir as denúncias, os vereadores Alberto Kopittke (PT) e Pedro Ruas (PSOL) se manifestaram em tempo de Lideranças:

CONFRONTOS - Kopittke disse ter conversado com a direção do Grupo Hospitalar Conceição e contou sobre confrontos jurídicos pelo fechamento das portas da emergência e a utilização de som alto no pátio do hospital. O vereador também classificou como um tema importante a mobilização dos trabalhadores e lembrou de posições diferentes de vereadores em relação a outras greves, como a dos rodoviários no início do ano. Kopittke falou sobre a superbactéria e o funcionamento do GHC. “Acho importante que a população saiba que pode continuar contando com o GHC”, falou. O vereador também lembrou que o hospital foi considerado, nos últimos três anos, a melhor emergência do país entre os hospitais públicos. 

CRÍTICA - Ruas criticou a gestão do GHC, que, segundo o vereador, tem sido ruim há anos. “O que o presidente Arlindo traz aqui é a ponta do iceberg”, afirmou. Ruas lembrou do caso da superbactéria no hospital, denunciado pelos próprios trabalhadores, e elogiou a coragem do sindicato. “Tem muito sindicalista que já foi ousado na luta pelos trabalhadores e agora ocupa grandes cargos”, disse. O vereador ainda lembrou da ida do sindicato na Assembleia Legislativa, onde, segundo ele, foram humilhados e discriminados. 

Texto: Juliana Demarco (estagiária de Jornalismo)
          Juliana Mastrascusa (estagiária de Jornalismo)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)