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Tratamento de água e esgoto precisa de mais recursos

Comissão de Saúde e Meio Ambiente debateu o tema Foto: Leonardo Contursi/CMPA
Comissão de Saúde e Meio Ambiente debateu o tema Foto: Leonardo Contursi/CMPA (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)
A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) realizou uma reunião para debater o tratamento de água e esgoto, controle de pragas e drenagem de águas pluviais em dias de chuva – definição de ações integradas entre os órgãos estaduais e municipais. A presidente Lourdes Sprenger (PMDB) informou que a intenção era a de se associar à Campanha da Fraternidade 2016, que tem o tema “Casa comum, nossa responsabilidade” e o lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”.

No encontro na Câmara Municipal de Porto Alegre, a necessidade de sustentabilidade financeira foi um dos pontos necessários para conquistar avanços nessa área. O diretor do Sindicato dos Engenheiros (Senge), Eduardo Fleck, salientou que o saneamento básico ainda ocupa uma fatia muito reduzida dos investimentos públicos.

A diretora de Obras e Projetos do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), Daniela Benfica, reconheceu que a falta de recursos para investir é uma das grandes dificuldades do setor. Segundo ela, entre os pilares do saneamento, a sustentabilidade econômica é o mais distante de ser atingido.

“Avançamos no planejamento. Porto Alegre aprovou, no fim do ano passado, o Plano Municipal de Saneamento com a colaboração de técnicos de diversos setores. Apresenta um diagnóstico da situação atual, faz um prognóstico para o futuro e prevê ações previstas. São necessários R$ 3 bilhões para solucionar problemas nas 27 bacias da Capital. Investimentos altos que necessitam de recursos externos, vindos do governo federal ou de órgãos de financiamento internacionais”, explicou.

Daniela disse, ainda, que a criação de uma agência reguladora também é importante. “Existe um estudo feito por uma consultoria, mas ainda não foi implementado. A proposta seria criar uma agência municipal ou então uma metropolitana, pegando outros municípios.”

Pelo Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), Juarez Peres ressaltou a importância da implantação do Plano Municipal de Saneamento Básico. “Para cada um real investido, a saúde economiza quatro reais, segundo dados do Ministério da Saúde”, lembrou o representante do gabinete da Direção-Geral do Dmae.

O diretor-geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), Gustavo de Souza Fontana, informou que 13,3 toneladas de lixo foram recolhidos em 20 dias de funcionamento da Ecobarreira no Dilúvio. “Foram oito cadáveres de animais jogados no arroio. O que mostra que o descarte irregular de resíduos também é um dos graves problemas.” Ele propôs a criação de um programa de educação ambiental forte, com o apoio da Câmara.

O conselheiro-adjunto do Conselho Municipal da Saúde, João Farias, defendeu investimentos na educação ambiental, assim como a busca de mais recursos para investir em saneamento. Também estiveram presentes o vice-presidente da Cosmam, Dr. Goulart (PTB), e os vereadores Jussara Cony (PCdoB), Mario Manfro (Rede) e Paulo Brum (PTB).


Texto: Maurício Macedo (reg. prof. 9532)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)