Comissões

Após cinco anos, apenas 30% das obras na Avenida Tronco estão concluídas

  • Engenheiro da SMOV e moradores da região discutem obras da Avenida Tronco. Na foto, ao microfone, Michael Santos, coordenador do FROP (Fórum dos delegados do Orçamento Participativo).
    Santos relatou os problemas enfrentados pela comunidade (Foto: Luiza Dorneles/CMPA)
  • Engenheiro da SMOV e moradores da região discutem obras da Avenida Tronco. Na foto, o engenheiro Larry Rivoire Junior. Ao fundo, vereadores presentes na sessão: João Bosco Vaz, Comandante Nádia, Cassiá Carpes e Professor Alex Fraga.
    Larry, da Smov, disse que obra pode levar oito anos para ser concluída (Foto: Luiza Dorneles/CMPA)

Os problemas causados pela paralisação das obras na Avenida Tronco foram discutidos na reunião da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh), na tarde desta terça-feira (4/7), na Câmara Municipal de Porto Alegre. Representantes da Associação de Moradores da Vila Jardim Europa e do Fórum de Delegados do Orçamento Participativo (FROP) e o engenheiro da Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov), responsável pela obra, Larry Rivoire Junior, participaram do debate e expuseram a situação da comunidade e dos profissionais que gostariam de terminar o trabalho na região. 

Iniciada em maio de 2012, a duplicação da Avenida Tronco, que abrange os bairros Teresópolis e Cristal e a Vila Cruzeiro, previa, em seu projeto original, a extensão da via em 5,3 km, implantação de ciclovia e do corredor de ônibus, tratamento paisagístico e reassentamento de 1,4 mil famílias. Entretanto, as obras estão paradas desde outubro de 2016, sendo que apenas 30% estão concluídas. Conforme explicou o engenheiro da Smov, a falta de recursos do Executivo interrompeu o andamento dos trabalhos, com o atraso no pagamento do consórcio de empresas que atua na obra e na realocação das cerca de 160 famílias que ainda permanecem na região. 

No dia 19 de junho deste ano, o Legislativo Municipal aprovou um Projeto de Lei do Executivo que autoriza a Prefeitura a financiar até R$ 120 milhões para finalizar as obras remanescentes da Copa do Mundo de 2014. Entretanto, Larry disse que ainda não foi informado sobre a retomada da duplicação da Avenida Tronco. “Estamos esperando muito por esse dinheiro para podermos terminá-la”. Ele comentou que, “de forma otimista”, a previsão de entrega é para três anos após o reinício das atividades, pois as empresas só irão retomar os trabalhos quando a Prefeitura quitar o débito com elas. “Precisamos de no mínimo um ano para resolver a parte financeira e remover as casas que ainda estão no local. Levamos cinco anos para fazer 30% das obras. Se for proporcional, levará mais sete ou oito anos para completar o restante”, declarou. 

Enquanto a situação burocrática não se resolve, a comunidade enfrenta problemas com violência, esgoto a céu aberto e falta de iluminação na região. Segundo um dos coordenadores do FROP, Michael Santos, os moradores estão sofrendo com a insegurança e tendo que pedir autorização para andar pelo local. “A segurança só estará garantida quando terminarem a obra”, explanou. Ele ainda relatou que há buracos nas calçadas e dificuldade de mobilidade. “O município tem que dar uma resposta. Isso é urgente, é sobre a viabilidade de acesso” ao postão da Cruzeiro e às escolas e creches do local. Além disso, muitas famílias estão há meses sem receber o aluguel nem o bônus social da Prefeitura por terem deixado suas casas em função das obras. 

O presidente da Cedecondh, Cassiá Carpes (PP), informou que irá pedir prioridade para a Prefeitura acabar essa obra, que é complexa mas importantíssima, pois os moradores estão enfrentando problemas sérios. “Temos que dar autoestima àquela população. Eles precisam de uma perspectiva de futuro”, observou. Os vereadores Professor Alex Fraga (PSOL), Comandante Nádia (PMDB) e João Bosco Vaz (PDT) também estiveram presentes no encontro.

Encaminhamentos

A Cedecondh irá entrar em contato com o Departamento Municipal de Habitação (Demhab) para acompanhar a situação do pagamento dos aluguéis e bônus sociais.

Texto: Cleunice Maria Schlee (estagiária de Jornalismo)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)