Associação pede valorização dos orientadores educacionais
A passagem do Dia Nacional do Orientador Educacional (4 de dezembro) foi destacada no período de Comunicações Temático da sessão desta quinta-feira (7/12) da Câmara Municipal de Porto Alegre. A diretora de Formação da Associação dos Orientadores Educacionais do Rio Grande do Sul (Aoergs), Andréa Muxfeldt Valer, ocupou a tribuna para pedir a valorização da categoria. A homenagem foi proposta pela vereadora Sofia Cavedon (PT) e realizada no Plenário Otávio Rocha.
Andréa lembrou que os orientadores educacionais são os profissionais que promovem o diálogo nas escolas, atuando como mediadores e integradores entre os alunos, os professores, a instituição, a família e a comunidade. Segundo a diretora, os orientadores devem ter como uma de suas premissas básicas ajudar a formar cidadãos, difundir a cultura da paz, as condutas éticas e a democracia. O ponto de partida é o estudante, afirmou, enfatizando a necessidade de valorizar o saber dos alunos e buscar ampliá-lo.
Conforme Andréa, o orientador educacional também é um pesquisador. Para fazer frente a uma sociedade cada vez mais complexa, ele precisa fazer continuas revisões de seus paradigmas, tendo a necessidade de, permanentemente, pensar a educação, a sociedade, o mundo e o homem.
Bandeiras
Apesar de fundamentais, os orientadores educacionais ainda buscam valorização. Como informou a diretora, a categoria tem como bandeiras principais a educação continuada e a qualificação profissional por meio de graduação e pós-graduação, a aplicação imediata do piso nacional dos professores e a exigência da presença de orientadores educacionais em todas as escolas, desde que com a devida formação.
A categoria também pede a realização de concurso público no Estado. Em 2013, segundo Andréa, o Rio Grande do Sul completará 20 anos sem concurso para orientador. De acordo com ela, em Porto Alegre há colegas habilitados nas escolas, mas é necessário concurso. A diretora disse que, nos municípios da Grande Porto Alegre que promoveram concurso para orientadores, houve avanços em itens como o enfrentamento da violência, uma das pautas de trabalho desses profissionais.
Andréa ainda recordou que a Aoergs existe há 46 anos, promovendo um trabalho coletivo que envolve ações de articulação, mobilização e formação dos professores e orientadores. A entidade conta com 12 núcleos no Interior, além da sede na Capital, e publica uma revista, que chegou à 33ª edição, tratando de temas importantes para a categoria, para as escolas e a sociedade.
Articulação
Sofia Cavedon (PT) frisou a necessidade de valorização dos orientadores educacionais. Como lembrou a vereadora, o orientador educacional é o elo do aluno com a comunidade escolar. Ele pensa essa relação, desata nós, refletindo mudanças, enfatizou. Tem o saber fundamental para contribuir nessa gestão. Segundo Sofia, muitas vezes os orientadores contribuíram para a volta de um aluno à sala de aula, por meio de pactuações, buscas de soluções e encaminhamento para especialista, entre outras ações. Na sua opinião, a escola não teria como garantir sucesso sem o papel desempenhado pelo orientador educacional.
Piso e concurso
A vereadora Fernanda Melchionna (PSOL) disse que se preocupa com a situação dos orientadores e do ensino. A educação pede socorro, e metade as escolas do RS não têm esse profissional, lamentou. A seu ver, a desvalorização do orientador educacional e dos professores se reflete nos índices da educação no Estado. Falta remuneração decente, o salário dos professores é uma vergonha, disse. Fernanda ainda criticou a falta de concurso para orientador educacional e também para bibliotecário e defendeu o pagamento imediato do piso nacional dos professores. O piso é um conquista da categoria e não pode mais ser desrespeitado pelo governo Tarso, declarou. A Câmara deveria se aliar nessa luta.
Texto: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)