Plenário

No Dia do Orientador Educacional, profissionais pedem reconhecimento

Cláudia Souza falou em nome dos orientadores educacionais Foto: Francielle Caetano
Cláudia Souza falou em nome dos orientadores educacionais Foto: Francielle Caetano
A Câmara Municipal de Porto Alegre homenageou, nesta segunda-feira (25/11), a Associação dos Orientadores Educacionais do Rio Grande do Sul (Aoergs) pelo transcurso do Dia Nacional do Orientador Educacional. De acordo com a proponente da homenagem, vereadora Sofia Cavedon (PT), os orientadores têm prestado um serviço fundamental no debate da ideia de que educação não se faz de forma isolada, mas em rede.

“O profissional em orientação tem o olhar voltado não só para o aluno, mas também para a família, o espaço em que vive, seu mundo psicológico e sua forma de aprender.” Para a vereadora, esta é a síntese do significado de educação. “A orientação é indispensável. Compreender o aluno levando em consideração o seu comportamento e a construção do currículo é uma grande responsabilidade”, ressaltou a vereadora.

“A escola não pode ser isolada do pensamento pedagógico”, afirmou a vereadora. De acordo com Sofia, a orientação educacional organiza e proporciona aos educadores a atualização dos debates a respeito dos desafios das instituições educacionais em relação à rede de ensino e condições de trabalho. “Escola e educação não se faz só entre aluno e professor, necessitamos de profissionais pedagógicos qualificados”, destacou Sofia.

Conforme a diretora de Planejamento da Associação dos Orientadores Educacionais do Rio Grande do Sul, Cláudia Figueiró Souza, o Dia Nacional do Orientador Educacional é não só uma data de celebração, mas também um dia para manter a chama da luta pela valorização. “Nossa luta é pelo reconhecimento de pais, de alunos e de comunidades escolares sobre a relevância do nosso trabalho junto à equipe pedagógica das escolas. É um dia de alegria, mas de fé em dias melhores.”, afirmou a diretora.

“Se a escola não precisa de orientadores, por que as instituições privadas continuam nos contratando? Por que nossa presença não pode ser estendida a todas as camadas da sociedade? Por que um aluno de classe baixa que pertence a uma escola pública não pode contar com orientação profissional em sua escola? Este serviço é restrito somente a uma parcela privilegiada da sociedade? É um custo alto para o governo? Somos um artigo de luxo? Teremos espaço na escola pública, podemos confiar em dias melhores para a orientação? Estes são os questionamentos no exercício do nosso trabalho.”, ponderou Cláudia.  

Para Cláudia, a data é também para relembrar as tradicionais bandeiras dos profissionais da orientação. “Lutamos pela realização de concursos públicos estaduais e municipais e pela presença de, no mínimo, um orientador em cada escola.” De acordo com ela, a luta por um salário digno para os profissionais não se refere ao piso, mas a um salário suficiente para manter e investir na qualificação. “A manutenção de critérios para vagas de orientação é outra preocupação da categoria, é um grande prejuízo para a sociedade que pessoas despreparadas estejam exercendo funções que pertencem a profissionais qualificados.” A diretora também pediu aposentadoria especial para os orientadores. “Nosso trabalho é tão cansativo quanto o dos professores. Se eles têm direito, também queremos que ele seja estendido a nossa prática.” 

Cláudia Souza acredita que a orientação educacional aproxima a escola da comunidade, trabalha com o diálogo com o aluno, mas não se restringe ao aluno. "A orientação é um processo social que se inicia na escola e mobiliza os educadores, a família e a comunidade”, ressaltou Cláudia.  “Nós discutimos problemas atuais e contribuímos para a consciência crítica, visamos sempre à construção de uma educação de qualidade. Estamos aqui para pedir mais reconhecimento do poder público com nossa profissão, pois escola de qualidade tem orientador educacional.”

Na tribuna, o vereador Bernardino Vendruscolo (PROS) comentou o desrespeito por parte de muitos pais de alunos em relação aos professores. “Quero fazer o registro da minha indignação com esse comportamento”, destacou. Para o vereador, os pais devem entender as dificuldades dos professores e procurar compreender que o comportamento dos filhos pode ser diferente na escola. Também estiveram presentes na homenagem a diretora de Finanças da entidade, Edácia Garcia Andrade, a diretora de Formação, Andréa Valer, e a diretora de Publicação, Aline Arlasher.

Texto: Thamiriz Amado (estagiária de jornalismo)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)