Plenário

Câmara aprova construção de memorial em homenagem ao chimarrão

Bebida nasceu há mais de 3 mil anos Foto: Tonico Alvares
Bebida nasceu há mais de 3 mil anos Foto: Tonico Alvares

A Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou, na sessão desta segunda-feira (2/3), projeto que institui o Memorial em Homenagem ao Chimarrão. Os objetivos são os de estimular o consumo do chimarrão e preservar e difundir a sua história como costume e herança cultural que constitui o patrimônio do povo gaúcho, conforme afirma o autor da proposta, vereador Bernardino Vendruscolo (PROS). De acordo com o projeto aprovado, o Memorial será construído em local que possa contemplar a exposição de uma cuia, bomba e chaleira. A emenda nº 1, também de autoria de Vendruscolo, acrescentou que, junto ao monumento, serão plantadas mudas ilexs paraguariensis, popularmente conhecida como erva-mate. 

O Memorial em Homenagem ao Chimarrão também deverá desenvolver, além de pesquisas sobre a erva-mate, atividades culturais e educacionais, ensinando sobre as propriedades medicinais do chimarrão e o seu preparo. Ainda na proposta, Vendruscolo sugere que a construção e a instalação, bem como a conservação, a segurança e o gerenciamento do Memorial, poderão ser realizadas por meio de Parcerias Público Privadas (PPPs).

“Esse Memorial deverá reverenciar os usos e costumes do gaúcho, sendo construído em local onde possa ser apresentada toda a história do chimarrão”, explica o vereador em seu projeto. “Com vida própria e alma aberta, deverá oferecer oportunidade para que os visitantes possam sorver e apreciar a bebida e entender a domesticação e a evolução do mate, que, ano após ano, é apresentado de várias maneiras quanto à sua ornamentação, contudo sem perder sua essência”, completa Vendruscolo.

A bebida

Herdado dos nativos da América do Sul, que utilizavam a erva-mate – Ilex paraguaiensis – e fizeram o ca’aigua – do guarani, ca’a: erva, vegetação; i: água, líquido; e gua: originário de, procedente de –, o chimarrão é formado pelo conjunto erva, cuia e bomba. O chimarrão nasceu há mais de 3 mil anos e desenvolveu-se como cultura através dos tempos, tornando-se a bebida mais apreciada pelos gaúchos, sendo tão bem aceita que representa o amor cívico do povo, cevado e absorvido pela sociedade moderna.

Recipiente originário da cueira, que dá o fruto conhecido também como porongo
ou cabaça, a cuia tem ligação direta com o mate, palavra esta que advém de matty, derivada do Quíchua, e significa cuia. Essa ferramenta conquistou seu espaço místico junto aos curandeiros e pajés como instrumento sonoro, e logo após, como depósito de grãos ou água; a partir daí, tornou-se o primeiro elemento para se depositar a erva-mate e fazer o chimarrão.

A bomba do mate tem sua origem no taquapi, fala guarani para dizer “ponta de taquara”. Inicialmente, cortava-se a ponta de uma taquara, a qual era usada para sugar a água. Já no século XXI, a bomba foi modernizada, feita de metal, ornamentada com prata e ouro, no intuito também de valorizar o ritual que ostenta.

Assessoria de Imprensa CMPA

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