Presidência

Câmara na Comunidade: Vereadores estiveram na Vila Santo André

Vereadores verificam os problemas da região do Humaitá e Navegantes Foto: Jonathan Heckler
Vereadores verificam os problemas da região do Humaitá e Navegantes Foto: Jonathan Heckler
Caótica. Essa é a definição mais plausível para a situação da Vila Santo André, localizada no bairro Humaitá, zona norte da cidade, que recebeu na manhã desta sexta-feira (1º/7), a visita do Câmara na Comunidade, projeto desenvolvido este ano pela Câmara Municipal de Porto Alegre.

Esgoto a céu aberto percorre, com forte odor e misturado a inúmeros focos de lixo, toda a comunidade. Água potável só de mangueira através da caixa d’água, instalada pelo Dmae, que está em péssimas condições de uso, com o líquido vindo com larvas e muita sujeira. As vielas, na sua maioria, intransitáveis nos dias de chuva devido a tanta lama misturada com esgoto. Por seu uma comunidade que vive da reciclagem do lixo, o local é repleto de focos de detritos, orgânicos e inorgânicos, de ratos vivos e mortos. 

São 300 famílias, algumas morando a mais de 20 anos no local, sendo que nos últimos três anos, principalmente nos últimos seis meses, houve um crescimento populacional considerável, muitos oriundos de outras áreas onde ocorreram reintegração de posse ou regularização fundiária.

Para a presidente da Câmara, vereadora Sofia Cavedon (PT), a situação da Vila Santo André é inaceitável. “Chegamos ao fim da humanidade! Não é possível que em Porto Alegre ainda exista pessoas vivendo sem água, sem luz, sem esgoto tratado, sem dignidade”. Sofia ficou espantada com a falta de intervenção da Prefeitura no local. “É inadmissível que o Executivo não realize aqui um trabalho de educação ambiental, a comunidade toda sobrevive da reciclagem do lixo”. Entre inúmeros telefonemas durante a visita para o Dmlu, Dmae, Fasc e CEEE, a presidente também acionará o Ministério Público para que incida junto ao Executivo Municipal a fim de que serviços básicos sejam realizados na vila. 

Uma das ações, informa Sofia, será a realização de reunião na comunidade com o Dmlu, visando instalar no local um programa sistemático de educação ambiental e tratamento do lixo. “Sugerimos ao Departamento a contratação de moradoras/monitoras de descarte de lixo, para que elas fiquem responsáveis pelo desenvolvimento do projeto, afinal não é porque elas vivem do lixo que precisam conviver com o lixo”. 

Outro problema enfrentado pelos moradores é o transporte público. O final das linhas, realizadas pela Conorte, fica a cerca de 500 metros da comunidade. “Já solicitamos a EPTC que ao menos a noite e nos dias de chuva deixem os passageiros na entrada da vila, mas até agora nada aconteceu. Além disso, quando as crianças estão molhadas por causa da chuva, os motoristas não as deixam entrar no ônibus”, destacou o presidente da Associação dos Moradores, Nilson Rodrigues da Silva. 

Para o vereador Carlos Todeschini (PT), que acompanhou a visita, as famílias estão vivendo em situação de extrema miséria. Ele avalia que o mais preocupante é a dificuldade de acesso aos serviços básicos. “A carência acontece desde o abastecimento de água, que é feita de forma precária, a falta de tratamento de esgoto e drenagem do terreno, além da coleta irregular do lixo, que se espalha por todos os lugares”, observa o vereador e destaca que a área apresenta risco viário, por estar localizada junto ao entroncamento das BRs 101 e 116. 

Também acompanharam a visita desta sexta, o vereador Alceu Brasinha (PTB), representantes do CAR Humaitá/Navegantes/Nordeste, do Conselho Tutelar, DEP e Governança. Também presentes várias lideranças do Humaitá/Farrapos.

O Câmara na Comunidade é um projeto da Câmara Municipal de Porto Alegre, implantado neste ano, que leva vereadores e órgãos da prefeitura a comunidades com o objetivo de identificar as reclamações dos moradores e encaminhar soluções junto aos órgãos competentes.

Marta Resing (reg. prof. 5405)
Assessoria de Imprensa da Presidência