Presidência

Câmara sedia debate sobre cooperativismo

Debates foram realizados no Plenário Otávio Rocha Foto: Tonico Alvares
Debates foram realizados no Plenário Otávio Rocha Foto: Tonico Alvares

O presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereador Sebastião Melo (PMDB), abriu, na manhã desta quinta-feira (29/10), no Plenário Otávio Rocha, o Seminário das Frentes Parlamentares de Apoio ao Cooperativismo, as Frencoops Municipais Gaúchas. O evento que tem por objetivo articular as autoridades e a comunidade para o apoio ao cooperativismo, reuniu vereadores que compõem a Frente Parlamentar de Apoio ao Cooperativismo da Câmara Municipal de Porto Alegre (Frencoop/POA), presidida pelo vereador Ervino Besson (PDT), cooperativistas, o secretário das Relações Institucionais do governo do Estado, José Alberto Wenzel, e o deputado estadual Giovani Cherini (PDT), coordenador das Frencoops.

Melo disse que o cooperativismo é muito importante para o país, mas que “muita gente tem se travestido de cooperativismo, sem ter nada a ver com o seu objetivo”.  Defendeu  o expurgo do que classificou de “enxertos do mundo urbano”. Observou que o cooperativismos não tem patrão. “O cooperativismo vem crescendo e precisa estar a serviço das boas causas".

O presidente do Sistema Ocergs/Sescoop/RS, Vergílio Perius, destacou que o município de Porto Alegre tem umas das Frencoops mais bem organizadas do Estado, senão do país. “Quem quer aprender a fazer cooperativismo venha aprender aqui”. O Rio Grande do Sul conta com 894 cooperativas, 44 mil empregados e 1.750 sócios, sendo os setores de trabalho e agropecuário os mais desenvolvidos. Acrescentou que o sistema cooperativista é caracterizado por não ter um “dono” e por ter viés democrático, sem relação de capital.

Perius ressaltou, ainda, que o Brasil utiliza apenas 29% do seu território na atividade agrícola. Destacou que o Brasil é um dos países com maior potencial produtor e que utiliza menos da metade de sua capacidade, baseando-se em princípios ambientais e deixando de lado a sustentabilidade básica. Lembrou que as cooperativas encontram barreiras no próprio governo, como as emendas à Lei 5.764/71, que regula as sociedades cooperativistas, buscam transformar as cooperativas em organizações privadas, desviando-as do foco comunitário.

Para finalizar, enfatizou o papel fundamental que as mulheres exercem dentro das cooperativas: “A mulher olha o horizonte e a verticalidade. O cooperativismo precisa do vertical, do detalhe”,  apresentou a história do cooperativismo e  números do setor.

O vereador Ervino Besson observou que a prática cooperativa é “uma forma de valorizar o que é nosso” e elogiou o desempenho das entidades organizadas para orientar a população com relação aos procedimentos necessários. O Secretário Wenzel, que representou o governo do Estado, reiterou a importância que as cooperativas têm no processo de formação e, principalmente, de informação das pessoas. O deputado Cherini analisou a questão a partir de uma visão política e ressaltou que os problemas mais comuns gerados pelas desigualdade social podem encontrar caminhos no cooperativismo. “ Se tem falta de emprego, falta de moradia, cooperativa neles”.

O próximo encontro acontece em Gramado nos dias 16, 17 e 18 de novembro quando será realizado o XIV Seminário Gaúcho de Cooperativismo.

Vítor Bley de Moraes (reg. prof. 5495)