Presidência

Camelôs criticam CPC

Maria Celeste (de óculos) e Alceu Brasinha (no centro) visitaram camelôs da Praça XV Foto: Elson Sempé Pedroso
Maria Celeste (de óculos) e Alceu Brasinha (no centro) visitaram camelôs da Praça XV Foto: Elson Sempé Pedroso

A presidenta da Câmara Municipal, vereadora Maria Celeste (PT), e o vereador Alceu Brasinha (PTB) constataram o descontentamento dos vendedores ambulantes em relação a proposta do Executivo de criação do Centro Popular de Compras (CPC), também conhecido como camelódromo aéreo. Os vereadores visitaram, na manhã desta sexta-feira(4/5), região do Centro da Cidade, especialmente na Praça XV e rua José Montauri, para conhecer a opinião dos ambulantes em relação ao projeto. Devido as manifestações ouvidas, Maria Celeste disse que irá solicitar audiência com o secretário municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic), Idenir Cecchim, para tratar do assunto.

O presidente da Associação Gaúcha Autônoma de Vendedores Profissionais Transitórios, Evaristo Mattos, disse acreditar que o CPC não trará beneficios à categoria, visto tratar-se de um estabelecimento aéreo. Além disso, serão cobradas dos ambulantes despesas como aluguel do espaço, luz, água, entre outras. Segundo Mattos, a maioria dos camelôs não tem condições de manter esses gastos. Salientou também a dificuldade de comunicação existente com a prefeitura.”Já tentamos conversar com o secretário da Smic e apresentar propostas que beneficie realmente toda a categoria, mas não existe diálogo”, afirmou.

O coordenador da Comissão Permanente da Praça XV e rua José Montauri, Alfonso Limberger, disse que hoje, nas 450 bancas existentes, trabalham em cada uma, em média, três famílias. “Nossa preocupação é que, para as 800 bancas dessa região, serão disponibilizados espaços de 2m² cada, onde será possível ficarem somente dois vendedores. Para onde vão as outras pessoas que precisam trabalhar para sobreviver?” indagou. Limberger destacou ainda que haverá a diminuição do fluxo de público se for construído este shopping center. Lembrou que hoje circulam na região da Praça XV, por dia, em torno de 200 mil pessoas.

Harry Paulokun (79), que trabalha como vendedor ambulante há 40 anos na Praça XV, disse que nos municípios de Pelotas, Rio Grande, Santa Maria e Caxias do Sul, os camelódromos não são aéreos. O ambulante Jorge Luís da Silva enfatizou que, com a implantação do CPC, será tirada a essência da categoria, que é trabalhar sempre em via pública. Ele destacou ainda que o CPC será como um  4º portal do programa Portais da Cidade. Neste projeto está prevista a criação de três terminais de transbordo (Cairú, Zumbi Açorianos e Azenha), com espaços para comércio popular "As pessoas poderão comprar nesses locais antes de chegar na região dos camelôs do Centro. Essa idéia irá prejudicar nosso trabalho, bem como o trabalho do comércio formal” destacou.

Alessandra Obem (reg. prof. 6784)