Câmara na Comunidade

Casas estão em área de risco na Vila 1º de Maio

Arroio Cascatinha, que atravessa a 1º de Maio, recebe esgoto e lixo Foto: Jonathan Heckler
Arroio Cascatinha, que atravessa a 1º de Maio, recebe esgoto e lixo Foto: Jonathan Heckler
“Área de risco” foi o termo mais utilizado para definir a situação das famílias que vivem à beira do Arroio Cascatinha na vila 1º de Maio, no bairro Glória, Zona Sul da Capital. Em visita do Câmara na Comunidade na manhã desta sexta-feira (16/9), a presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereadora Sofia Cavedon (PT), constatou construções irregulares nas margens e até mesmo sobre o arroio, que atravessa um lado da vila. O quadro é agravado pelo acúmulo de lixo e deságue de esgoto.

Nos fundos de uma casa na Rua Francisco Martins, um buraco aponta o curso do arroio, que em alguns trechos passa por baixo das construções. O piso é frágil, e famílias já saíram de suas casas devido ao risco de desabamento. Ao longo do caminho, foram vistos sacos de lixo e até mesmo peças de roupa. Há pontos em que o mau-cheiro predomina, mas, segundo os moradores, no verão é que piora.

Técnicos do Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) opinaram que a saída seria construir uma galeria, mas as casas irregulares teriam que ser derrubadas, e a obra deve ser demandada via Orçamento Participativo. Sofia alertou sobre a necessidade de limpar o arroio. O Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) recebeu o convite para o Câmara na Comunidade desta sexta, mas não compareceu.

Outra palavra bastante utilizada por moradores para apontar problemas na vila foi “esgoto”. Segundo a comunidade, são bocas-de-lobo entupidas, infiltrações, encanamentos irregulares e ausência de rede de captação. Mesmo com o tempo seco, as ruas da vila 1º de Maio eram delimitadas por marcas de escoamento de água. A moradora Vanessa Silva da Silva simplificou a situação: “Quando chove, transborda tudo”. Nos acessos onde só há redes clandestinas, o DMAE prometeu regularizar a situação.

Acesso e pavimentação

Apesar de contar com algumas vias asfaltadas, a Vila 1º de Maio também registra péssimas condições de acesso em pontos da região. Calçadas estreitas, passeios sem condição para circulação e escadarias sem corrimões e cujos degraus estão parcialmente destruídos, oferecendo risco a quem passa pelo local e impedindo, inclusive, que um morador com deficiência transite pela comunidade. 

Uma destas escadas é na entrada da EEEM Oscar Pereira, onde crianças e jovens transitam sem proteção. A direção da escola não permitiu a entrada do Câmara na Comunidade, mas garantiu que nunca houve nenhum acidente, embora reconheça que o ideal seria implantar alguma medida de segurança no local. O impasse entre a escola e a população vai além. O líder comunitário Albino Barros Ramos reclama uma área que não estaria sendo utilizada pela instituição e que poderia ser aproveitada pelos moradores. A direção, porém, afirmou que os alunos costumam praticar esportes no local. “Acredito que a dificuldade seja a falta de diálogo. Além disso, a escola é alvo de vandalismo”, argumentou Sofia. No muro do colégio, um buraco atesta a observação. A presidente disse que já contatou a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) para dar a devida assistência ao caso.

Outras demandas

Focos de lixo pela vila também foram denunciados pelos moradores. O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) esteve na comunidade antes da visita e retirou um montante de lixo da entrada de uma das vias. Ainda assim, a população observou que a coleta não vem sendo feita de porta em porta como deveria. Técnicos do DMLU reconheceram a falha, mas argumentaram que, em vias não pavimentada, há dias em que não é possível entrar com o caminhão de coleta. Sofia prometeu encaminhar demanda à Secretaria Municipal de Obras e Viação (SMOV) – que também foi chamada, mas não compareceu – para pavimentar os acessos.

Em horário de pico, os moradores reclamaram da dificuldade e do perigo em atravessar a Av. Prof. Oscar Pereira para entrar na vila. Na lomba, os veículos trafegam em alta velocidade e não há sequer faixa de segurança no local. O pedido, já antigo, é de que sejam colocados uma sinaleira e redutores de velocidade para facilitar a travessia.

Os moradores ainda solicitaram plantação de árvores na vila e medidas mais efetivas de segurança. Além de Sofia e do DMAE e DMLU, acompanhou a visita o vereador Mauro Pinheiro (PT).

Marta Resing (reg. prof. 5405)
Assessoria de Imprensa da Presidência