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Cece debate alternativas para alunos do EJA

Cece discutiu oportunidades de estudos para pessoas sem idade escolar Foto: Leonardo Contursi
Cece discutiu oportunidades de estudos para pessoas sem idade escolar Foto: Leonardo Contursi

Alternativas para a continuidade do projeto Educação para Jovens e Adultos (EJA) em Porto Alegre foi tema da Comissão de Educação, Cultura, Esportes e da Juventude (Cece) da Câmara Municipal de Porto Alegre na tarde desta terça-feira (27/9). O EJA é uma forma de ensino da rede pública no Brasil, com o objetivo de desenvolver o ensino fundamental e médio com qualidade para pessoas que não possuem idade escolar e oportunidade.

A primeira a se manifestar na reunião foi a diretora da Associação dos Professores Municipais de Porto Alegre (Atempa), Isabel Medeiros. Segundo ela existe uma preocupação com os alunos que concluem este programa, pois o Estado não consegue abrigá-los para dar continuidade aos estudos. Ela alertou ainda para o fato de que a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) veta o município de ofertar este atendimento. “O município está impedido legalmente”, ressaltou a professora enfatizando que a maioria das escolas estaduais fica na periferia da cidade o que dificulta ainda mais o acesso dos alunos.
 
Paulo Mauro, coordenador do EJA na Secretaria Municipal de Educação informou que nos últimos dois anos 2.504 alunos concluíram o EJA na capital. “Muito pouco destes alunos deram sequência aos estudos, pois não conseguiram escolas”. Mauro disse que uma das razões é o fato de que muitos estudantes não moram perto de escolas estaduais. “O fato de não terem transporte escolar dificulta também”, considerou ele. Outra informação fornecida por Mauro da conta de que existe uma juvenilização no EJA. “Sessenta por cento dos alunos não tem 24 anos”.

Dione Busetti, representante do Centro Municipal de Educação do Trabalhador (CMET) Paulo Freire, disse que Porto Alegre tem apenas 36 escolas públicas que oferecem ensino médio. “E elas não tem a preocupação com a formação voltada ao trabalho”. Já Regina Scherer, presidente do Conselho Municipal de Educação, entende que esta discussão precisa incluir um representante do Estado. “Proponho uma nova rodada com a presença do Conselho Estadual da Educação, pessoas que trabalham com EJA e pessoas que tratam do ensino médio”. Para ela existe ainda a preocupação com os idosos e os deficientes físicos que concluem o curso.
 
O vereador DJ Cassiá (PTB) considerou o debate de extrema importância. “Parece que a responsabilidade não é do Estado. Precisamos dar segmento a esta discussão”. Tarciso Flecha Negra (PDT) propôs que para o próximo debate sejam incluídos mais vereadores, representantes da sociedade e lideranças voltadas para o tema. “Depois dos 30 anos, a maioria dos estudantes não tem condições de bancar seus estudos”.

O presidente da Cece, Professor Garcia (PMDB), também defendeu que a responsabilidade é do Estado. “É preciso transformar algumas escolas de ensino fundamental em ensino médio”. No final, ficou acertado que será marcada uma nova rodada de discussão sobre essa questão.

Regina Andrade (reg. prof. 8423)