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Cece discute dívidas no financiamento estudantil

Caroline: Valor irá de R$ 20 mil para R$ 54 mil reais em cinco anos Foto: Pedro Revillion
Caroline: Valor irá de R$ 20 mil para R$ 54 mil reais em cinco anos Foto: Pedro Revillion

Atendendo solicitação do vereador Mauro Zacher (PDT), os vereadores que compões a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) da Câmara Municipal de Porto Alegre ouviram hoje (9/6) alunos com dívidas no Programa Estudantil (FIES). Este programa, do governo federal, possibilita financiamento a alunos universitários.

Segundo informou Caroline Bissigo, que estudou na PUC, três meses após formada, recebeu o carnê para o primeiro pagamento. "Nem tinha começado a trabalhar”, disse ela. Caroline informou que passou o primeiro ano pagando o mesmo valor, de R$ 200,00. “Após, este valor foi reajustado para R$ 355,00”, ressaltou, informando que foi até a Caixa Econômica Federal para pedir reparcelamento da dívida. “Lá fiquei sabendo que não havia essa possibilidade”. Caroline comunicou também que seu financiamento era de R$ 20.220,00 e que, quando chegar na última parcela, em maio de 2014, terá pago R$ 54.000,00.

Zacher informou que o FIES substituiu o Crédito Educativo Federal (Creduc): “Quando surgiu o FIES, quem tinha Creduc foi anistiado”, disse o vereador. Ele ressaltou que o governo federal recentemente anistiou também os médicos e professores que deviam para o FIES. “Terão a possibilidade de pagar com trabalho”.  Zacher disse ainda que existe um alto índice de inadimplentes no FIES. “Os valores são reajustados pela tabela Price, que calcula juro sobre juro”.
 
Jorge Murgas, do DCE da PUC, manifestou-se dizendo que o problema está nos contratos anteriores a 2006. “Agora os juros estão estipulados em 6,5% ao ano e não mais pela tabela Price”.
 
O vereador DJ Cassiá (PTB), presidente da Cece, juntamente com os vereadores Fernanda Melchionna (PSOL), Haroldo de Souza (PMDB), Sofia Cavedon (PT) e Tarciso Flecha Negra (PDT) deliberaram que no caso da Caroline, vão oficiar a Caixa Econômica Federal para saber a real situação da aluna junto ao banco. Logo após, vão promover debates sobre o tema. “Vamos contatar a Assembléia Legislativa e a Câmara Federal para juntos promovermos ações neste sentido”, salientou Dj Cassiá.

Também decidiram que vão oficiar o MEC e a CEF pedindo esclarecimentos sobre os financiamentos. Fernando Kael, assessor do deputado federal Paulo Pimenta (PT), comunicou que o parlamentar vem tratando do assunto na instância federal. “Inclusive está propondo a suspensão das execuções que vêm sofrendo alunos inadimplentes”.

Regina Andrade (reg. prof. 8.423)

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Universitários vão discutir taxa do financiamento estudantil