Cetranscoletivo apresentará relatório em fevereiro

Não houve comparecimento dos representantes das 17 regiões do Orçamento Participativo de Porto Alegre e dos coordenadores dos Centros de Relações Institucionais e Participativas (CRIPs) na reunião promovida pela Comissão Especial do Transporte Coletivo (Cetranscoletivo) no final da tarde desta terça-feira (19/12), na sede do Legislativo Municipal.

O vereador Reginaldo Pujol (DEM), presidente da Cetranscoletivo, lamentou a ausência dos representantes das comunidades e dos coordenadores dos CRIPs, ao informar que a Comissão Especial estimulou debates entre as  partes interessadas para apresentação do relatório final com as sugestões cabíveis aos projetos apresentados pelo Executivo Municipal, os quais propõem mudanças no sistema de transporte coletivo da cidade. De acordo com Pujol, a Comissão já utilizou o tempo regimental de 60 dias e já pediu o acréscimo dos possíveis 30 dias para ouvir as entidades representativas e a população sobre o tema. O parlamentar explicou que não há tempo hábil para agendar novas reuniões, lembrando que no final desta semana inicia o recesso Legislativo. Reginaldo Pujol acordou com o relator, vereador Cláudio Janta (SD), e com os integrantes da Cetranscoletivo o recebimento de contribuições e sugestões, por escrito, até o dia 11 de janeiro do próximo ano, "para que o relatório final da Comissão seja apresentado, analisado e votado entre os dias 15 e 16 de fevereiro de 2018", ao ressaltar a necessidade de respeitar os prazos.

O diretor executivo da Associação das Empresas de Transporte de Passageiros de Porto Alegre (ATP), Gustavo Simionovschi, salientou que a entidade não é contra as isenções, alertando sobre a importância de buscar  alternativas para subsidiá-las, ao salientar que os usuários pagantes do transporte coletivo "acabam absorvendo esse custo". Simionovschi reiterou a tendência acentuada da queda no número de usuários do sistema, relatando que em 2017 houve uma queda de 11% do número de passageiros pagantes nos ônibus, observando que "a perda de passageiros impacta no valor da tarifa". O diretor da  ATP ressaltou o problema está impactando na subsistência das empresas, ao revelar que há dificuldades consideráveis, a exemplo do atraso no pagamento do 13º salário dos colaboradores das empresas de transporte coletivo.

O gerente executivo da Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação (ATL), Rogério Lago, disse que "é preciso salvar o transporte público coletivo da cidade", ao questionar "como ficariam os trabalhadores, os cidadãos e a comunidade sem o transporte coletivo". Lago defendeu tarifas mais competitivas para concorrer com os aplicativos, pedindo, ainda, alternativas de subsídios às isenções e para manutenção dos passageiros no sistema de transporte coletivo.

Vitória da Silva Cabreira, presidente da União Metropolitana dos Estudantes Secundários de Porto Alegre (Umespa), reivindicou mais tempo à Comissão, "para que os estudantes universitários, pais, mestres e todos os envolvidos se manifestem sobre as propostas do Governo". A líder estudantil afirmou que a extinção do meio passe aos estudantes ocasionará evasão escolar. Cabreira questionou  sobre "o real problema das tarifas de ônibus", ao defender a manutenção da isenção aos estudantes.

O vereador Cláudio Janta destacou a complexidade do tema, citou exemplos sobre competições de mercado e referiu a "cobrança de impostos aos aplicativos" como uma das alternativas para subsidiar as isenções, além das multas e estacionamento azul. Janta vai aguardar sugestões, examiná-las e finalizar o relatório da Cetranscoletivo na primeira quinzena do mês de fevereiro. Também participaram da reunião os vereadores Cassiá Carpes (PP), Alvoni Medina (PRB) e Gilson Padeiro (PPS).


Texto: Angélica Sperinde (reg. prof.7862)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)