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Conselho de Cultura: Cece acionará Ministério Público

Cece ouviu CMC e Prefeitura sobre edital Foto: Desirée Ferreira
Cece ouviu CMC e Prefeitura sobre edital Foto: Desirée Ferreira (Foto: Desire Ferreira/CMPA)
A Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Juventude (Cece) da Câmara Municipal de Porto Alegre levará ao Ministério Público a demanda do Conselho Municipal de Cultura, que reclama omissão da Secretaria Municipal de Cultura (SMC) ao não publicar edital convocando nova eleição para o Conselho. A decisão foi tomada pelo presidente da Cece, vereador João Derly (PCdoB), em conjunto com as vereadoras Sofia Cavedon (PT) e Any Ortiz (PPS), presentes à reunião. De acordo com Paulo Roberto Guimarães, presidente do Conselho, o mandato dos atuais conselheiros terminaria no dia 30 de novembro do ano passado, mas a SMC não abriu novo edital convocando eleições. Guimarães também reclama que a SMC não enviou à Câmara o Plano Municipal de Cultura.

Em 21 de dezembro de 2013, relata Guimarães, o secretário Roque Jacoby havia pedido que o mandato dos atuais conselheiros fosse prorrogado por seis meses. "Aceitamos a contragosto a prorrogação, e nosso mandato se encerra em maio. Mas a SMC não publicou o edital. Queremos denunciar o desleixo da atual gestão da Secretaria e a falta de cumprimento das suas obrigações. E o Plano Municipal de Cultura está sendo feito sem a participação do Conselho." Guimarães informou ainda que o Conselho de Cultura enviou notificação extra-judicial à SMC exigindo providências. "O objetivo da SMC é o de desarticular o Conselho."

Representando o secretário Roque Jacoby na reunião, Álvaro Santi, que coordena o Observatório da Cultura da SMC, ressaltou que Jacoby já presidiu o Conselho de Cultura e não há nenhuma intenção da SMC em desarticular o órgão. Ele, no entanto, questionou algumas decisões da diretoria do Conselho, como a de rejeitar o nome de uma assistente administrativa indicada pela SMC para secretariar o órgão, desconsiderando que essa indicação é prerrogativa do Executivo.

Santi também disse que o Conselho "deixa a desejar na publicidade de seus atos", publicando atas das reuniões apenas quando é do interesse da diretoria. "O Conselho é um órgão público. Integrantes foram substituídos aleatoriamente pela diretoria, mas as nomeações deveriam ter sido feitas pelo Executivo." Ele também criticou a decisão informal da diretoria do Conselho em reduzir o quórum mínimo necessário para as reuniões, que passou de 17 para 13 integrantes. "A atual diretoria se negou a disponibilizar o novo regimento que teria alterado esse quórum."

Ainda de acordo com o servidor da SMC, o texto do Plano Municipal de Cultura foi entregue ao prefeito José Fortunati em 18 de novembro do ano passado, com a redação que havia sido aprovada pelo Conselho. Um parecer da assessoria jurídica, no entanto, teria recomendado que o projeto não fosse enviado à Câmara Municipal da forma como estava redigido. A vereadora Sofia Cavedon destacou que a SMC rompeu o diálogo com o Conselho de Cultura e cobrou o envio do projeto do Plano Municipal de Cultura ao Legislativo. "A SMC não investe na democracia. É preciso respeitar o processo coletivo de discussão desse Plano."

Texto: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)