Hospital Porto Alegre quer atualização de convênio
Dirigentes da Associação dos Funcionários Municipais de Porto Alegre (AFM) reivindicam o reajuste dos valores estabelecidos pelo convênio entre a Prefeitura e o Hospital Porto Alegre (HPA) para pagamento de diárias de internação e serviços prestados pelos hospitais conveniados. O assunto foi tratado, nesta terça-feira (1º/8), em reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal. De acordo com o vice-presidente da AFM, João Paulo Machado, essa tabela de pagamento está desatualizada há 12 anos, o que gerou um déficit mensal de R$ 400 mil à entidade mantenedora do Hospital. Desse total, informou Machado, R$ 300 mil têm sido cobertos pelas mensalidades dos associados da AFM, restando ainda um déficit de R$ 100 mil mensais que a entidade não consegue pagar.
A diária paga pelo convênio - estabelecido em 1971 com a Prefeitura - mantém-se em R$ 23,00 desde 1994, explica Machado, tendo a AFM de arcar com a diferença do valor cobrado pelos hospitais conveniados. Apesar das dificuldades, temos mantido o HPA funcionando, e os salários dos funcionários estão sendo pagos.
O diretor financeiro da AFM, Nelson Lopes dos Santos, informou ainda que o prefeito José Fogaça havia se comprometido em conceder um abono de R$ 120 mil mensais à AFM para abater a dívida do Hospital, valor que corresponderia a 12% sobre a média de gastos do HPA nos últimos 12 meses, retroativo a janeiro de 2006. Os recursos, no entanto, ainda não foram pagos e não representam reajuste da tabela.
O presidente da Cosmam, vereador João Carlos Nedel (PP), agendou nova reunião com a diretoria da AFM para daqui a 15 dias, prazo em que a comissão exigirá do Executivo o pagamento do abono prometido. Também serão convidados para a reunião os secretários municipais de Saúde, Pedro Gus, e de Gestão e Acompanhamento Estratégico, Clóvis Magalhães. Nedel também assegurou que a Cosmam fará visita ao HPA nos próximos dias.
O vereador Claudio Sebenelo (PSDB) criticou a ausência do secretário Clóvis Magalhães, que havia sido convidado para a reunião. Para Sebenelo, a ausência do secretário ou de seu substituto demonstra a forma como o governo trata a saúde. Ele considerou o abono prometido pela Prefeitura uma esmola e salientou que o HPA ainda não paralisou as atividades graças à dignidade de seus funcionários.
Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)