Roberto de Assis Moreira será o próximo depoente na CPI Ronadinho Gaúcho
A Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Municipal de Porto Alegre destinada a apurar os fatos relacionados à parceria estabelecida entre a Prefeitura da Capital e o Instituto Ronaldinho Gaúcho ouviu, na manhã desta quinta-feira (14/6), mais três depoimentos. Foram ouvidos Márcio Luis Timotheo, integrante do grupo de trabalho para a prestação de contas do projeto Jogos de Verão, Túlio Castro Filho, representante da empresa Plansul de consultorias e Almerinda Clediney Rosa de Lima, mãe de um dos jovens atendidos pelo IRG. A reunião foi realizada no Plenário Otávio Rocha e conduzida pelo presidente da CPI, vereador Mauro Pinheiro (PT). A CPI volta a se reunir na próxima quinta-feira, dia 21, para ouvir o empresário e irmão do jogador Ronaldinho Gaúcho, Roberto de Assis Moreira.
Decepção
O primeiro depoimento foi de Almerinda Clediney Rosa de Lima, que voluntariamente compareceu para dar a sua versão. Informou que seu filho entrou no IRG com 14 anos, participando da primeira e segunda fase. Disse que foi uma decepção total, pois as crianças tinham poucas atividades e nenhum acompanhamento ou reforço escolar. Destacou que seu filho se machucou na instituição e foi deixado em casa sozinho, com um bilhete falando sobre uma lesão que deveria ser tratada com gelo. Observou que o menino ganhou como uniforme apenas duas camisetas.
A mãe do menindo ainda relatou que a alimentação se restringia a bolachas e suco e que nos ônibus que conduziam as crianças não havia monitores. Também afirmou que os pais nunca tiveram acesso às dependências do IRG, mas reconheceu que o seu filho gostava de ir à instituição para estar perto do seu ídolo Ronaldinho e que lá havia jogos, brincadeiras e aulas de computação. A depoente foi questionada pelos vereadores Waldir Canal (PRB), relator da CPI, pelo vice-presidente da CPI, Professor Garcia (PMDB), João Dib (PP), DJ Cassiá (PTB), Paulinho Rubem Berta (PPS), Carlos Todeschini (PT) e Nelcir Tessaro (PSD). O presidente Mauro Pinheiro destacou a colaboração e pediu que a depoente encaminhe todos os documentos que tenha em seu poder que possam ajudar a esclarecer os fatos.
Inclusão digital
O segundo depoimento foi o do representante da empresa Plansul, Túlio Castro Filho. Ele apresentou a empresa, destacando que a Plansul tem a sua matriz em Florianópolis e que atua em todo o Brasil, com prestação de serviços em áreas distintas, mantendo contratos com todas as esferas de governo. Informou, que em Porto Alegre, tem a sua sede há 17 anos e confirmou que a empresa possui três contratos com órgãos da Prefeitura, desde 2007. Entre os serviços prestados estão os de limpeza e inclusão digital. Afirmou que um dos contratos, com a Procempa, oferece 62 monitores para inclusão digital, sendo que três destes para prestar serviços no IRG. Foi solicitado que a Plansul encaminhe à CPI os contratos e as folhas com o ponto dos monitores que atuavam no IRG.
Jogos de Verão
Formado em Administração de Empresas, o servidor municipal Márcio Luis Timotheo, integrante do grupo de trabalho para a prestação de contas do projeto Jogos de Verão foi o terceiro a depor. Ele esclareceu que cinco secretarias estavam envolvidas no grupo, formado por cinco pessoas e que era coordenado pela servidora Beatriz, da Secretaria de Governança.
Timotheo informou que na época o grupo constatou algumas inconsistências em documentos contábeis e que as dúvidas foram encaminhadas para a Secretaria Municipal da Fazenda. Esclareceu também que algumas pendências chegaram a provocar a retenção de valores até a sua regularização. Citou que um dos problemas constatados na prestação de contas foi a falta do mês de competência nas notas fiscais. Afirmou, ainda, que existia a preocupação de que pequenos detalhes não prejudicassem o andamento da competição. Pediu desculpas por não ter de memória maiores detalhes sobre o relatório.
Vítor Bley de Moraes (reg. prof. 5495)