Delegado diz que ações da Polícia começam a produzir resultados
A Câmara Municipal de Porto Alegre promoveu a primeira de seis audiências públicas sobre segurança pública ontem à noite
Na abertura da série de audiências públicas promovidas pela Câmara Municipal de Porto Alegre sobre segurança pública em 2018, na noite desta quinta-feira (5/4), o representante da chefia de Polícia do Estado, Eduardo Hartz, elogiou as ações conjugadas das forças policiais civis e militares e da Guara Municipal no combate à criminalidade. Ele exibiu alguns números sobre redução de delitos. O evento foi realizado no campus da Unisinos em Porto Alegre.
Hartz disse que a participação da comunidade é fundamental. Sua principal preocupação é dar guarida para a movimentação da população, durante os dias e horários de balada. Para ele, a prisão em segunda instância é importante, pois muitos condenados conseguem voltar para as ruas. “A legislação é sujeita a inúmeras interpretações”, criticou o delegado. “Nós prendemos ontem em São Borja dez criminosos que roubavam em Porto Alegre. Sete já haviam sido presos antes”, exemplificou.
O comandante do 11º Batalhão da Brigada Militar, Douglas Soares, assinalou que os novos protocolos de segurança pública produziram resultados. Melhorou a comunicação com a comunidade, a chegada de novos efetivos, equipamentos e o aumento do policiamento ostensivo, reduziram os latrocínios de dez para quatro e o roubo a carros de 22 para cinco na sua área de abrangência que vai da região da Nilo Peçanha até o aeroporto, passando pelo Humaitá e a Arena do Grêmio. “Os momentos críticos são justamente os dias de eventos”, observou o militar.
Vereadores
O presidente da Câmara Municipal, Valter Nagelstein (PMDB), defendeu mais rigor na lei de execuções penais e uma reforma tributária para descentralizar o sistema de distribuição de recursos, para ele, pesadamente centralizado em Brasília, prejudicando a atividade econômica dos Estados e municípios. Atualmente, a segurança pública recebe 1% do orçamento estadual. Na opinião do vereador, o investimento em segurança deveria ser de 5% a 8% desse percentual.
No mesmo tom, o vereador Felipe Camozzato (NOVO) disse que, enquanto não houver justiça tributária no país, a segurança pública irá "enxugar gelo". O vereador Mendes Ribeiro (PMDB) elogiou o trabalho das polícias, mas salientou “que as comunidades têm de se somar aos esforços do poder público no combate à criminalidade.
A vereadora Comandante Nádia (PMDB) afirmou que o evento foi um momento ímpar para a Câmara no sentido de debater segurança pública. Ela defendeu que o Executivo Municipal também é parte da segurança pública e precisa fazer sua parte, construindo creches para as mães trabalharem em paz, proteger as escolas do tráfico de drogas e fiscalizar os bares que podem funcionar como pontos de tráfico.
Também participaram do evento representantes do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado, das associações empresariais da Zona Norte e lideranças comunitárias.
Texto: Fernando Cibelli de Castro (reg. prof. 6881)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)