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Divisão dos bairros: Cuthab ouve comunidades do Extremo Sul

Penúltima reunião sobre definição dos bairros foi ontem Foto: Ederson Nunes
Penúltima reunião sobre definição dos bairros foi ontem Foto: Ederson Nunes (Foto: Ederson Nunes)
Em continuidade à série de reuniões que a Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação (Cuthab) da Câmara Municipal de Porto Alegre propôs a realizar em três regiões do Orçamento Participativo (OP) de Porto Alegre para discutir o novo mapa da cidade, ontem (6/7) foi a vez de ouvir as comunidades do Extremo Sul da Capital. Segundo as manifestações dos conselheiros do OP e do Plano Diretor, não existem conflitos na divisão, adequação e criação de bairros e sim manifestações de moradores que não querem deixar de pertencer ao seu bairro tradicional e adotar outro pelo novo traçado.

Anadir Alba e Rosane Demarco, conselheiras do Plano Diretor, afirmaram que houve uma série de encontros, “desde 2012, para que os moradores pudessem opinar sobre as mudanças”, disse Anadir, propostas que foram encaminhadas via Fórum do Planejamento, revelando que “apesar do grande esforço, nunca podemos agradar a todos”, admitindo que tem gente descontente com as intervenções do projeto de lei encaminhado pelo Executivo à Câmara e que se encontra em tramitação nas comissões, no caso agora a Cuthab. Rosane Demarco deixa claro que o projeto que está na Câmara “foi uma decisão democrática entre nós”.

Pertencimento

Os moradores são claros em afirmar que não querem que o projeto fique parado na Câmara, dizem que embora residam há 30 ou 40 anos no mesmo lugar ainda não sabem a que bairro pertencem, “pois as correspondências chegam com nomes de dois ou três bairros diferentes”. O presidente da Cuthab, vereador Engenheiro Comassetto (PT), afirma, por exemplo, que o bairro Aberta dos Morros é conhecido por todos, “mas não é oficializado, e portanto, não existe para os registros da prefeitura”. Lembra ainda que outros bairros, como é o caso do Boa Vista do Sul, teve a sua criação solicitada pelos moradores mas ainda não é reconhecido embora tenha décadas de existência.

PL sem volta

Para o arquiteto da Secretaria Municipal de Urbanismo (Smurb) Túlio Calliari, o mapa enviado para a Câmara é aquele discutido e sugerido pelas comunidades. “Houve uma construção técnica em cima dos bairros que existem desde 1959 para que os limites acordados virem lei”, explicou. Elenca que em 2012 foram realizadas dez reuniões na Câmara, 18 reuniões preparatórias junto aos fóruns de gestão e planejamento e mais oito reuniões na Secretaria de Urbanismo “sempre coletando as impressões da comunidade”, afirmou Túlio, deixando claro que na Câmara as comunidades têm a oportunidade de discussão e realizar emendas. Para montar o novo mapa, “trabalhamos junto às comunidades no sentido de organizar melhor a divisão da cidade, para que possamos organizar melhor os serviços públicos”, revelou o arquiteto, afirmando que o projeto que está na Câmara “não retornará mais à prefeitura”.

Eduino Matos, conselheiro do OP, lembrou no final do encontro que a partir destas discussões, deste trabalho participativo das comunidades “Porto Alegre será o primeiro município brasileiro a ter uma lei que delimita os bairros” comemorou.

A série de reuniões para ouvir as comunidades sobre a divisão dos bairros da cidade encerra nesta terça-feira à noite, reunindo a comunidade da Zona Norte do Bairro Farroupilha. Participaram ainda do encontro da Cuthab, realizado nas dependências do CTG Descendência Farrapa, os vereadores Delegado Cleiton (PDT) e Reginaldo Pujol (DEM).

Texto: Flávio Damiani (reg. prof. 6180)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)