Empreendedorismo: ações para o desenvolvimento são apresentadas aos vereadores

Em 2017 foram abertos 13.326 novos negócios em Porto Alegre. Este número, conforme Leandro Lemos, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, representa um índice 53% maior do que os registrados em 2016. O percentual foi apresentado ao vereadores e vereadoras na sessão ordinária da Câmara Municipal da Capital na tarde desta quinta-feira (14/6), durante período de Comunicações Temáticas que versou sobre empreendedorismo. “Mesmo com a crise na cidade, no estado e no país, houve um crescimento na abertura de negócios”, comemorou Lemos.

O secretário, ao falar sobre as ações de sua pasta, voltadas especialmente ao destravamento de negócios, também destacou investimentos de R$ 506 milhões que serão feitos no projeto Cais do Porto; de R$ 1 bilhão no Aeroporto Salgado Filho, que deverá passar a receber 22 milhões de passageiros por ano, contra os atuais 8 milhões, por conta de novos voos nacionais e internacionais. “Além do Pontal do Estaleiro, que irá proporcionar 12.200 empregos na cidade. E isso nos obriga a repensar o turismo em Porto Alegre”, destacou Lemos.

Contudo, Lemos salientou que, para vir a ter um crescimento continuado, a Capital precisa chegar ao valor de R$ 12 bilhões por ano somente em geração de renda. “Porto Alegre deve perseguir isso para se tornar uma cidade próspera em crescimento econômico.” Ele destacou ainda ao plenário procedimentos adotados pela Secretaria e que estão agilizando e proporcionando rapidez na abertura de novos empreendimentos, principalmente no que diz respeito ao registro e à expedição de alvarás. “Já conseguimos uma redução de quase 50% no tempo de abertura de uma empresa, num trabalho de integração contínua com a Junta Comercial, Sebrae e Corpo de Bombeiros”, afirmou.

Durante o mesmo período, Paulo Bruscatto, gerente regional do Sebrae na Região Metropolitana, falou sobre ações e projetos desenvolvidos e oferecidos pela entidade para a formação e em apoio a novos empreendedores. “A máquina do Sebrae está à disposição para gerar transformação para a sociedade e para o cenário econômico”, salientou. Como lembrou ele, no Rio Grande do Sul o Sebrae registrou em 2017 cerca de 175 atendimentos, dos quais de 15 mil a 20 mil foram em Porto Alegre. “Dispomos de programas e projetos para ajudar nas condições competitivas dos sistemas empresariais.”

A partir da fala dos convidados, os vereadores fizeram os seguintes apontamentos:

TAXAS - Cassiá Carpes (PP) questionou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Leandro Lemos, como deve ser conciliado o empresariado com o empreendedorismo, já que ele afirma que a cidade é pobre e, por isso tem que ter impostos maiores, mas necessita também de mais empreendimento. Para ele, muita gente deixa de empreender por causa da burocracia e dos impostos e juros altos. “Como empreender em um país corrupto onde os bancos são os que mais faturam? ”, interrogou. Cassiá acredita que os candidatos a governador devem ser claros quanto à questão de aumento de impostos, desmistificando-a. “Um país que taxa os pequenos e ajuda os grandes não é um país sério”, completou. (AF)

DESORDEM - Adeli Sell (PT) falou sobre um debate anterior com o secretário Leandro Lemes e com Paulo Bruscato também sobre empreendedorismo, que, pare ele, foi excelente. Citando Augusto Comte, que escreveu que “o progresso não é mais do que o desenvolvimento da ordem”, inferiu que o problema de Porto Alegre é a desordem. De acordo com Adeli, se deve ter um serviço público organizado e uma segurança jurídica – “mesmo com a forma normativa da constituição, não temos segurança jurídica”, completou. Ao falar sobre outra citação que afirma que a simplicidade tende ao desenvolvimento e a complexidade, à desintegração, afirmou que deve ser feita uma cidade com capilaridade, do pequeno ao grande. (AF)

EMPREENDEDORISMO - Felipe Camozzato (Novo) comentou que a pauta do empreendedorismo ainda é pouco priorizada em Porto Alegre e que o debate dela na Câmara Municipal é positivo para que se aprofunde o tema. Para ele, o empreendedor é a força motriz para o desenvolvimento e, como dito pelos convidados, deve ser dada a devida importância para isso em vista da geração de empregos e do consequente aumento de arrecadação. “Quando há o aumento de impostos é porque fomos lentos demais”, opinou. Saudando o Sebrae, o qualificou como agente que promove avanços fundamentais em Porto Alegre, como a queda no tempo de abertura de empresas. Por fim, colocou-se à disposição para ações que favoreçam o empreendedorismo e a desburocratização, ressaltando que foi proposta uma frente com essa temática, para que a Capital seja mais competitiva e mais amiga do empreendedor. (AF)

Textos: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)
            Adriana Figueiredo (estagiária de Jornalismo)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)