Imama expõe problemas enfrentados em Porto Alegre
O Instituto de Mama do Rio Grande do Sul (Imama) apresentou à Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal, na manhã desta terça-feira (22/06), dados alarmantes sobre a incidência de casos de câncer de mama em Porto Alegre. A cada 100 mil mulheres, 127 são diagnosticadas com a doença na cidade. De acordo com a presidente do Instituto, Maira Caleffi, o índice ultrapassa a média brasileira que é de 50 casos para o mesmo número de habitantes.
Segundo Caleffi, uma das razões para o grave índice localiza-se, em primeiro lugar, na falta de indicação dos médicos sobre o problema. Em segundo lugar está o descuido das mulheres com a saúde e em terceiro, na dificuldade que muitas pacientes têm em marcar exames na rede básica de saúde, registrou ao lembrar que a lei federal 11.664 de 2008 prevê a gratuidade para que mulheres acima de 40 anos realizem a mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
No entanto, mesmo com essa conquista, a presidente enumera algumas dificuldades enfrentadas em Porto Alegre. Muitas vezes não existe técnico para operacionar o mamógrafo. Segundo dados do governo, os mamógrafos são subutilizados em todo o país, frisou. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a cobertura mamográfica no Brasil é de 54,2%. Ou seja, 54,2% das mulheres brasileiras entre os 50 e 69 anos fizeram a mamografia ao menos uma vez nos últimos dois anos. Ainda é alto o percentual de mulheres que nunca realizaram o exame, registrou.
Falta de demanda
Conforme a representante da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Lurdes Maria Tura, das 7,5 mil mamografias disponíveis na rede municipal, mais de 1,2 mil sobram no final. Precisamos motivar a conscientização das pessoas e realizar mais formas de capacitação dos profissionais, principalmente os agentes comunitários, para alertar as mulheres lá na ponta, da importância de se fazer o exame, explicou.
Desde 2004, existe o núcleo de Mama em Porto Alegre com o objetivo de reduzir a mortalidade por câncer de mama a partir dos 35 anos. Fazemos em conjunto com o Imama, um rastreamento das mulheres para mapear melhor os casos na cidade. Precisamos preencher muitas lacunas ainda, reiterou Tura.
Para o vereador Dr. Thiago Duarte (PDT), as ações devem ser costuradas com a comunidade e fazer com que elas participem em conjunto com as três esferas de governo. As ações de saúde pública precisam chegar primeiro na periferia que é quem mais precisa do governo pra isso, disse. De acordo com o presidente da Cosmam, vereador Aldacir Oliboni (PT), a Câmara Municipal é parceira para integrar as ações que o governo e o Imama implementarem para diminuir os casos de câncer de mama em Porto Alegre. Queremos ajudar na tarefa de conscientização e espalhar o trabalho tão fundamental da entidade.
Ester Scotti (reg. prof. 13387)
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Instituto quer diagnósitco precoce de Câncer de Mama no SUS